Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DE DEUS EM NOSSAS VIDAS



por Mario Sales FRC.:,S.:I.:,M.:M.:


Acredito na importância do trabalho, na capacidade de realização daqueles que creem em seu próprio poder de transformar a realidade a sua volta para seu próprio bem ou para o bem de toda uma comunidade.
Da mesma maneira creio que o trabalho em si é a parte menos importante da ação humana no mundo.
É como o eco de um som lançado sobre um paredão à frente.
Aquilo que chamamos de Mundo Real é na verdade a consequência do chamado Mundo da Imaginação, aonde as verdadeiras transformações acontecem, interagindo com a criação material de forma ininterrupta, mas tendo primazia temporal, acontecendo sempre antes, ideia gerando atitude, convicção gerando o fato.
Alguns dirão que se trata de um retorno à uma filosofia Idealista, agora em nosso momento histórico, no mínimo démodé.
Não é bem assim. Essa, na verdade, é uma visão de mundo bastante avançada, que pode ser rotulada como psicológica comportamental ou mística, tanto faz.
Tal perspectiva pressupõe que as inspirações para nossas ações provenham sempre do Altíssimo, direto da Consciência Cósmica, a Fonte de Tudo o que Existe, das quais somos meros receptores.
Só o orgulho intelectual negaria tal coisa. Só a Síndrome de Prometeu, vamos inventar esta patologia agora, pode fazer supor ao ser humano que sua vida, sem a Inspiração Divina, sem a presença divina constante seria possível ou executável com um mínimo de funcionalidade.
A conexão entre a Fonte e suas, digamos assim, gotas, espargidas em todas as direções, está na raiz da semelhança de natureza entre elas.
A Fonte é "Fonte da Água Eterna", aquela da qual se bebermos, jamais teremos sede outra vez; nós somos gotas desta mesma Água Sagrada, líquidos, adaptáveis e maleáveis, e apenas fortemente iludidos nesta aparência de solidez e estabilidade molecular por motivos educacionais e teatrais.
Pois aprendemos nos divertindo e fingindo sermos o que não somos. Nossos personagens nos ensinam muitas lições sobre comportamento, emoções, limites e possibilidades afetivas que sem o Teatro do Karma, o Teatro de Maya, não conseguiríamos aprender.
Este é um teatro educacional, portanto, não há riscos, nem dores verdadeiras, mas apenas recursos cênicos.
É no ambiente protetor desta peça, cercado de Mestres e Diretores de palco, que estamos em ensaio permanente em busca da perfeição dramática e artística.
Viver com satisfação e realização é, na verdade, não uma questão de esforço, mas uma questão de Arte.
E parte desta Arte, também sagrada, depende da Inspiração de nosso Sublime Diretor, que nos orienta a todo momento sobre o melhor meio de desempenharmos nosso papel, no Teatro da Existência.
Estes pequenos toques do Altíssimo são o que chamamos de Inspiração, que não inocentemente em português significa também a entrada do Ar em nossos pulmões.
Quando respiramos, Deus entra em nós.
A todo momento, a todo instante. E precisamos deste alento vital desesperadamente porque sem ele, física e espiritualmente, a existência no plano material seria impossível.
A Graça de Deus é esta presença constante com suas instruções e orientações, às quais precisamos estar atentos para dirigir nossa existência, nossa performance teatral na direção mais adequada, mais bem sucedida.
Agimos, se agirmos bem, segundo a inspiração divina.
A Ação Transformadora vem após a Orientação da Inspiração Divina, esta sim fundamental, sem a qual a sua contrapartida, a Ação no mundo material, ficaria vazia de sentido e valor.
Agir sempre a partir da Inspiração é caminhar com botas de sete léguas, deslizar pela vida e não viver um dia após o outro.
Gibran Khalil Gibran dizia que “águias não sobem escadas”.
Isto é fato. Precisamos reaprender a voar, não galgar montanhas, não ascender degrau por degrau, mas abrir nossas asas esquecidas e deixar que o Sopro de Deus nos empurre para o Alto, mais e mais, sempre.
E quando estivermos cansados de voar, repousemos em seu fluxo, planando no Alento Divino, nossa verdadeira fonte de sustentação.
Portanto, meus caros, atuemos, mas estejamos todo o tempo atentos às instruções que nos chegam sobre como deveremos atuar, às orientações do Altíssimo, nossa bússola neste sonho em que estamos todos mergulhados.

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