Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

quinta-feira, 28 de julho de 2011

PAPAGAIOS E HOMENS



Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:



Chama a atenção o sem número de frases e conceitos que são repetidos de maneira acrítica, como um simples eco, no discurso cotidiano social.
Precisamos pensar mais sobre aquilo que falamos e nos surpreenderemos encontrando sentidos ocultos ou paradoxos aparentemente ocultos, mas que na verdade sempre estiveram às claras e, se não foram vistos, a culpa pode ser atribuída à cegueira do hábito.
Por exemplo, na frase “Livre e de Bons costumes”, muito conhecida e repetida entre membros de uma tradição esotérica.
Quem pode ter bons costumes se não foi tolhido pela Educação na sua liberdade desenfreada, descuidada? O que é educar senão podar, reprimir maus hábitos, maus costumes, que embora considerados maus ainda assim são manifestações às vezes legítimas e instintivas do comportamento humano, como as cinco necessidades básicas da vida: ar, água, alimento, abrigo e afeto.

Se temos sede ou fome devemos saciar ambas as necessidades, mas saciá-las de modo socialmente adequado, o que quer dizer que existem regras para fazer tal coisa que impedem que a busca da minha satisfação não se transforme em desconforto ou sofrimento para aquele que está ao meu lado.
Vejam uma criança pequena por exemplo. Se ela quiser um pirulito que está na mão de outra criança ela simplesmente o tomará do colega, sem culpa ou remorso. Seguirá o impulso do seu desejo de modo espontâneo, pois ainda não tem dentro de sua mente quaisquer condicionamentos restritivos à atitudes chamadas anti-sociais como o roubo de propriedade alheia. Não tendo sido educada, condicionada neste particular, não saberá o que é respeitar o direito do outro, e assim desrespeitará este aspecto básico da convivência em grupo sem culpa.
Jamais faria isto se fosse uma pessoa adulta educada, condicionada.
Ou seja, alguém que têm restrições aos seus atos, que tem limites aos seus atos, por conta de sua educação.
Educar é impor limites a si  mesmo e à outros.
Não há possibilidade, portanto, de que alguém educado, dito de outra maneira, “de bons costumes”, seja, sob qualquer aspecto, livre.
Mesmo assim repetimos como papagaios todos os dias esta frase descabida como se fosse algo dado e aceito de maneira simples e óbvia.
Existem outros exemplos, mas por enquanto, este já é suficientemente didático.

sábado, 23 de julho de 2011

O LEGADO DE EMOÇÃO NA TECNOLOGIA

Trinta anos atrás, Carlos Alberto e Pedro Freire, ambos Frateres Rosae Crucis, filiados à Loja Tijuca, de comum acordo com a Grande Mestra, sóror Maria Moura, por sinal também egressa da mesma Loja, realizaram um trabalho antológico com a publicação com o que se chamava na época em Long Play (LP) a popular "bolacha", através da Renes Editora, do memorável "A Cruz e a Rosa", uma gravação cujo lado principal trazia uma coletânea de excertos de místicos e filósofos de todos os tempos, acerca da Sabedoria Universal. No lado B, Frater Freire narrava "A História de Aishá", belíssima dramatização da constituição da Vida no Universo. Graças ao You Tube, que já me deu a face e a voz de Claudio Ulpiano, posso repartir com meus companheiros de Ordem este maravilhoso trabalho. Espero que desfrutem tanto quanto eu.


Frater Pedro d`Alcântara Freire Netto (*25/02/1925- +28/09/1999)

Frater Carlos Alberto (Porto Alegre, 11/06/1925 - Rio de Janeiro, 6/05/2007)

A música ao fundo é o piano de Luiz Eça.
Ah, a propósito: conheci a ambos pessoalmente. Estive com Freire em dois fóruns de grau na Loja Tijuca. Humilde como qualquer artesão, fazia questão de lembrar que tinha passado todos os seus bens para seus filhos e que não tinha nada em seu nome.
Carlos Alberto, acompanhei como Orador da Ordem em uma cerimônia que para mim foi particularmente comovente, quando no Grade Oriente do Brasil, na Rua do Lavradio, participei com outros rosacruzes e maçons, de uma cerimônia de congraçamento entre ambas as Ordens, em 19 de setembro de 1976, presidida, de um lado, pelo sereníssimo Soberano Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil - GOB, o Irmão Osmane Vieira de Rezende, ao lado de nossa saudosa Grande Mestra Maria Moura, ambos paramentados com todo o fausto de seus cargos, ocasião em que o Frater Carlos Alberto fez o discurso defendendo a liberdade de pensamento. O medalhão comemorativo do evento está abaixo, retirado do site da Loja Luz no Horizonte, de Goiânia,GO. (http://www.masonic.com.br/monumentos/rosacruzes.htm)




Também estaríamos juntos em um pequeno espaço inexplicavelmente abarrotado de gente, que me lembrou uma passagem de "As Mansões da Rosacruz", de Raymond Bernard, pai de nosso atual Imperator, quando da sagração do templo do Capítulo Méier da AMORC, hoje Loja Méier, na Rua Fábio da Luz. Curiosamente, no mesmo momento em que o frater abria a cerimônia, a cantora e sua ex esposa Maysa morria em um acidente automobilístico na ponte Rio Niterói, às 19 horas, se não me engano, um sábado, em um cruzamento das histórias do país e da AMORC.

A CRUZ E A ROSA, com Carlos Alberto , A Filosofia Perene, parte 1

A CRUZ E A ROSA, com Carlos Alberto , A Filosofia Perene, parte 2

A CRUZ E A ROSA, Frater Freire, A História de Aishá parte 1

A CRUZ E A ROSA, Frater Freire, A História de Aishá, parte 2

POR QUE SER ROSACRUZ


Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:





Já comentei, talvez para espanto de alguns, que o misticismo não traz felicidade, pelo menos não aquela dos sorrisos de propagandas de creme dental, tão comuns em nossos televisores.
O fato de nos tornarmos místicos e de nos filiarmos à uma Ordem Tradicional Esotérica e Mística tem, como expliquei, muito mais a ver com uma tendência pessoal, um chamado, um atender a uma convocação íntima, do que com uma escolha particular em busca de sucesso no cotidiano.
A pergunta que ficou foi se não haverá nenhuma vantagem em tal filiação. Se ela é apenas conseqüência de uma atração irresistível na qual seremos absorvidos como em um tufão, perdendo o controle de nossos atos, de nosso destino.
Não é bem assim.
Existe um lucro importante na prática rosacruz como em todas as práticas que visam dar ao indivíduo um subsídio para lidar com sua existência e seus problemas, mundanos ou não.



E o nome desta pequena coisa fundamental ao equilíbrio e ao progresso pessoal, seja material ou espiritual, aquilo que nos distingue entre nós mesmos, que nos faz vencedores e realizados, independente de termos tudo o que achamos necessário, resume-se em uma simples e singela palavra.
Serenidade.
Se para Descartes tudo o que fazíamos era em busca da felicidade, tudo o que o místico faz, na minha opinião, o faz em busca da Serenidade.
Sem Serenidade os problemas humanos tomam uma dimensão descabida, assustadora.
Sem Serenidade, o medo invade nossa existência e nos transforma em reféns dos acontecimentos e um joguete nas mãos das emoções.
Sem Serenidade, nossas emoções deixam de ser nossas e, ao contrário, nós passamos a ser seus servos.



Não é o tempo que gera Serenidade, nem a idade avançada que gera sabedoria. A Serenidade é conseqüência direta da educação.
E Escolas Místicas, como o nome diz, são Escolas, visam ensinar alguma coisa, e a mais importante dessas coisas é, sem dúvida, a Serenidade ao encarar as vicissitudes cotidianas.
Muitos supõem que Escolas como a AMORC são secretas ou discretas, como prefiram, por que tem algo a esconder.
Na verdade melhor seria se pudéssemos contar o que sabemos para o maior número de pessoas em toda a parte.
E é isto que fazemos diariamente recebendo graciosamente milhares de pessoas em nossos portais de iniciação, pessoas que nos procuram por vários motivos, muitas vezes motivos totalmente equivocados.



Um deles é imaginar que tornando-se membro de AMORC terá acesso a informações prontas e acabadas que tornarão sua vida, em um passe de mágica súbita e simples, um paraíso na Terra.
Ou que nosso segredo tem a ver com uma Magia Fantástica que guardamos em nossas monografias e que, se revelada, tornaria seu conhecedor um semideus.
Tais tolices ocultam o verdadeiro tesouro que a AMORC, como todas as escolas esotéricas tradicionais e religiões de profundidade espiritual guardam para transformar cada um que os consegue descobrir.



O mais curioso é que os Rosacruzes não dão nada a ninguém. Tudo o que fazemos é abrir corações e mentes para o poder já presente dentro deles mesmos, revelar-lhes seu poder pessoal, adormecido ou esquecido por uma educação materialista e perversamente enganadora, que os aprisiona a valores limitantes, a convicções inadequadas na busca da plenitude.
Tudo que escondemos é o quanto de Sagrado vemos neste poder interior de todos os homens e mulheres que nos procuram têm dentro de si.





Para nós na AMORC, esta característica, esta pequena centelha de luz interna é o que nos diferencia das bestas ou das coisas inertes: a consciência, a centelha divina que nos aquece e sustenta, dia após dia.
Sabemos que esta pequenina luz é a manifestação de uma intensa energia e que é preciso muito cuidado ao manifestá-la.
E que acima de tudo, só através da Serenidade podemos percebê-la e manifestá-la, da mesma maneira que só após silenciarmos nossa própria voz somos capazes de ouvir uma canção suave ao longe.



Ao ouvi-la, podemos procurar nos aproximarmos dela, lentamente, até que seu som se torne alto o bastante para orientar nosso próprio ritmo interno, harmonizando-nos, colocando-nos em fase com a Canção Universal.
É ou não algo para se preservar com carinho, zelo e discrição?
Justifica ou não o Mistério?
Não há, com certeza , tesouro mais precioso.
Que a Serenidade, que os rosacruzes chamam de Paz Profunda, esteja em todos que lerem estas palavras e reconhecerem sua própria história pessoal.
Assim Seja, e se for da vontade dos Mestres e do Cósmico, Assim É.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

SINAIS


Por Mario Sales, FRC.: ; S.:I.: ; M.:M.:

Meu pai corta a caixa de leite de um modo muito peculiar.
Ele gosta de dar um corte em uma das pontas e fazer uma pequeno corte na parte de cima e no meio da caixa, pequeno, segundo ele apenas o suficiente para que o ar entre.
Sempre achei este método insatisfatório.
Corto habitualmente as pontas de um lado e de outro e abro um buraco generoso que evite o "soluço" do leite que sai do bico aberto da caixa e com isso impeça um acidente matinal na mesa do café.

O pai não está aqui em São Paulo; foi ao Rio resolver algumas pendências e ficou de voltar esta semana.
Para minha surpresa me deparei com uma caixa aberta ao seu estilo, uma pequena abertura em uma das pontas e um talho na parte do meio, em cima, sem outra abertura atrás.

Na sua ausência deduzi que era obra de minha mãe, ou de minha filha menor, que às vezes segue o passo do avô; mas reconheci neste modo de abrir a caixa de leite a assinatura de meu pai, sua presença intelectual, seu estilo.
É como se ele estivesse já em casa e tivesse chegado antes de mim na caixa de leite, embora não esteja aqui de verdade.
Pensei no quanto estas considerações se assemelham a nossa relação com o Altíssimo. Incompreensível, impensável, indefinível, para sempre Misterioso em Sua Grandiosidade.
No entanto Sua Criação transborda de suas marcas , de seu estilo arquitetônico, em suma de seus sinais, que refletem a sua presença intelectual em tudo que tocamos, cheiramos e vemos.
É pela Sua Obra que O conhecemos, é o que se diz.
Como na caixa de leite em cima da mesa.
Uma assinatura e uma presença indiscutível, apenas na maneira de cortar a caixa.
Sinais de Sua presença. Inconfundíveis sinais.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

SOBRE AS ORIGENS HISTÓRICAS DA CABALA


por Mario Sales e Reginaldo Leite, ambos FRC e SI


Fosse eu mesmo judeu e, por força da tradição e da educação, afirmaria sempre, com convicção, que o Cabala é uma tradição e um saber genuinamente judaico, que sua origem está na revelação de Moisés e não discutiria outra explicação além desta.
Só que não sou judeu.
Tenho a liberdade reflexiva de quem não está confinado a uma única explicação por força de a educação ou da tradição religiosa.
Não me espantei portanto, quando Mestre Reginaldo compilou algumas possibilidades e referências sobre a constituição histórica do Cabala, onde a origem judaica é apenas uma possibilidade dentre muitas.
As propostas são fundamentadas em depoimentos de vários sábios místicos, de Fabre D´Olivet até Helena Petrovna Blavatsky.



Transcrevo-as abaixo como recebi de meu erudito companheiro de Ordem. Deixo a vocês a reflexão sobre as implicações desta informação na noção de que todo nosso conhecimento procede de uma única fonte comum, e que Babel é apenas a representação alegórica de um cataclismo geológico que forçou a dispersão de uma única cultura em centenas de culturas com dialetos da língua mãe diferentes que em pouco tempo se transformaram em línguas autônomas eles mesmos.
Vejamos as possibilidades elencadas pelo nosso querido Frater:

Comentários sobre a Origem e  Autenticidade da Cabala

Compilação do Frater Reginaldo Leite

A ciência cabalística era denominada nos meios Universitários metropolitanos como "A Sabedoria", tendo-se o Egito como berço comum. A respeito da autenticidade da origem da Cabala ou Kabbalah, citamos abaixo alguns dados de pesquisas de Saint Yves d’Alveydre, Adolphe Franck, H. P. Blavatsky, Papus e relatos de Flavius Josephus e Maneto. Abaixo alguns relatos sobre a origem da Cabala:

Os Judeus e os Caldeus
Registra-se que a Cabala foi originada dos Caldeus e trazida por Esdras e Daniel. Procuraram transmitir fielmente o que foi transmitido pelos caldeus. Segundo Saint Yves d’Alveydre. a Cabala já fazia parte integrante dos estudos dos caldeus segundo pesquisas pessoais e documentos arqueológicos. H. P. Blavatsky registra que os caldeus e os sistemas mais antigos eram idênticos à Cabala. (ver “O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência – Secção III, de H. P. Blavastky) 


Os Israelitas
Diz-se que a Cabala Judaica foi derivada dos egípcios com os seus hieróglifos e que as chaves dos conhecimentos estavam com os egípcios, os Hierofantes. Segundo alguns israelitas, Moisés trouxe o ensinamento que aprendera com o povo egípcio antes da dispersão das dez tribos não-judaicas, e que por sua vez, o povo egípcio aprendera da  civilização Atlante.

Os Sumérios
Alguns mencionam que a Cabala é um sistema místico sumeriano, que transmitiram os mistérios para o Egito e a Índia. Os sumérios foram sucedidos pelos babilônicos e que transmitiram os ensinamentos para os judeus.

Os Brâmanes
Os ensinamentos cabalísticos já estavam dentro da universidade bramânica, que por sua vez se expressavam numa língua adâmica chamada de Vattan.


Os Essênios
Segundo o historiador Flavius Josephus,(37-100 d.C.) os escritos dos ensinamentos cabalísticos estavam em poder dos Essênios, principalmente na posse de um judeu essênio chamado de Menachem. Estes ensinamentos eram cuidadosamente guardados por eles para evitar sua perda que eles alegavam ser um conhecimento da tradição. Entretanto, alguns historiadores da era atual, não aceitam a conexão dos Essênios com a Cabala.



Os Egípcios
Diversos filósofos místicos compreendem que os egípcios foram colonizados pelos Atlantes e assim tiveram o conhecimento da Cabala. Alguns dizem que a palavra é derivada de três conceitos egípcios com o KA (o espírito do indivíduo a respeito de sua realidade particular), o BA (definida como o corpo ou realidade física em nossa realidade específica) e ANKH como a Força Vital, o Corpo de luz.
Em “A Kabbalah Revelada” de Knorr von Rosenroth diz-se que Moisés aprendeu toda sabedoria do Egito e foi iniciado nos conhecimentos da Cabala e converteu e assentou os princípios nos primeiros quatro livros do Pentateuco em conexão com o quinto.

Os Rabinos
Os rabinos contam que a Revelação da Torah oral foi dada a Moisés no  Monte Sinai (Horeb) juntamente com a Torah, bem como  a sabedoria esotérica da Cabala fora transmitida na língua hebraica. Segundo os rabinos, a Cabala tem as bases em Moisés.

Só para constar, a tradução para o português do livro de Knorr von Rosenroth foi publicada pela editora Madras e está disponível no mercado nacional.

domingo, 17 de julho de 2011

A IMPORTÂNCIA DO “OOOHHH”

Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:


Gostaríamos de realizar experimentos inquestionáveis e cujos resultados fossem indiscutíveis ou não contestáveis por séculos, pelo menos, com a simplicidade de uma maçã que cai do pé e dá a base para a noção de gravidade ou uma banheira cheia d’água na qual, quando entramos, desloca uma quantidade de água proporcional ao volume de nosso corpo.
Nem sempre é assim. O pensamento, às vezes, vai além da demonstrabilidade e ficamos a inventar experimentos, como nesta época quântica que vivemos, para demonstrar conceitos indemonstráveis no mundo comum e cotidiano.





Seria divertido e refrescante voltar à uma época (curioso o que vou dizer) menos abstrata, em que podíamos ver e mostrar o que queríamos demonstrar através de nossos experimentos, fazendo com que aqueles que estivessem a nossa volta fizessem em coro o “OOOHHHH” da perplexidade que tanto alegra o pesquisador ou o cientista quando demonstra com sucesso sua hipótese a uma platéia de céticos.



Da mesma maneira que o ovo que Colombo colocou de pé diante dos reis de Espanha.
Faz tempos que, em ciência, este “OOOHHH” não é compartilhado por todos. Como o conhecimento tornou-se extremamente complexo e refinado, o comum dos mortais na maioria das vezes fica ao largo deste momento mágico que é ver demonstrado um conceito e não usufrui de um dos mais deliciosos prazeres da prática científica: a constatação prática de uma teoria, sua consolidação através da experimentação.
Este encanto deveria ser repartido entre todos. É isto que torna iguais homens e crianças, velhos e moços, negros e brancos, judeus e cristãos, árabes e sikhis: a alegria de comprovar determinada idéia, determinada proposição.

Os Rosacruzes dependem deste “OOOHHH” para manter seu interesse pela prática rosacruz. É na constatação da realidade de seus axiomas e postulados pela prática que se fundamenta sua lealdade ao conhecimento adquirido na Ordem e sua vontade de continuar estudando nossos princípios e teorias.
Não podemos abdicar desse valor intrínseco a nossa filiação à AMORC.

Ser Rosacruz é praticar nossos ensinamentos teóricos e constatar sua realidade através da experiência cotidiana e pessoal, sem que outros tenham que nos dizer que aquilo funciona, mas percebendo, nós mesmos, que uma técnica qualquer aprendida em algum grau, funciona porque testamos quando precisamos e obtivemos um retorno magnífico e indubitável.
Toda vez que percebermos que estamos ouvindo discursos demais e praticando de menos devemos nos preocupar.
Algo está errado com nossa filiação.


Precisamos redescobrir a alegria da descoberta, da comprovação científica, do “OOOHHH” que fideliza o estudante rosacruz às suas monografias, aos seus rituais, aos seus ensinamentos.É só através disso que tudo que estudamos ao longo de décadas em nosso sanctum privado no lar ou em nossos corpos afiliados começa a fazer sentido para nós e fortalecer os laços que nos unem a esta maravilhosa instituição mística à qual temos a honra de pertencer.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A CASA DOS ROSACRUZES

Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:

Retorno depois de mais uma revisão do 6° grau na Morada do Silêncio com um grupo de Frateres e Sorores rosacruzes, analisando as aproximadamente 25 monografias que compõem o grau, tanto na forma antiga como foi ensinado nas minhas monografias de 1979, chamadas de “papiros” pelos meus amigos, como nas novas monografias revistas que estão sendo enviadas aos rosacruzes que fazem o grau atualmente.




O que fica deste período de trabalho é o reforço de laços de fraternidade entre todos nós e o amor ao conhecimento que traz pessoas de Assunção, no Paraguai, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba a se reunirem em um local afastado e bucólico por três dias para discutir assuntos esotéricos e delicados ainda nos dias de hoje.
A força dessa Ordem vem desse movimento de busca pela informação, de amor ao esclarecimento, de carinho mútuo em ambiente fraterno marcado pela troca constante de informações e idéias que sempre acontece paralelo aos cursos e encontros.

Como não éramos em grande número, por conta provavelmente da convenção internacional próxima, mês que vem, o que restringiu a possibilidade de outras inscrições pelo natural encarecimento de duas viagens a Curitiba em um período tão curto, os administradores da Morada, o casal Avelino e Celi, que sempre nos recebem com competência, alegria e simpatia, prepararam uma “távola quadrada”, em suas palavras aonde fazíamos nossas refeições pela manhã, no almoço e à noite, o que reforçou o aspecto comunitário de nossa convivência e permitiu o estreitamento dos laços de amizade entre todos os que dividiam a mesma mesa e o mesmo alimento, fosse o alimento físico como o alimento cultural e espiritual.
Trago como sempre lembranças de novos amigos feitos entre meus companheiros de Ordem e do reencontro de outros tantos que fazem parte deste corpo de pessoas cuja única missão na vida é buscarem, juntos, um pouco mais de sabedoria para suas vidas e disseminarem o bem por todo lugar onde compareçam.
Só peço ao Cósmico que abençoe a todos, aonde quer que estejam, e que possa encontrá-los mais vezes na Morada do Silêncio para outras maratonas.
Ela é a nossa casa, a Casa dos Rosacruzes.




terça-feira, 5 de julho de 2011

PONTES


Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:

Em setembro de 2010, publiquei um ensaio intitulado “AMORC, POSITIVISMO E MISTICISMO”, defendendo o retorno da AMORC ao seu trabalho de pesquisa como foi até 1981, quando a Universidade Rose Croix  publicava regularmente seus projetos e progressos em "O Rosacruz" para que toda a Ordem pudesse acompanhá-los.
Na época, aquilo me encantava. Sonhava em contribuir para este trabalho, mas os anos passaram e os ecos deste empenho foram ficando cada vez mais fracos.
Universidade Rose Croix

O prédio da Universidade Rose Croix em San José era para mim o templo da ciência rosacruz.
De lá pra cá, já não sei mais nem se alguma pesquisa é feita pois os relatos regulares desta nobre entidade cessaram, pouco tempo depois da publicação, coordenada pelo Grande Mestre da Época, Frater Charles Vega Parucker, da coletânea “Homem, Alfa e Ômega da Criação” em dois volumes.
Charles V. Parucker

Agora minha obsessão é restaurar esta época, e provocar a ciência ortodoxa com um projeto genuínamente rosacruz que tenha impacto epistemológico e não seja apenas mais um foco de debate. Precisamos de pontes objetivas entre misticismo rosacruz e ciência ortodoxa.



Como por exemplo aperfeiçoar a idéia do Dr Walter J. Kilner e aprimorar seus famosos óculos de dicianina. Ou de pinacinal, que não faço a menor idéia o que seja, que foi usado nas experiências dos laboratórios da U.R.C., em San José, esforço que está publicado na coletânea citada acima.
O próximo momento da medicina será o energético, esta é a minha intuição. E tudo se acelerará se céticos e místicos puderem juntos contemplar outra dimensão de manifestações tão sutis quanto aquela das energias emanadas do corpo humano, com instrumentos simples e capazes de permitir observações seriadas e reprodutíveis a quem tenha dons de observação ou não.Proporei ao Grande Mestre atual este projeto de pesquisa, seguindo o proposto no texto de Kilner, The  Human Atmosphere, já traduzido para o português e publicado pela editora Cultrix com o nome "A Aura Humana".

Acho uma linha mais pragmática do que discutir aspectos teóricos de transdisciplinariedade, que com todo o respeito, faria sentido se houvesse algo a sedimentar esta ponte entre uma e outra linha de pensamento.
Sem algo objetivo para ser posto em cima da mesa, acredito que não haja muito interesse dos cientistas ortodoxos em conversar com um grupo de místicos.
Precisamos de uma plataforma comum, verificável, objetiva, com resultados experimentais reprodutíveis por místicos, céticos ou quaisquer pessoas que queiram experimentar estes artefatos.Esta é uma linha de pesquisa com implicações médicas, biofísicas e filosóficas muito interessantes.



Vejamos se tudo correrá bem.