por Mario Sales, FRC,SI,CRC
O holocausto foi um momento aterrador para todos os judeus
europeus e para a comunidade judaica de todo mundo, pois aqueles que escaparam
dos fornos nazistas tinham um parente ou conhecido que não havia escapado.
Havia dor e sofrimento em toda a parte e houve quem pensasse
que o golpe seria devastador.
Não foi. Da guerra e do holocausto os judeus emergiram mais
convictos que não ter uma pátria aonde se estabelecerem deixava a nação
indefesa.
Uma das consequências do sofrimento do holocausto foi a
fundação do Estado de Israel, mostrando que, no seio do grande Ying está o Pequeno Yang, em crescimento, até tornar-se o Grande Yang.
É no ventre do Mal que nasce e cresce o Bem. Como o lótus, a
belíssima flor que nasce e se desenvolve nos pântanos fétidos.
Como Adão, feito da Lama, do Barro, e transformado nisto que
costumamos chamar a Humanidade.
Estamos em um mundo de contradições, mas, antes de tudo, de
complementaridade.
Vemos com desconforto os momentos desagradáveis ou não
prazerosos como se eles fossem anômalos ou incomuns.
Se estamos no mundo material, como estamos, existem apenas duas coisas que são certas, entretanto.
A primeira é que nosso corpo é finito.
A segunda é que o curso dos acontecimentos será polar, oscilante, para cima e para baixo, e a linearidade que desejamos não existe a não ser como expressão da morte.
Se estamos no mundo material, como estamos, existem apenas duas coisas que são certas, entretanto.
A primeira é que nosso corpo é finito.
A segunda é que o curso dos acontecimentos será polar, oscilante, para cima e para baixo, e a linearidade que desejamos não existe a não ser como expressão da morte.
Como no eletrocardiograma ou eletroencefalograma.
Linha reta, sem pulsações, significa morte, cessação da atividade.
Linha reta, sem pulsações, significa morte, cessação da atividade.
Por isso não faz sentido que busquemos apenas o lado bom, ou
mesmo para os de pouca evolução, o lado mau.
Qualquer uma dessas escolhas é parcial, falsa, e sujeita à
decepção daqueles que, ingenuamente, esperam estabilidade em suas vidas e visões
de mundo.
Estamos sempre oscilando, e se tivermos algum desejo, este
desejo deve ser o de obter serenidade com estas oscilações, naturais para o
tipo de mente que possuímos.
A Mente não é o problema; o verdadeiro problema é a
Ignorância sobre nossa própria natureza que nos faz desejar um mundo
irrealístico, de permanente bem estar, de permanente Felicidade.
Se como diz Descartes, tudo que fazemos é a busca da Felicidade, estamos despreparados para a Existência.
Se como diz Descartes, tudo que fazemos é a busca da Felicidade, estamos despreparados para a Existência.
Devemos buscar incessantemente a Serenidade, a capacidade de
compreender com Equanimidade a troca permanente dos pólos dos fenômenos, ora
positivo, ora negativo, sem nos confundirmos com este movimento, da mesma
maneira que o homem sentado na beira do Mar, contempla as Ondas sem se
confundir com o Oceano e é capaz, mesmo, de nesta contemplação, encontrar
beleza neste movimento, e paz.
A condição fundamental para esta compreensão é a noção de
separação entre o Observador e o Oceano Observado, entre o Observador do
Fenômeno e o próprio Fenômeno, para que livre desta Identificação não suponha,
aquele que observa, que precisa Oscilar junto com a Oscilação das ondas a sua
frente.
O Observador treinado observa sem se confundir com o que é
observado.
Todos somos Observadores, contemplando a Vida, aprendendo e
desfrutando deste maravilhoso espetáculo de cores, odores e emoções.
E é possível ter prazer estético em quaisquer dos momentos
deste desenrolar de fatos, como o Observador na beira do Mar.
Penso nestas coisas enquanto varro as folhas do meu quintal
que caem incessantemente, e que sujarão de novo o pátio no minuto que eu parar
de varrer.
A vida é como varrer quintais, um movimento contínuo de Limpeza e Sujeira, Vida e Morte, que não para, que não cessa e nem deve cessar.
Esta é a Natureza dos quintais e das folhas que caem das árvores.
A vida é como varrer quintais, um movimento contínuo de Limpeza e Sujeira, Vida e Morte, que não para, que não cessa e nem deve cessar.
Esta é a Natureza dos quintais e das folhas que caem das árvores.
Esta é a Natureza da Vida.
Não reclamemos das folhas enquanto as varremos,
incessantemente.
É a natureza das coisas que seja assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário