Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

domingo, 17 de julho de 2011

A IMPORTÂNCIA DO “OOOHHH”

Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:


Gostaríamos de realizar experimentos inquestionáveis e cujos resultados fossem indiscutíveis ou não contestáveis por séculos, pelo menos, com a simplicidade de uma maçã que cai do pé e dá a base para a noção de gravidade ou uma banheira cheia d’água na qual, quando entramos, desloca uma quantidade de água proporcional ao volume de nosso corpo.
Nem sempre é assim. O pensamento, às vezes, vai além da demonstrabilidade e ficamos a inventar experimentos, como nesta época quântica que vivemos, para demonstrar conceitos indemonstráveis no mundo comum e cotidiano.





Seria divertido e refrescante voltar à uma época (curioso o que vou dizer) menos abstrata, em que podíamos ver e mostrar o que queríamos demonstrar através de nossos experimentos, fazendo com que aqueles que estivessem a nossa volta fizessem em coro o “OOOHHHH” da perplexidade que tanto alegra o pesquisador ou o cientista quando demonstra com sucesso sua hipótese a uma platéia de céticos.



Da mesma maneira que o ovo que Colombo colocou de pé diante dos reis de Espanha.
Faz tempos que, em ciência, este “OOOHHH” não é compartilhado por todos. Como o conhecimento tornou-se extremamente complexo e refinado, o comum dos mortais na maioria das vezes fica ao largo deste momento mágico que é ver demonstrado um conceito e não usufrui de um dos mais deliciosos prazeres da prática científica: a constatação prática de uma teoria, sua consolidação através da experimentação.
Este encanto deveria ser repartido entre todos. É isto que torna iguais homens e crianças, velhos e moços, negros e brancos, judeus e cristãos, árabes e sikhis: a alegria de comprovar determinada idéia, determinada proposição.

Os Rosacruzes dependem deste “OOOHHH” para manter seu interesse pela prática rosacruz. É na constatação da realidade de seus axiomas e postulados pela prática que se fundamenta sua lealdade ao conhecimento adquirido na Ordem e sua vontade de continuar estudando nossos princípios e teorias.
Não podemos abdicar desse valor intrínseco a nossa filiação à AMORC.

Ser Rosacruz é praticar nossos ensinamentos teóricos e constatar sua realidade através da experiência cotidiana e pessoal, sem que outros tenham que nos dizer que aquilo funciona, mas percebendo, nós mesmos, que uma técnica qualquer aprendida em algum grau, funciona porque testamos quando precisamos e obtivemos um retorno magnífico e indubitável.
Toda vez que percebermos que estamos ouvindo discursos demais e praticando de menos devemos nos preocupar.
Algo está errado com nossa filiação.


Precisamos redescobrir a alegria da descoberta, da comprovação científica, do “OOOHHH” que fideliza o estudante rosacruz às suas monografias, aos seus rituais, aos seus ensinamentos.É só através disso que tudo que estudamos ao longo de décadas em nosso sanctum privado no lar ou em nossos corpos afiliados começa a fazer sentido para nós e fortalecer os laços que nos unem a esta maravilhosa instituição mística à qual temos a honra de pertencer.

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