por Mario Sales
ESQUEMA XXV
O esquema acima mostra a região da qual estamos saindo e que eu denominei o “tórax” do Grande Símbolo.
Nossas análises nos fizeram inventariar quatro (sempre quatro) sub símbolos dentro desta região que é inclusive delimitada para definir sua especificidade e orientar o interpretador de tempos futuros, o hermeneuta.No entanto não encerramos totalmente nosso inventário.
Resta ainda descrever e revelar um pequeno trecho composto na maioria de frases que mais lembram rótulos.
Retiremos os sub-símbolos e tudo que possa nos distrair e teremos esta imagem.
ESQUEMA XXVI
O trecho que nos interessa está na parte inferior do “tórax”
e consta dos seguintes textos:
ESQUEMA XXVII
PHILOSOPHIA e CHIMIA, a primeira palavra abaixo do pulmão
esquerdo, o pulmão dos elementos astrais, e CHIMIA abaixo do pulmão direito, o
pulmão das coisas materiais.
A relação é clara: filosofia aqui representa um conhecimento
mais elevado e refinado, próprio para o estudo de coisas mais sutis enquanto
Chimia, a Química, ficaria restrita ao estudo dos elementos componentes da
natureza.
ESQUEMA XXVIII
Da sua combinação teríamos o a ESTRELA FILOSOFICA, o nome do
DUPLO TRIÂNGULO que acabamos de estudar.
É quando este equilíbrio é alcançado, ao término da reação
alquímica, que se encontra a Pedra Filosofal, ou Mercurius Philosophorum.
Da lixivia desta Pedra que obtemos a AQUA VITAE[1], o composto resultante da
lavagem do composto final do trabalho alquímico, o soro da eterna juventude, o
soro da transmutação e aperfeiçoamento espiritual, transformando o homem-chumbo
no homem-ouro.
Era também a panaceia, o remédio que curaria todas as
moléstias e garantiria a vida eterna ao seu possuidor.
Agora estamos falando propriamente de alquimia, aqui onde se
transita para o mundo inferior, aonde descemos para a prática na Natureza como
a conhece o homem comum.
De nada adiantaria dominar a Arte se o Alquimista não
pudesse praticá-la em sua própria existência, em sua própria sociedade e se
toda a sua vida, por vezes, era marcada pelo retiro e pelo estudo, esta era
apenas a preparação necessária para que pudesse, renovado, servir como guia,
como modelo para aqueles que o cercavam.
Havia na busca alquímica não só a procura pela elevação
individual, mas um genuíno e altruístico desejo de, melhorando-se, melhorar
toda a humanidade.
É aqui, nesta altura do símbolo, que começamos verdadeiramente
o processo alquímico, pelo CALCINAR, DISSOLVER/SUBLIMAÇÃO, SEPARAR [FILTRAGEM]
(SEPARATIO/NON SEPARATIO), CONJUNÇÃO, FERMENTAÇÃO, e DESTILAÇÃO, para depois
COAGULAR e, finalmente, chegar a TINTURA.
Tanto é assim, que este ponto de virada está identificado
pela esfera, aonde os gases fundamentais borbulham, junto com o Mercúrio, o
Enxofre e o Sal (ou Arsênico).
Queria aqui fazer algumas reflexões. Vejam que os vapores
sobem, vêm de baixo para cima. Ascendem, a partir das regiões inferiores, e
buscam níveis mais elevados.
O processo alquímico reconhece, neste desenho, que como o
Lótus, a bela flor oriental que brota da lama, a evolução do espírito em
direção ao Divino, objetivo primeiro do processo alquímico, provém, se origina,
nas regiões inferiores, no que existe de mais humano.
ESQUEMA XIX
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Símbolos identificando os vapores que provém da Natureza
Só ascende aquele que está embaixo, ou dito de outra fora, é
preciso ser imperfeito para buscar a perfeição.
Essa é uma lição de humildade e realismo, um alerta aqueles
que julgavam e julgam que o processo alquímico não passava de um conjunto de
fantasias religiosas.
A Ascensão psico-espiritual é um processo seríssimo, ainda
mais em uma época de ignorância, medo e superstição.
E ainda hoje, precisamos de alquimia em nossas vidas, de
transmutação interna, como tão bem intuiu Jung.
Nosso laboratório, hoje, é interno, e mais que nunca, as
soluções para os nossos dilemas e a força para superar nossas limitações estão
dentro de nós mesmos.
Símbolo alquímico da
Água de Pedra ou Pedra Filosofal
[1]
Supunha-se que Aqua vitae era um lixiviado a partir do composto sólido
resultante da Grande Obra, que era a pedra da transmutação do filósofo. Para
este aqua
vitae foi atribuído a propriedade de transmutar "homem
chumbo" no "homem de ouro filosófico"; reconhecido também como o
elixir da eterna juventude.
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