Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

quarta-feira, 30 de maio de 2012

AGRADECIMENTO

Provavelmente ao longo do dia de hoje, com mais 17 acessos, o blog imaginariodomario alcançará a marca de 6000 acessos/ mês. É mais um recorde.
Pela sua presença aqui neste espaço dedicado aos rosacruzes, martinistas e maçons, meus agradecimentos.

terça-feira, 29 de maio de 2012

PEQUENA BIOGRAFIA DO MUITO EXCELSO MESTRE AMO- PHILLIPE


Publicado originalmente no site

Ao discutir as Origens da Yoga como prática organizada no país, e suas estranhas concexões com o Martinsimo, me deparei com um personagem extremamente curioso e instigante, Mestre Espiritual do reativador da Ordem Martinista , Gerard Encause, Pappus, e de membros da direção da OKR+C. No interesse histórico, republico aqui esta breve biografia.

Mario Sales 


Nizier Anthelme Philippe – nasceu de pais franceses, mas antes de ter nascido, em espírito, teve uma luta tremenda, pois levou seis anos procurando achar um homem que se chamasse José e uma mulher que não tivesse outro nome senão o de Maria. Pois cada vez que um ENVIADO do Departamento do VERBO retornar aqui, submeter-se-á às três leis seguintes, que são absolutas: 1) será o PRIMOGENITO de uma família; 2) seu PAI se chamara JOSÉ; 3) sua mãe terá o nome de MARIA. E acrescenta Papus, quanto trabalho teve um ESPIRITO que vinha desse Plano, para fazer com que seu futuro pai casasse com essa moca.Philippe veio ao mundo no dia 25 de Abril de 1849 entre 1 hora e 3 horas da manhã, em Rubathier, povoado sito perto de Vila Loisieux, no distrito de Yenne, município de Chambéry, no limite dos Departamentos de L’Ain – Sabóia. Seus pais eram muito pobres e o pequeno Philippe os ajudava da melhor forma que podia. Entre outras ocupações, ele conduzia e cuidava dos rebanhos.Ele traçava um circulo em torno do gado, e este, pastando, não podia atravessá-lo. Certos poderes já tinham se manifestado nele desde sua infância. Com 6 anos apenas inquietava o Cura da aldeia; operava curas desde a idade de 13 anos.
Com a idade de 14 anos, deixou sua terra natal e foi para Lyon morar na casa de um de seus tios, estabelecido como açougueiro, a quem ajudou na entrada domiciliar de carne e seus produtos. E muitas vezes quando ele passava gritavam: lá vai Philippe, o açougueiro...,como diziam também: “lá vai Jesus, o carpinteiro”...
Para poder usar os dons Divinos que tinha, o Mestre Philippe resolveu estudar medicina. E para estudar tinha que trabalhar. Estudou no Instituto Saint-Barbe, em Lyon, onde um dos padres afeiçoou-se muito a ele, e nesse Instituto obteve o certificado de gramática. 




Quando cursava o 1º ano de medicina ressuscitou um dia uma pessoa que, segundo as afirmações unânimes dos médicos, já havia morrido há algum tempo. Sendo que esta não foi a sua primeira ressurreição efetuada, pois que em 1866 no lugar denominado “Garganta do Lobo”, uma criança tinha morrido. Dois médicos já haviam constado a morte. E tomavam já as medidas do caixão, quando Philippe disse a criança que se erguesse, o que ele fez, com grande emoção dos presentes”.



Quando visitava as salas, e as enfermarias dos hospitais ele olhava os enfermos e eles melhoravam tão rapidamente, que todos se admiravam. Numa das ocasiões, os médicos discutiam sobre a forma de reumatismo que causavam as dores de cabeça e de ouvido de um enfermo. AMO, presente a discussão, disse que o enfermo tinha um tumor no ouvido interno, o que provocou risadas de todos os presentes; mas, nesse momento, o ouvido do enfermo começou a verter pus e pouco depois sangrou, confirmando o diagnostico de AMO. Freqüentou os hospitais de Lyon e era muito querido por uns e detestado por outros. Ele consolava os doentes, e muitas vezes pedia aos médicos que não operasse. E os doentes se curavam antes da data fixada para a operar. Visitava os aflitos, doentes, distribuindo aos pobres tudo quanto pudesse ter recebido. Soube-se um dia no hospital de “Hotel Dieu”, que Ele era curador enquanto não tinha obtido ainda o oficial pagamento. MEM Philippe foi afastado do serviço do professor Benedict Teissier, e viu ser-lhe recusada a 5a introdução por estar fazendo medicina oculta e ser considerado um charlatão!...Mas esse gesto não impediu o Mestre de continuar a dar tal atenção ao sofrimento dos outros. Casou-se em 6 de outubro de 1877 na prefeitura e na Igreja de L’Arbresle com a Senhorita JEANNE JULIE LANDAR, de importante família de Lyon. Duas crianças nasceram desta união abençoada pelo céu : uma filha Victorie, e um filho Albert. Este foi levado com idade de pouco meses, durante a epidemia de varíola em 1881. Victorie, que nascera em 1878 casou em 1897 com o Dr. Emmanuel Marc Henry Lalande (Membro do Conselho Supremo da OKRC e amigo de Pappus) cujo conhecimento com o Mestre se deu através de Papus.




Dr. Emmanuel Marc Haven Lalande, genro de AMO Phillipe e um dos diretores da OKR+C

Em 1885, o Muito Excelso Mestre Amo Philippe, foi residir em um palacete, situado no nº 35 da Rua Tetê-d‘Or (Cabeça de Ouro) em Lyon. Essa mansão, com diversos andares, é separada da rua por altos muros e um pequeno jardim, onde o Mestre devia dar suas consultas de maior repercussão e obter suas prodigiosas curas.




Símbolo da OKR+C 


Seu pequeno gabinete estava sempre cheio de pessoas que vinham buscar conselhos, ajuda e cura para si e seus familiares. E ali se passa coisas extraordinárias. Quando era interrogado de onde provinham todos os seus estranhos poderes, contestava: “SOU MENOS QUE UMA PEDRA. HÁ TANTOS SERES SOBRE ESTA TERRA QUE TEM A SEGURANCA DE SER ALGUMA COISA, QUE SOU FELIZ DE SER APENAS NADA”. 


Rua Tête D´Or, 35, Lyon, França, nos dias de hoje

Foi processado varias vezes por “exercício ilegal da medicina” pois apesar de jamais receber honorários, os médicos da cidade não se conformavam em perder boa parte de sua clientela, e o considerava charlatão.
Certa vez em casa do Mestre, estavam mais de 20 pessoas, entre elas PAPUS e outros médicos. Uma senhora que quando pequena havia sido curada por ele de grave enfermidade trouxe seu filhinho de dois a três anos em estado de coma e pede ao Mestre piedade e saúde para a criança.AMO pede aos médicos para examinarem a criança. O diagnostico foi unânime: meningite tuberculosa de evolução rápida. A morte deveria sobrevir em poucas horas. Pois bem, disse AMO, este menino pode ser salvo. Querem prometer todos vocês não falarem mal por dois meses do ausentes? Nenhum dos presentes respondeu. Então Papus, um mestre naquela época, disse que parecia difícil não falar mal por duas horas do próximo.AMO sorriu, provavelmente satisfeito com a sinceridade de todos e disse: “Muito bem, não pensem nem falem do próximo por 2 horas”. Levou a criança ao quarto reservado e a trouxe duas horas depois caminhando com a mãozinha na mão do AMO. Estava totalmente curada, como verificaram os médicos e as pessoas presentes. 


Pappus

Um fato interessante ocorreu quando o Mestre foi a uma cerimônia de batismo na Igreja Sainte Marie em Paris. AMO dirigiu-se a um mendigo que estava na porta da Igreja e disse: “É perigoso que roubem os oito mil e quinhentos francos de ouro que tens no colchão e mais a outra soma em tal parte”. O mendigo saiu correndo assombrado e assustado por desconhecido revelar assim a realidade de sua falsa pobreza. Fatos como esse são numerosissimos na vida do Mestre. Papus, já celebre na Rússia, falou de seu Mestre Espiritual diante das mais altas personalidades da Corte. O Grão Duque Vladimir foi a Lyon e conseguiu, em 1900, que AMO fosse a Corte. 

Grão-duque Vladimir Alexandrovich da Rússia, (22 de abril de 1847–17 de fevereiro de 1909)
A Imperatriz e o Imperador Nicolau II não tinham filho, só filhas. E apesar dos esforços de todos, e de todos os médicos vindo de Viena, a Imperatriz concebeu outra menina. AMO declarou que ela teria desta vez um filho e, como assim aconteceu, o prestigio do Mestre aumentou de maneira notável. Concedendo ao Mestre o direito de entrar a toda hora no palácio sem necessidade sequer de ser anunciar, honra muito rara na corte russa onde a etiqueta era rigorosa. 

O Czar Nicolau II e a Czarina Maria Feodorovna 

A Imperatriz sempre teve uma grande veneração pelo Mestre e como este sempre negara-se a receber títulos ou pagamentos, quando ele regressou a Françaa ela o presenteou com um magnífico automóvel. CEDAIOR conheceu o Mestre AMO, ainda um menino de 12 a 13 anos. Cedaior, para ir de Valença a Paris, devia passar por Lyon e ficar ali alguns dias.Por intermédio de uma amigo de família conheceu o Mestre AMO que, olhando o menino, perguntou se ele gostaria de ajudar a uma senhora muito enferma. Cedaior, de muito bom coração, disse que sim, então o Mestre colocou a mão sobre a cabeça do menino Cedaior e deu instruções para que Cedaior fosse levado diariamente a uma clinica e ali colocar suas mãos durante uns dias sobre uma paciente, ao cabo dos quais o CANCÊR do seio de que sofria a senhora havia desaparecido. Foi assim que nosso querido Mestre Cedaior colaborou e conheceu o muito Excelso Mestre Amo Philippe. O Muito Excelso Mestre (MEM) Amo Philippe, entretanto não era somente um Terapeuta digno deste nome, mas possuía, alem disso, outros poderes, tais como o de mandar nos elementos da Natureza. Assim foi, que na presença de Papus, fez cair um raio aos pés deles no prédio da rua Cabeça de Ouro, em Lyon. Papus ficou impressionado o resto de sua vida com esse fato.

Victorie Lalande e seu pai, MEM Philippe 

Em outra ocasião, quando sua filha estava inquieta por ter que atravessar sem ele, o Canal da Mancha, e de achar lá uma eventual tempestade, o MEM Philippe aconselhou-a a embarcar sem temor e, caso se desencadeasse a tempestade, dizer: ”Meu paizinho disse que o vento parasse”. Victorie Lalande tomou, pois, o navio e, tendo surgido à temida tempestade, bem no meio da travessia, foi algo de impressionante verem aquela frágil moça no meio dos elementos em fúria a lhes falar, a lhes dizer com voz firme, o que o MEM lhe havia mandado dizer; e o vendaval logo parou e tudo retornou a calma. MEM Philippe viveu sua vida a serviço da humanidade, esgotou-se sem calculo, para vir em apoio de todos os que apelavam para ele. Tinha amigos devotados ate a morte, também havia os invejosos, os ciumentos, os sectários que se esforçavam para lhe prejudicar. Seu estado de saúde alterou-se depois que houve a grande perda de sua vida. A morte prematura, em agosto de 1904, da sua bem-amada filha, a suave e jovem Victorie Lalande, por quem, de acordo com as Leis Ocultas, ele nada pode fazer; ele que curava os estranhos, os desconhecidos e que ressuscitava mortos. “Vês o que nos acontece”, disse ele a uma amiga da família, aquela que, mais tarde, deveria torna-se a nova companheira do Dr.Lalande, cuja união predisse no dia do falecimento de sua filha ao próprio Lalande. Após a morte de sua filha, Mestre Philippe tornou-se cada vez mais doente. Foi a 2 de agosto do ano 1905, com 56 anos, que esse grande Espírito, este guia que era todo AMOR, este poderoso Terapeuta das almas e dos corpos deixou o nosso plano físico, onde tinha cumprido tão fielmente sua missão e onde tinha posto em pratica a comovente lição de amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, seu Mestre e Amigo. Aqui terminando, desejamos que as bênçãos deste Amado Mestre possam estar com todos.

sábado, 26 de maio de 2012

ENCONTROS E CRUZAMENTOS: A INTRODUÇÃO DA YOGA NO BRASIL POR UM MESTRE MARTINISTA


por Mario Sales, FRC.:; S.:I.:; M.:M.:

"A primeira vez que no continente sul-americano ouviu-se falar sobre ioga foi por volta de 1920 na cidade de Buenos Aires, Argentina. Um jovem chamado Jehel, que mais tarde viria ser conhecido por Sri Sevânanda Swâmi, percorreu os pampas argentinos divulgando a ioga. A partir do fim de 1932 a ioga ganhou outros ares com a fundação do GIDEE (Grupo Independente de Estudos Esotéricos) que funcionava como uma universidade espiritual,localizado em Montevidéu, Uruguai. Ali se estudava ioga, martinismo, teosofia, budismo, vedanta…(vindas) do Uruguai, missões de membros de GIDEE percorriam o Brasil e demais países da América Latina, fomentando o estudo espiritual. Swami Sevânanda sempre esteve à frente deste grupo norteando o curso das instruções. A partir de 1937 Sevânanda casou-se com Sadhana e os dois com uma motocasa (ermida rodante) iniciaram o Movimento Alba Lucis, divulgando a ioga no Brasil e demais países do continente sul americano."
A História do Yoga [no Brasil] 

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_ioga)                                                                                  

Ainda por conta dos trabalhos de revisão da Doutrina Secreta, mandei para meu colega, o Ir.Flavio Sobral Bazzeggio, alguns esquemas preciosos de um antigo e desbotado livro chamado "A Libertação pelo Yoga", escrito nos idos dos anos 60, aliás no próprio ano de 1960, pela Editora NAP, da Rua do Lavradio, no Rio de Janeiro, por coincidência a mesma rua do Palácio do Grande Oriente do Brasil, a mais antiga potência maçônica do país. Por conta da leitura, Flavio tentou me explicar por intermédio de duas excelentes monografias a natureza dos corpos como descrita pela Teosofia. Em retribuição lhe enviei estes dois esquemas que publico abaixo, que mostram as correlações entre as diversas escolas de pensamento esotéricas, às vêzes atribuindo a algumas valores que não lhe pertencem de forma universal, como é o caso da coluna dedicada a escola rosacruciana, que na verdade, de fato não é homogênea, existindo diversas








organizações que se autointitulam rosacrucianas, como a escola de Max Heindel, a Ordem Cabalistica Rosacruz (OKR+C) e outras, e a minha, lembrada em um comentário a este post, a Antiga e Mística Ordem Rosacruz, AMORC. A própria Ordem Maçônica tem um grau cujo nome, Grau do Cavaleiro Rosacruz, revela, mesmo contra a opinião de alguns autores como Rizzardo del Camino, um intrincado relacionamento entre estas Ordens no passado e o enorme compartilhamento de valores e informações que sempre foi a tônica do movimento esotérico em todo o mundo.
Como o autor de A Libertação pelo Yoga, o professor Caio Mirand, a era um praticante e divulgador do Yoga no país, e o primeiro a publicar uma obra em português sobre o assunto, julguei ter sido ele o introdutor deste conhecimento e prática no país. Pesquisando, vi que não era bem assim.
E para ser justo, o verdadeiro introdutor da Yoga no país morreu praticamente desconhecido e só, depois de ter peregrinado por todo o país e provocado tanto a disseminação do Yoga como conhecimento, quanto a quase união das três potências maçônicas do país, um evento que deveria ter um destaque maior na mídia esotérica, mas que só agora com a Internet é possível de ser facilmente evocado.
Seu nome era Visconde Léo Alvarez Costet de Mascheville , conhecido também como Sri Sevãnanda Swami.





Sevananda em seu trailer com Sadhana
O relato está em um site dedicado a uma outra linha de trabalho espiritual, chamada "Igreja Expectante", fundada por ele e por outro iniciado , Mestre Cedaior, seu pai.
Seria apenas um levantamento histórico se não trouxesse no bojo das informações algumas interessantes informações, que mostram como todos os caminhos levam ao mesmo lugar e dele partem de novo se diferenciando para provavelmente se reencontrar mais adiante em um ponto de convergência. No site 
(http://www.igrejaexpectante.org/not_20090129_jornada.htm#)encontramos o seguinte resumo das atividades deste pioneiro.


Mestre Cedaior


A Jornada de um Homem

Visconde Léo Alvarez Costet de Mascheville – Sri Sevãnanda Swami

(Extraído do Boletim da OSA – ano 1 – nº 01 – NOV-DEZ/1991,
edição dedicada ao Mestre Sevãnanda)

1901 – Março, 22, nasce em Paris, França.
1910 – Fevereiro, 25, desembarca com seus pais, em Buenos Aires, Argentina. Ruptura com o “Velho Mundo”, a Europa.
1916 – Início do trabalho junto com o pai e Mestre Cedaior.
1919 – Co-fundador da “Igreja Expectante”.
1922 – Recebe Iniciação Mística com o nome de “Krimi”, influenciado por Paracelso, Krishnamurti, pela Kabbala de Eliphas Levi e a OKR+C, à qual Cedaior pertencia; Gnosticismo e Martinismo.
1924 – Começo das atividades como iniciador. Inicia atividades de Yoga.
1926 – “Jehel”: Presidente e organizador das Lojas Martinistas; acompanha seu pai na fundação de colônias naturistas na Argentina, que não deram certo.
1928-1931 – Experiências com Magia Cerimonial.
1931 – Com a esposa de Cedaior, Lorelair, e sua esposa Lothusia, dedica-se a “re-espiritualizar” as Lojas Maçônicas, alcançando a “quase” unificação dos 3 Orientes Brasileiros.
1933-1934 – Acompanha Cedaior nas tentativas de fundar Colônias Naturistas, no Brasil. Falece Lothusia.
1935 – União para a Obra, com Luise, até 1948, em Porto Alegre.
1936 – “Jehel”, Presidente da Ordem Martinista.
1939 – Reorganiza, em 23/12, a “Ordem Martinista da América do Sul”, em Porto Alegre.
1941 – Estuda a aplicação do Arqueômetro de Saint Yves. Mudança para Montevidéu, Uruguai, onde funda o GIDEE (Grupo Independente de Estudos Esotéricos), para onde transfere também a Sede da Ordem Martinista da América do Sul. Cria a Revista mensal “La Iniciación”. Laços restabelecidos com Sri Ramana Maharishi.
1943 – Janeiro, 22: desencarna seu pai, Cedaior, em Porto Alegre.
1944 – Início da dissolução do GIDEE, que continua funcionando.
1947 – Por Ordem Superior, dissolve todas as organizações visíveis e fecha o GIDEE, em 25 de outubro.
1948 – “Sevãnanda”, 7 de dezembro, união com Sádhãna, para poder continuar a Obra.
Dezembro, 22: Suddha Dharma Mandalam, surge o Swami, é iniciado pelo próprio Guru Subramanyananda como Iniciador Externo e sucessor do mesmo.
1949 – Fundação, por Ordem Superior, da “Associação Mística Ocidental” (AMO), em Montevidéu, Uruguai. Em 7 de fevereiro, funda o “Subramanyananda Ashram”; laços místicos e físicos com o Mahatma Ghandi. Reunião com os íntimos, em Buenos Aires. Início dos preparativos para a transferência, para o Brasil, onde vendem suas propriedades para adquirir a futura “Ermida do Serviço”, em meio de forte atividade de instalação do trabalho de Yoga.
1952 – Partida da “Cruzada Continental Pró-Paz Espiritual”, do Parque del Plata, em Montevidéu, rumo ao Brasil, com Sri Sevãnanda Swami e Swamini Sádhãna. Edita o livro “Yo que caminé por el mundo...”.
1953 – Fundação do “Monastério Essênio e Ashram de Sarva Yoga”, em Resende-RJ, nas noites de 19 e 20 de novembro.
1954 – Agosto, 2, anuncia a criação da “Ordem dos Sarva Swamis”, com base na sua doutrina de Sarva Yoga, no Rio de Janeiro.
1956 – Viagem de peregrinação a Lyon, França, onde viveu o MEM PHILIPPE. Cria a “Fundação Alba Lucis”, múltiplas atividades sociais, divulgatórias e Iniciáticas; membro da “República dos Cidadãos do Mundo”.
1960 – Início da desintegração do Ashram de Resende-RJ.
1961 – Junho, fim do ciclo septuagésimo do Monastério e Ashram de Resende, venda das terras. Partida para Lages-SC, onde viveu no “Retiro Alba Lucis”, escrevendo sua Obra em quatro volumes, “O Mestre Philippe, de Lyon”, após o que se transfere para Belo Horizonte-MG, onde assume sua vida particular, retirado de qualquer atividade divulgatória, tendo transferido a responsabilidade dos diversos setores da sua Obra aos seus Discípulos.
1969 – Retira-se para o “Sítio dos Peregrinos”, município de Betim-MG, onde passa o restante de seu tempo sob os cuidados da sua fiel Discípula e enfermeira, Sévaki.
1970 – Novembro, 6: Retorna ao Pai, após meses de sofrimento, conseqüência da absorção dos erros e defeitos dos seus Discípulos, para que eles possam levar a sua Obra à frente. No dia seguinte, seu corpo é entregue à Mãe Terra sob a bênção repentina do Sol poente, que abriu fulgurante brecha entre as nuvens cinzentas. Presentes: 22 pessoas.
Mestre: Que as Rosas floresçam na tua Cruz.

Esse relato simples, embora possa parecer objetivo do ponto de vista histórico, salta aos olhos pelo dado de que as influências das ordens esotéricas e dos mestres se expandem a ponto de dar o embasamento para o desenvolvimento de uma das práticas mais genuinamente hindus em todo o mundo.
É como se a Yoga, independente de onde tenha surgido, seja uma técnica consagrada na busca pela iluminação e perfeição da saúde física e espiritual a ponto de ser oferecida como condição sine-qua-non para a complementação da iniciação de qualquer místico, tanto quanto pelas práticas físicas como pelas mentais.
Eu que achava estranho o meu percurso que começou pelo livro de Caio Miranda, passando pela minha saudosa Academia de Yoga em 1977, passando pela Rosacruz e desaguando na Ordem Martinista e Maçônica, vejo agora que se trata de uma trajetória absolutamente banal e coerente com todos os que buscam este conhecimento, ou por outra, são buscados por ele e arrastados em sua onda. Já disse antes e repito, ninguém escolhe ser um esoterista ou um místico, mas antes são escolhidos pelo misticismo, chamados a comparecer com seu esforço para contribuir para este peculiar universo de conhecimento.
Veja que Sevananda era Martinista, dedicava-se a assuntos ligados a Magia Cerimonial, e estudava o Arqueometro de Alexandre Saint-Yves d'Alveydre. A divulgação do Yoga foi praticamente um efeito colateral, mas não inconsciente ou acidental de seu trabalho místico e esotérico.




O Arqueômetro 


Foi do trabalho de Sevananda que beberam Caio Miranda, George Kriti-kós, Vayuãnanda (Ovidio Juan Carlos Trotta). Todos professores e autores de obras de Yoga no Brasil, ao lado de José Hermógenes, com uma atividade a parte, a partir da fundação de sua academia em 1962 aonde está até hoje.



Georg Kriti-kos, Sarvananda(1922-1999) 


Em 1964 De Rose funda o Instituto Brasileiro de Yoga, e o que vem depois é sabido.
Estranho que tantas ligações me tenham passado despercebido até agora, mas a obra é infinita e a vida, curta.


General Caio Miranda(1909-1969)




Vayuananda 


quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS ROSACRUZES, PROTÁGORAS E PITÁGORAS.


Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:


Em 1975, quando cheguei aos portais da Ordem, o que me fascinou sobremaneira não eram as promessas de ingressar em segredos milenares ou em técnicas incomuns de domínio da vida. O que me atraiu foi a insinuação de que eu poderia desenvolver um trabalho científico paralelo, se bem que não na ciência ortodoxa. A possibilidade de não ser apenas um preservador da cultura mística milenar, mas também um construtor deste conjunto de informações, um colaborador, enfim, para o enriquecimento deste arcabouço de idéias e técnicas me encantava nos meus 17 anos.
Por muitos anos, foi exatamente desse modo que ocorreu. Ao mesmo tempo que as informações chegavam pelas monografias, eu era instado pelos textos a enviar relatórios e opinar acerca de dúvidas ou idéias que me chegassem pela reflexão ou pela inspiração.
No futuro, me diziam, eu deveria redigir uma monografia igual aquelas que eu recebia, e esta tornar-se-ia parte do acervo das monografias que todos os Rosacruzes liam e lêem, em toda a parte.
Outra coisa que me empolgava era a publicação regular de trabalhos científicos , de cunho esotérico na revista da Ordem, O Rosacruz, onde os cientistas que trabalhavam nos laboratórios de San Jose , na Califórnia, onde era a sede da Ordem, produziam relatórios de seus trabalhos periodicamente, sobre os princípios que a Ordem propagava.
Tudo isso, entretanto, cessou. O Rosacruz continua uma revista inspiradora, só que não traz mais nenhum relatório de trabalhos científicos e acredito que isto tenha acontecido, salvo engano, algum tempo após a transição de Ralph Lewis, nosso segundo Imperator para este ciclo de atividades.
Pari passo a este silêncio, a URCI, nossa universidade, patinou anos a fio na tentativa de produzir, pelo menos na área da Grande Loja de Língua Portuguesa, algum conteúdo significativo de conhecimento.
Lembro-me que, alguns anos atrás, considerando que pertenço a área médica, e interessado em contribuir, tentei entrar em contato com o responsável pela área de saúde da URCI nacional. Cheguei a conseguir seu celular na Grande Loja, e liguei para ele.


Pitágoras

Ele atendeu meio desinteressado e, na verdade, a ligação caiu ou ele desligou no meio da conversa sem que eu conseguisse refazer a ligação.
Tentei novamente através da Grande Loja falar com o frater, mas lá me disseram que até para eles era difícil contatá-lo. Anos mais tarde, o novo Grande Mestre resolveu tomar algumas decisões que modificaram de vez a face da URCI e enterraram qualquer possibilidade de pesquisa positivista.
Hoje fala-se apenas em um único assunto, e não existem mais as diretorias divididas por áreas de saber, como antes. Um único grupo, ligado a Loja São Paulo, orienta todo o trabalho de pesquisa da URCI, estabelecendo o que e quando será pesquisado. Que eu saiba, em nenhum lugar do país existe quaisquer laboratórios rosacruzes. Os encontros são apenas de natureza discursiva e o entusiasmo pela palavra Transdisciplinariedade é tamanho entre nossos líderes que não existe mais espaço para qualquer outra linha de trabalho.


Arquimedes

Neste mês estou fazendo uma homenagem com a foto estampada na capa do blog, ao grupo de artesãos da Loja Recife, e através deles, todos os artesãos da Ordem Rosacruz aonde quer que estejam.
Como se sabe, no entanto, é muito difícil reunir os artesãos para as suas 4 reuniões anuais prescritas.
Alguns que são do meu tempo, embora não falem, ressentem-se do excesso de discursos, da leitura de textos que já conhecem de cor, e anseiam pela prática de técnicas que possam trazer novas habilidades ou aperfeiçoar as antigas.
Sabendo disso, o grupo de Recife, numa mudança de estratégia, resolveu dedicar os encontros a realização de experimentos avançados, baseados nas monografias que todos recebem ou receberam. Com isso, demonstrando o quanto existe uma ânsia por uma abordagem mais positivista do trabalho rosacruciano, os números de artesãos que compareciam a reunião , que não ultrapassava uma dezena, hoje é 3 x maior.
É em função de experiências como essa do Recife que acredito piamente que estamos na direção errada.

Protágoras de Abdera

Precisamos voltar a encarar o trabalho de AMORC como um trabalho de elaboração de conteúdo e conhecimento objetivo e não só subjetivo, para que não nos transformemos aos poucos numa escola de sofistas, mestres no discurso, mas sem grande interesse ou habilidade na busca da verdade ou da técnica.
Os Rosacruzes não são filhos de Protágoras mas de Arquimedes e Pitágoras.
Nós não temos ambições semânticas, por mais que eu reconheça que o intercambio entre as diversas áreas de conhecimento seja de grande importância.
Nosso misticismo se confunde com a prática, como na alquimia, que depois levaria a química.
Dalton, o atomista, era Rosacruz.
Aonde estão nossos pesquisadores?
Aonde nossos trabalhos técnicos?
A própria palavra "técnica" parece que hoje perdeu prestígio e alguns a pronunciam com reservas.
E como é possível que seja assim se, como eu e muitos artesãos lembram, a palavra técnica era o carro chefe do discurso de H. Spencer Lewis?
Não sei se meus sentimentos são isolados.
Gostaria de ouvir a opinião de outros artesãos como eu e como os membros do grupo de Artesãos da Loja Recife, que com a orientação de frater Reginaldo resgataram o prazer e a alegria de praticarem ciência rosacruz em templo, como era nosso mister 30 anos atrás.
Só experimentos, sem discursos, sem blá-blá-blá.

domingo, 13 de maio de 2012

ROMANTISMO E ESOTERISMO


Por Mario Sales, FRC.:;S.:I.:;M.:M.:

Já acusaram as escolas esotéricas de serem o refugio de pessoas infantilizadas, que buscam nessas agremiações algum falso status social, local, tentando envolver sua filiação em valores absolutamente fantasiosos.
Assim seriam por exemplo as referências às origens tradicionais milenares de algumas ordens, as quais conseguem, no mais das vezes, comprovar com documentos alguns séculos, algo em torno de sete ou oito deles (como se isso fosse pouco), com documentos datados do século XIII ou XII em outras ocasiões.
O vácuo documental daria então margem a um sem numero de invencionices e mitos que, por não poderem ser comprovados ou negados, tornam-se objeto de crença de seus membros, e como tal, matéria de caráter dogmático, não sujeito a verificação ou ao debate.

Essa é a tese defendida por um texto que chegou a ter alguma penetração no meio esotérico, um volume denso, mas às vêzes agressivo, cujo título é "A Verdadeira História dos Rosacruzes (no título em inglês), os Invisíveis - de um escritor chamado Tobias Churton. No Brasil, o livro foi traduzido e publicado pela editora Madras.
O autor, aliás, tem uma franca antipatia pelo trabalho de Harvey Spencer Lewis e pela sua obra na AMORC.
Se procurarmos no índice do livro o capítulo referente a H.S.Lewis encontraremos comentários explícitos e implícitos de suspeita sobre a seriedade de seu trabalho, a começar por dar-lhe com destaque a profissão de publicitário, quase numa insinuação não tão velada de que tudo que possa ter feito não passou de um simples golpe de marketing.


Tobias Churton
O Sr Churton tem o sagrado direito de expressar sua opinião. Não que isto em nada modifique a enorme influência no mundo ocidental do trabalho de H.S.Lewis e depois de seu filho, Ralph Lewis, na propagação da mensagem rosacruciana.
Ele, entretanto, atira em algo que viu e acerta naquilo que não viu, quando tece comentários sobre a enorme capacidade do ser humano de crer em coisas que não tem como provar. Ele diz que "a credulidade humana é infinita..."[1] e que só por isso o trabalho de Spencer Lewis prosperou, já que ele afirmava que as origens da Ordem Rosacruz remontavam aos tempos dos faraós e das pirâmides sem que tivesse meios de provar tais afirmações.
Sim, é verdade. Não temos referencias históricas em papiros ou achados arqueológicos onde o nome da Ordem da Rosa Vermelha e da Cruz Dourada apareça de forma inequívoca , o que sustentaria a tese de que suas origens reais são egípcias. Trata-se de uma informação, repassada entre nós, com a qual concordamos em trabalhar. Jamais nos demos ao trabalho de comprová-la porque na verdade, isto não tem importância para o âmago do trabalho da AMORC.
Pois se fossemos levar ao paredão todas as afirmações veiculadas por Ordens Esotéricas as mais variadas , desde a Ordem Maçônica e sua insistência em ver relações históricas com a Ordem dos Templários, uma Ordem de cunho Católico Cristã, quanto as estruturas sobre as quais se baseiam todo o edifício da Escola Teosófica, de Madame Blavatsky, já que ela apóia a Doutrina Secreta, sua obra mais importante, em textos que jamais foram encontrados, as chamadas Estâncias de Dzyan.
Digo que essas coisas não importam porque podemos usar para avaliá-las a mesma ótica que Foucault usou ao analisar a cientificidade da Psicanálise.
Durante um acirrado debate entre epistemologistas que atacavam a psicanálise como um método altamente subjetivo e por isso não científico, Foucault  declara :
" Não importa se a psicanálise é ou não científica, já que ela é extremamente fecunda."
A importância das escolas esotéricas portanto não está nas suas origens históricas, documentadas ou não, mas em seu trabalho no presente.
Rosacruzes têm um enorme interesse histórico porque são extremamente curiosos. Gostariam de comprovar suas origens mas apenas por motivos acadêmicos e arqueológicos. Muitos membros de AMORC são arqueólogos em atividade, o que em nada os obriga a crer em idéias que não tenham comprovação científica, como bons e dedicados membros da comunidade positivista internacional. Isto em nada interfere em suas afiliações porque eles usufruem de modo satisfatório dos conhecimentos que receberam das monografias e dos livros de AMORC em suas vidas pessoais, hoje e agora.
Se os ensinamentos que receberam são ou não originários do Egito Antigo, isso em nada muda a eficácia dos mesmos. E enquanto funcionarem , serão em si mesmo a prova de sua importância enquanto um saber de utilidade indiscutível.
Por isso recomendo sempre que posso aos Irmãos maçons em Loja, ou aos Rosacruzes quando em reuniões da confraria, que não olhemos para o nosso passado com atenção demasiada, sob o risco de nos tornarmos estátuas de sal como a mulher de Ló em Gênesis 19,26.
Estas referências têm lá sua beleza e seu encanto mas como bem lembra este crítico de AMORC, Tobias Alex Churton, não são demonstráveis, e se prestam apenas a discussões estéreis como a que ele mesmo levanta em seu livro.
O que importa sim, para a Maçonaria, para a Rosacruz, seja a AMORC ou outras denominações, para a Escola Teosófica, é o que elas podem fazer pelo esoterista e pelo místico de hoje, no século XXI, se são ou não capazes de melhorar sua performance social e humana, no aqui e no agora.
Se a resposta a esta questão for sim, a seriedade de seus fundadores, homens e mulheres que ao contrário do Sr Churton não buscaram polemicas nem a fama pelo ataque simples a reputação de outros, principalmente aqueles que não podem mais se defender, estará comprovada não pela origem dos seus remédios, usemos essa imagem, mas pela cura que proporcionam àqueles que os utilizam.


[1] Na tradução da Madras existe um provável erro de tradução que verte para português a frase "a incredulidade humana é infinita" e não "a credulidade", como o contexto indica que deveria ser. Preferi fazer a referência do jeito que me pareceu  mais consoante com a linha de pensamento do autor.

domingo, 6 de maio de 2012

HOMENAGEM A TODOS OS ARTESÃOS ATRAVÉS DO GRUPO DA LOJA RECIFE


Todo Artesão rosacruz é um ser humano diferenciado, pelo fato de que, em cada grupo de 1000 neófitos novos na Rosacruz apenas um deles chegará a artesão. Logo, só por ter atingido um tal grau, demonstra sua perseverança, paciência e compromisso com o trabalho de AMORC, e de resto com qualquer trabalho de duração alquímica, longa, trabalhosa. Por isso parabéns a todos os Artesãos desta nobre Ordem, aonde quer que estejam, e que o Cósmico os proteja, no Trabalho, na Lealdade e na Humildade características de um Artesão.