Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
Lidar com as perdas cotidianas é um esforço psicológico muito duro e difícil. Precisamos compensar as nossas dificuldades emocionais e a nossa tristeza pela doença de um filho ou de uma mãe, pelas dificuldades financeiras, dificuldades profissionais e emocionais.
Não é fácil. Todos nós temos problemas.
O equilíbrio emocional, a capacidade de lidar bem com os dissabores, em psiquiatria, chama-se resiliência.
Ao falar-se desta capacidade, algumas perguntas surgem à mente: esta é uma qualidade inata? Pode ser aprendida? Se a resposta for sim, qual seria então a forma de aprender a ter resiliência? Aspectos como : Administração das emoções, Controle dos impulsos, Otimismo, Análise do ambiente, Empatia, Autoeficácia (convicção pessoal), Alcance de pessoas (ou seja, a capacidade de conectar-se a outros na busca de uma rede de fraternidade e sustentação mútua, em palavras mais simples, ter amigos) são características de quem tem resiliência.
Só que o conceito de resiliência fala de resistência ao externo e nada diz do interno, daquilo que permite a angústia. Esta noção parte do princípio de que a angústia é inevitável, que a dor é inerente a vida (viver dói) e que devemos estar prontos para muitas tempestades ao longo de nossa jornada.
Quanto a isso, acredito, concordamos.
Os rosacruzes fazem, no entanto, um adendo.
Para os rosacruzes, a qualidade da Imagem Interna do indivíduo acerca do mundo cria o mundo a sua volta, a Imagem Externa.
Eu chamo a isso Imagem Reflexa.
É uma afirmação poderosa.
Significa que o conjunto de nossas crenças gera a realidade e os acontecimentos em torno de nós, que os fatos e coisas que chamamos reais são produto de densificação externa de imagens internas do nosso mental.
Os rosacruzes fazem, no entanto, um adendo.
Para os rosacruzes, a qualidade da Imagem Interna do indivíduo acerca do mundo cria o mundo a sua volta, a Imagem Externa.
Eu chamo a isso Imagem Reflexa.
É uma afirmação poderosa.
Significa que o conjunto de nossas crenças gera a realidade e os acontecimentos em torno de nós, que os fatos e coisas que chamamos reais são produto de densificação externa de imagens internas do nosso mental.
E quando falo “Mental”, refiro-me ao Consciente e ao Inconsciente, ou por outra, aquele conjunto de convicções pessoais que temos, parte das quais são claras para nós, e parte das quais nos é desconhecida e dorme na profundidade de nosso ser.
Por isso em Delfos se dizia “conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o Universo”.
A idéia da Imagem Reflexa já estava implícita nesta aparentemente esotérica afirmação.
Muitos julgaram-na psicológica. Também o é.
Os místicos, no entanto, levam-na ao pé da letra.
Somos, todos nós, criadores de mundos e de realidades.
Nossos medos se transformam em realidades, nossos receios se materializam, nossos desejos mais intensos e profundos, se sinceros, se realizam. Para alguns de forma maravilhosa e inesperada. Fala-se até em bênçãos de Deus.
Para os Rosacruzes, trata-se apenas da aplicação do princípio da Imagem Reflexa.
Tudo que está fora de nós é reflexo do que está dentro de nós.
Na Tábua de Esmeralda dizia-se que o que está em cima está embaixo, e o que está embaixo está em cima (esta segunda parte incompreendida e às vezes, menosprezada, já que a maioria das pessoas não acredita que suas ações e pensamentos tem algum reflexo na Mente Universal. Só que têm sim.)
Tudo que desce, volta a subir ao Cósmico e depois desce novamente modificado por uma elaboração interna da Mente Cósmica, em um fluxo ininterrupto, mediado pelos espíritos denários na boca da Imensidade Celeste, na acepção de Martinez de Pasqually no seu Quadro Universal.
O princípio da Imagem Reflexa acrescenta: “não só o que está em cima está embaixo e vice versa, mas também o que está dentro está fora e o que está fora está dentro”, mostrando a troca constante entre Concepção e Fato, e não só Ato, que é algo psicológico, não místico. O Fato é mais amplo que o Ato, já que o Ato diz respeito ao indivíduo, compreende-se a participação solitária do indivíduo no acontecimento, mas o Fato reflete aspectos às vezes mais complexos, com várias interligações e outras pessoas envolvidas. Por isso não compreendemos, senso comum, pelo menos não os não iniciados, como podemos interferir em um fato Histórico ou Social, que envolve várias pessoas e não só a nós mesmos, como conseqüência de um pensamento nosso, no fundo de nossa mente, às vezes oculto no inconsciente e escondido de nós.
O Auto Conhecimento, para o místico, não é apenas uma forma de melhorar-se como ser humano, de tornar-se mais maduro e resiliente, mas também uma maneira de tornar-se um sócio criador da divindade, uma extensão mais perfeita da divindade , nesta chamada "Realidade" que nos cerca.
Precisamos, para nos conhecermos, entrar em nosso cantos mais escuros, visitar nossos quartos mais fechados, abrir as janelas de nossa mansão mental, de forma a que a luz que entrar revele-nos valores, lembranças, traumas que aparentemente não temos, que esquecemos no nosso passado.
Por isso tenho defendido a psicoterapia regular e protocolar para todos aqueles que desejem ser místicos, de preferência feita por um psicólogo místico, não sectário, como método auxiliar à busca de autoconhecimento.
Em um ensaio chamado “Superstição”, publicado no blog em três de março de 2010, escrevi: “Se a psicoterapia funciona como uma iniciação laica, profana, a iniciação, por sua vez, funciona como uma psicoterapia sagrada, esotérica.”
Portanto, este esforço pela conscientização dos valores mais profundos do nosso inconsciente também é feito pelo processo iniciático, com apelo a recursos teatrais, que mexem com o emocional, a principal instância aonde se dá a autodescoberta.
A razão não consegue ir até lá. Ela não tem a força necessária.
A neurofisiologia afirma que o sistema límbico, aonde se processam as emoções, está envolvido também na bioquímica da memória.
Para os Rosacruzes, trata-se apenas da aplicação do princípio da Imagem Reflexa.
Tudo que está fora de nós é reflexo do que está dentro de nós.
Na Tábua de Esmeralda dizia-se que o que está em cima está embaixo, e o que está embaixo está em cima (esta segunda parte incompreendida e às vezes, menosprezada, já que a maioria das pessoas não acredita que suas ações e pensamentos tem algum reflexo na Mente Universal. Só que têm sim.)
Tudo que desce, volta a subir ao Cósmico e depois desce novamente modificado por uma elaboração interna da Mente Cósmica, em um fluxo ininterrupto, mediado pelos espíritos denários na boca da Imensidade Celeste, na acepção de Martinez de Pasqually no seu Quadro Universal.
O princípio da Imagem Reflexa acrescenta: “não só o que está em cima está embaixo e vice versa, mas também o que está dentro está fora e o que está fora está dentro”, mostrando a troca constante entre Concepção e Fato, e não só Ato, que é algo psicológico, não místico. O Fato é mais amplo que o Ato, já que o Ato diz respeito ao indivíduo, compreende-se a participação solitária do indivíduo no acontecimento, mas o Fato reflete aspectos às vezes mais complexos, com várias interligações e outras pessoas envolvidas. Por isso não compreendemos, senso comum, pelo menos não os não iniciados, como podemos interferir em um fato Histórico ou Social, que envolve várias pessoas e não só a nós mesmos, como conseqüência de um pensamento nosso, no fundo de nossa mente, às vezes oculto no inconsciente e escondido de nós.
O Auto Conhecimento, para o místico, não é apenas uma forma de melhorar-se como ser humano, de tornar-se mais maduro e resiliente, mas também uma maneira de tornar-se um sócio criador da divindade, uma extensão mais perfeita da divindade , nesta chamada "Realidade" que nos cerca.
Precisamos, para nos conhecermos, entrar em nosso cantos mais escuros, visitar nossos quartos mais fechados, abrir as janelas de nossa mansão mental, de forma a que a luz que entrar revele-nos valores, lembranças, traumas que aparentemente não temos, que esquecemos no nosso passado.
Por isso tenho defendido a psicoterapia regular e protocolar para todos aqueles que desejem ser místicos, de preferência feita por um psicólogo místico, não sectário, como método auxiliar à busca de autoconhecimento.
Em um ensaio chamado “Superstição”, publicado no blog em três de março de 2010, escrevi: “Se a psicoterapia funciona como uma iniciação laica, profana, a iniciação, por sua vez, funciona como uma psicoterapia sagrada, esotérica.”
Portanto, este esforço pela conscientização dos valores mais profundos do nosso inconsciente também é feito pelo processo iniciático, com apelo a recursos teatrais, que mexem com o emocional, a principal instância aonde se dá a autodescoberta.
A razão não consegue ir até lá. Ela não tem a força necessária.
A neurofisiologia afirma que o sistema límbico, aonde se processam as emoções, está envolvido também na bioquímica da memória.
Lembranças são melhor fixadas, sabe-se, se associadas a situações de intensa emoção.
Por isso iniciações esotéricas, com seus rituais, seus odores, suas penumbras, suas falas teatrais, impressionam a mente e o espírito do iniciando, fixando os ensinamentos desejados não em seu cérebro, mas em seu coração, melhor dizendo, na profundidade de sua mente. É ali que precisamos mexer, na região mais profunda do iniciado, aonde sua energia criadora, sua Kundalini, dorme.
Ajustes tão profundos são delicados, porém absolutamente necessários. Considerando a intensidade da energia a ser liberada, entende-se porque não é um dom manifesto de forma vulgar.
Ao que parece, existe a necessidade de parear o grau de maturidade psicológica e da consciência do indivíduo com a sua capacidade de manifestar plenamente seu poder criador na realidade.
Faz sentido.
Daí um indivíduo qualquer não poder acessar este banco de energia de forma plena, mas parcialmente.
E o acesso parcial chama-se Imaginação Criativa.
É possível através do pensamento dirigido e ilustrado por uma imagem definida realizar transformações no real. De forma voluntária.
O que nem sempre consideramos é que também é possível, e via de regra acontece, que ocorra um acesso confuso, inconsciente e parcial a este Campo Mental de Energia, a esta fonte interna e criadora, levando a acontecimentos fortuitos e inesperados em nossa existência, de modo desordenado, já que não temos controle sobre nossas emoções, medos e convicções. São nossas sombras, que nos acompanham dia após dia, que causarão a materialização indesejada de problemas em nossa existência, sombras das quais não nos livraremos apenas nos deslocando geograficamente, como às vezes , ingenuamente, alguns acreditam, ao se mudarem de cidades por terem atravessados problemas muito graves, e sendo expostos novamente, para sua surpresa, aos mesmos problemas dos quais queriam se afastar na cidade de destino, por mais distante que seja.
Se somos infelizes no Sul do País, seremos infelizes no Norte e Nordeste.
Se somos vítimas de problemas de relacionamento humano ou sociais no Sudeste, os mesmos problemas ocorrerão no Centro Oeste. Mudanças geográficas mudam os cenários, não os personagens.
E o principal personagem deste drama existencial e criativo somos nós mesmos.
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o Universo”, diz o aforismo. O Universo, toda a Criação, que é nada mais do que um reflexo externo da nossa imagem interna.
É esta imagem interna, amplificada e densificada através de nossos olhos no mundo aparentemente exterior a nós, que precisamos mudar.
E isto é difícil, exige, ao mesmo tempo, meditação no sentido ocidental (reflexão intelectual), e meditação no sentido oriental da palavra (silêncio interior e introspecção sem intelecto).
Leva tempo. É preciso paciência.
O tempo, no entanto, não importa: só a vida importa, diz a fala do alienígena no filme de Luc Besson, O Quinto Elemento.
Porém, eu diria, citando Alexis Carrel,(um pensador hoje esquecido, mas que já teve sua importância no início do século XX), mais vale a qualidade da vida do que a própria vida.
E a qualidade da vida só melhora quando melhora a qualidade de nossos pensamentos, de nossas emoções mais íntimas, e da relação entre ambos, emoções e pensamentos.
Não podemos deixar, em nenhum momento, que a depressão, a falta de confiança no Altíssimo, a tristeza com os problemas cotidianos seja mais intensa do que a nossa qualidade mental interior, a qual, se bem educada e compreendida, libertará uma força muito mais intensa do que milhões de bombas nucleares.
E essa frase não é metafórica. Por isso em parte é bom que não tenhamos esta habilidade manifesta de forma indiferenciada, mas atrelada sempre à nossa evolução psicológica e espiritual, existindo entre ambos (evolução espiritual e poder mental) uma relação de proporcionalidade direta.
Estas são revelações altamente esotéricas, mas nada aqui está sendo profanado, porque, pasmem, os não iniciados são cegos ao que está diante de seus olhos, surdos ao que berra em seus ouvidos, insensíveis ao beliscões que recebem todos os dias de Deus.
A neurologia ensina que não é o olho que vê, nem o ouvido que escuta, nem a pele que sente, mas o cérebro.
É ele que processa as imagens, os sons e as sensações. Sem um cérebro competente somos cegos, surdos e insensíveis.
Do mesmo modo, sem uma mente treinada, sem a iniciação, não podemos sequer imaginar a existência dos dons aqui descritos quanto mais usá-los.
O que não nos libera de sofrer as conseqüências dessas energias que desorganizadamente, materializam diariamente a nossa volta nossos desejos e receios.
Pena. O mundo seria melhor se todos estivessem cientes dessas coisas, e ao mesmo tempo se aperfeiçoassem para poder usar melhor estes poderes.
Só que não é assim. Paciência. Tudo a seu tempo.