UM EXERCÍCIO SOLITÁRIO, POÉTICO E FILOSÓFICO, BASEADO NO PRECEITO ROSACRUZ DA MAIS COMPLETA LIBERDADE (POSSÍVEL) DENTRO DA MAIS PERFEITA TOLERÂNCIA (POSSÍVEL). O MARTINISMO E O ROSACRUCIANISMO COMO REFLEXÃO.
Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).
CABALA PARA LEIGOS
Eu sou um leigo em Cabala.
Fui iniciado no assunto por Mestra Diva Ogeda, há cinco anos. Depois prossegui meus estudos, lenta e progressivamente, como cabe a um pai de família que tem obrigações sociais com seus clientes, filhas, esposa e pais.
Arrisquei-me a organizar e conduzir recentemente um estudo de 3 dias sobre as letras hebraicas com uma pitada de Árvore da Vida, conceito importante e caro a todos os cabalistas. E claro quanto mais estudo, mais percebo o quanto não conheço. Só que minha auto crítica é bastante realista e minha consciência de minha própria ignorância completa. Por isso, estou pronto para mais dez anos de preparação para começar a entender o que se traduz por Tradição,ou Aquilo que foi recebido, em língua hebraica Cabalá.
No momento sou ainda um leigo e os três livros básicos para este estudo já estão em minhas mãos com comentários muito esclarecedores do rabino Arieh Kaplan, mas nenhum deles se abre para seu leitor de forma graciosa.
São eles o Sepher Yetzirá, Sepher Bahir, e o Sepher Zohar, este último editado pela Polar, de Américo Sommerman, este magnífico organizador de conhecimento esotérico profundo, grande conhecedor e tradutor de Jacob Boheme.
Como eu disse, ao ler as primeiras linhas de todos os três livros citados, minha primeira sensação foi de desalento, de desânimo. Nada fazia sentido e eu senti a dificuldade de quem não cresceu na colônia judaica e nunca fez um curso de introdução a estes textos.
Foi com alegria no entanto que li esta pequena passagem deste mestre, chamado Arieh Kaplan, comentando os ensinamentos do Bahir. Diz ele:
“Quem ler meramente como qualquer livro , encontrará longas passagens que fazem pouco o nenhum sentido. Não é tema para leitura casual, mas para estudo sério e concentrado, o que fazia sentido para os antigos cabalistas, para os quais os principais textos foram escritos para serem compreendidos apenas quando analisados como um todo integrado. Somos advertidos” continua ele “de que quem lê sobre Cabala de maneira literal e superficial, decerto não a compreenderá.”
Isto foi consolador.
Sei agora que primeiro: este texto foi feito para poucos; muito bem, até aí, nada de novo; mas além disto, estes poucos precisam de orientação em sua jornada, e muita paciência, o que também parece bastante óbvio; só que ver alguém do calibre de um Arieh Kaplan dizendo isto com todas as letras é realmente consolador.
Vê-se que não estamos diante de um texto datado, de uma época muito distante da nossa, e por isso coberto com os véus do tempo, das épocas.
Além destes véus, existem os véus propositalmente colocados por aqueles que o redigiram, os quais, voluntária ou involuntariamente, dificultaram a compreensão do que estava escrito exigindo de quem fosse aos textos uma determinação incomum, pelo menos sincera, em desvendá-lo.
Belo desafio, absolutamente aceitável para um exegeta místico, habituado a lidar com textos desta ordem, deste calibre.
Mais confortado, preparei-me não para uma luta, mas para uma longa diversão.
Se for a vontade de Cósmico passarei os próximos anos me divertindo em explorar estas linhas e convido meus amigos a participarem disso, seguindo sempre as orientações de Arieh Kaplan e de Mestre Reginaldo, meu frater do Recife, meu novo orientador no assunto e um leitor destes textos mais antigo do que eu.
Conversando com um amigo que não é versado nestes assuntos, recebi a propostas de deixar no Blog uma área para estes assuntos, de forma que quem quisesse pudesse acompanhar.
Atendendo a sua sugestão, abro hoje esta página de Estudos, não de debates, aberta a colaboração de todos os frateres e sorores que quiserem participar e colaborar.
Espero que possa ajudar a outros buscadores neófitos neste assunto como eu, conscientes como qualquer rosacruz que o conhecimento é sempre infinito, e o divertido é persegui-lo, nesta selva agradável que se chama a Tradição.
Que tenhamos, todos, uma boa caçada.
Começaremos pelo princípio: O Sepher Yetzirá, mas isto fica para a próxima postagem.
Grande Abraço
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