Olá
Publiquei de forma organizada, na área de vídeos do Blog, logo após um vídeo sobre o Big Bang, uma sequência de 9 vídeos correspondentes ao programa “As Origens da Vida”, apresentado sábado passado, dia 26 de setembro, no History Channel. Os vídeos, dependendo da velocidadade de conexão, podem demorar a carregar, mas vale a pena esperar.Rosacruzes são, tradicionalmente, interrogações ambulantes, e são loucos por ciência tanto quanto por ocultismo. Basta lembrar frater Leibnitz, criador do cálculo, e frater Newton, criador das leis da Mecânica.Pela beleza deste especial, pelo volume de informações científicas e pela elegância da apresentação, achei pertinente sua publicação para multiplicar o número de pessoas que terão acesso a este maravilhoso material síntese.Chamo a atenção para as intervenções do físico carioca, meu conterrâneo, Marcelo Gleiser, do qual coincidentemente estou lendo o livro “Criação Imperfeita”, um maravilhoso ensaio sobre possíveis equívocos filosóficos de direcionamento da pesquisa física cosmológica na busca pela Teoria de Tudo, com o é chamada.
Bom programa.
UM EXERCÍCIO SOLITÁRIO, POÉTICO E FILOSÓFICO, BASEADO NO PRECEITO ROSACRUZ DA MAIS COMPLETA LIBERDADE (POSSÍVEL) DENTRO DA MAIS PERFEITA TOLERÂNCIA (POSSÍVEL). O MARTINISMO E O ROSACRUCIANISMO COMO REFLEXÃO.
Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
SALMO MODERNO
Por Mario Sales, FRC.:;S.:I.:;M.:M.:
Senhor, faça de mim Teu cúmplice
Para que eu possa ter a honra de auxiliar-Te na retificação da criação.
De forma que, à Tua semelhança, eu também me manifeste como um criador.
Tornai nossa união profunda, tanto quanto a da gota com o mar,
Para que nessa identificação eu amplie minha manifestação no Teu seio.
Que as minhas dores, Senhor, que atualmente, Tu sabes, são muitas, possam me dar a minha verdadeira dimensão no Universo, aumentar minha humildade e fortalecer não minha fé, mas minha confiança em Ti.
Pois a confiança que persiste em meio ao medo e às trevas é sólida.
Iluminai minhas trevas, mas enquanto Tua Luz não vem me libertar de minha própria cegueira espiritual, faze com que eu ame minha escuridão, já que, graças a ela, apuro meus sentidos, aperfeiçôo meu tato, minha audição.
Permite senhor, que eu Te escute, pelo menos, já que ver-Te seria, para mim, certamente, mortal.
E ouvindo-Te, eu me liberte da desorientação, da solidão e da aparência de autonomia de Tua Vontade, que tantos querem me convencer que possuo.
Tu és meu mapa, o sentido de minha caminhada, minha direção.
Amém.
Senhor, faça de mim Teu cúmplice
Para que eu possa ter a honra de auxiliar-Te na retificação da criação.
De forma que, à Tua semelhança, eu também me manifeste como um criador.
Tornai nossa união profunda, tanto quanto a da gota com o mar,
Para que nessa identificação eu amplie minha manifestação no Teu seio.
Que as minhas dores, Senhor, que atualmente, Tu sabes, são muitas, possam me dar a minha verdadeira dimensão no Universo, aumentar minha humildade e fortalecer não minha fé, mas minha confiança em Ti.
Pois a confiança que persiste em meio ao medo e às trevas é sólida.
Iluminai minhas trevas, mas enquanto Tua Luz não vem me libertar de minha própria cegueira espiritual, faze com que eu ame minha escuridão, já que, graças a ela, apuro meus sentidos, aperfeiçôo meu tato, minha audição.
Permite senhor, que eu Te escute, pelo menos, já que ver-Te seria, para mim, certamente, mortal.
E ouvindo-Te, eu me liberte da desorientação, da solidão e da aparência de autonomia de Tua Vontade, que tantos querem me convencer que possuo.
Tu és meu mapa, o sentido de minha caminhada, minha direção.
Amém.
domingo, 19 de setembro de 2010
AMORC, POSITIVISMO E MISTICISMO
Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
Como estudante rosacruz de sanctum desde 1975 (lá se vão 35 anos), aprendi a amar a educação rosacruz, e crer naquilo que ela me ensinava.
Um dos ensinamentos que absorvi foi de que o místico é um pesquisador das energias do Universo e que deve proceder nesta pesquisa com o mesmo rigor e cuidado de um cientista ortodoxo.
A Ordem me ensinou a não crer em seus ensinamentos, mas a confiar neles desde que eu pudesse verificar a eficácia dos mesmos no dia a dia.
A Ordem sempre me repetiu várias vezes que não era uma religião e que não tinha a função de substituir nenhuma fé ou crença e que todos os rosacruzes eram livres para crer em Deus do jeito que achassem melhor, mas da mesma maneira que quanto aos seus ensinamentos, insinuava sempre que melhor que crer em Deus era experimentá-lo dentro de si mesmo, vivenciando-o, de tal forma e com tal intensidade que ele deixasse de ser uma crença e passasse a ser uma realidade perceptível, talvez não pelo tato, mas pelos sentidos internos.
Como se fosse nosso próprio coração que podemos ouvir ou melhor, sentir batendo em nosso peito desde que prestemos atenção.
Experimentar, confiar em um conhecimento pela experimentação e verificação deste conhecimento, testemunhar determinados fatos a ponto de poder descrevê-los, é positivismo científico puro. Este é o método de trabalho rosacruz que eu e muitos de minha época recebemos nas monografias arroxeadas e enormes que chegavam a nossa casa de forma regular.
Tenho muito orgulho de minha afiliação e por isso tenho observado com preocupação a diminuição do enfoque positivista na Ordem, discreto, insidioso, mas , salvo engano de minha parte, avançando progressivamente em nossa escola.
No momento, muito esforço e tempo está sendo investido na discussão da interdisciplinaridade. Nada contra a discussão deste assunto.
Na minha opinião, no entanto, por mais que queiramos discutir como dialogar com linhas de pensamento ortodoxas, é preciso ter algo para discutir.
E quando falo de algo, me refiro a produção científica baseada em experimentação e verificação. Lembro-me com saudade dos relatórios regulares que a Universidade Rose Croix emitia e que eram traduzidos e republicados na revista O Rosacruz.
Por anos alimentei a fantasia de que este movimento regular científico pudesse culminar na produção de material crítico suficiente para o emparelhamento de nosso laboratório com qualquer instituição respeitável de pesquisa neurológica ou tecnológica do mundo.
Tal coisa não ocorreu. Os relatos científicos da URCI, salvo engano da minha parte, minguaram, e as propostas de discussão de natureza especulativa aumentaram.
Isto me preocupa como antigo membro da Ordem, artesão e entusiasta do trabalho e da missão rosacruz no mundo.
Acredito firmemente que devemos rever as linhas de trabalho ora em andamento e desviar o foco para a produção de experimentos e trabalhos científicos preparados com o mesmo rigor daqueles que um cientista qualquer tem que ter em qualquer parte do planeta, dentro da comunidade científica, para que veja sua obra publicada em qualquer revista de reputação na área de pesquisa aplicada.
Não somos matemáticos, nem antropólogos. Somos pensadores, mas não filósofos, na acepção real do termo.
Os rosacruzes são cientistas místicos que pesquisam Parapsicologia(telepatia, telecinese, Intuição captativa); Ótica, Física das Vibrações , da Acústica.
Somos pesquisadores de técnicas incomuns de terapêutica que implicam em compreensão de Fisiologia, Neuroanatomia, Endocrinologia, Bioquímica e Biofísica.
Estes têm sido nosso campo tradicional de esforço e pesquisa. Não somos especuladores. Raciocinamos com base em nossos postulados e axiomas, os quais provêm do conhecimento sólido, verificado e verificável, que herdamos da tradição esotérica.
E precisamos continuar este trabalho, sob o risco de perdermos nossa própria identidade mística, talvez a coisa mais sagrada que possuamos, nosso mais importante legado as próximas gerações.
Esta é a ciência rosacruz.
Antes de discutirmos o que discutir, devemos ter sobre o que falar. E me parece que no momento, não temos produzido um material contundente do ponto de vista da ciência.
Nós temos, por tradição e formação, as melhores condições de criar a ponte entre o material e o imaterial. Basta continuarmos nosso trabalho discreto de investigação e chamarmos todos os nossos membros a participar deste trabalho organizadamente, permitindo que todos nossos frateres e sorores nos ajudem com seus insights e intuições a direcionar melhor nossas pesquisas.
Este salto qualitativo pode ser dado.
Deve ser dado.
Estou aberto à discussão, à controvérsia e ansioso que alguém me convença de forma racional de que minhas preocupações são infundadas.
Se ao contrário, mais frateres e sorores concordarem comigo, que escrevamos sobre nossas preocupações e discutamos como membros da hierarquia da fraternidade, obrigados por nossa posição a sugerir sempre que acharmos por bem, condutas aos nossos dirigentes, em busca de uma Ordem melhor.
É assim que tem sido nos séculos que nos precederam. Espero que assim continue a ser.
Como estudante rosacruz de sanctum desde 1975 (lá se vão 35 anos), aprendi a amar a educação rosacruz, e crer naquilo que ela me ensinava.
Um dos ensinamentos que absorvi foi de que o místico é um pesquisador das energias do Universo e que deve proceder nesta pesquisa com o mesmo rigor e cuidado de um cientista ortodoxo.
A Ordem me ensinou a não crer em seus ensinamentos, mas a confiar neles desde que eu pudesse verificar a eficácia dos mesmos no dia a dia.
A Ordem sempre me repetiu várias vezes que não era uma religião e que não tinha a função de substituir nenhuma fé ou crença e que todos os rosacruzes eram livres para crer em Deus do jeito que achassem melhor, mas da mesma maneira que quanto aos seus ensinamentos, insinuava sempre que melhor que crer em Deus era experimentá-lo dentro de si mesmo, vivenciando-o, de tal forma e com tal intensidade que ele deixasse de ser uma crença e passasse a ser uma realidade perceptível, talvez não pelo tato, mas pelos sentidos internos.
Como se fosse nosso próprio coração que podemos ouvir ou melhor, sentir batendo em nosso peito desde que prestemos atenção.
Experimentar, confiar em um conhecimento pela experimentação e verificação deste conhecimento, testemunhar determinados fatos a ponto de poder descrevê-los, é positivismo científico puro. Este é o método de trabalho rosacruz que eu e muitos de minha época recebemos nas monografias arroxeadas e enormes que chegavam a nossa casa de forma regular.
Tenho muito orgulho de minha afiliação e por isso tenho observado com preocupação a diminuição do enfoque positivista na Ordem, discreto, insidioso, mas , salvo engano de minha parte, avançando progressivamente em nossa escola.
No momento, muito esforço e tempo está sendo investido na discussão da interdisciplinaridade. Nada contra a discussão deste assunto.
Na minha opinião, no entanto, por mais que queiramos discutir como dialogar com linhas de pensamento ortodoxas, é preciso ter algo para discutir.
E quando falo de algo, me refiro a produção científica baseada em experimentação e verificação. Lembro-me com saudade dos relatórios regulares que a Universidade Rose Croix emitia e que eram traduzidos e republicados na revista O Rosacruz.
Por anos alimentei a fantasia de que este movimento regular científico pudesse culminar na produção de material crítico suficiente para o emparelhamento de nosso laboratório com qualquer instituição respeitável de pesquisa neurológica ou tecnológica do mundo.
Tal coisa não ocorreu. Os relatos científicos da URCI, salvo engano da minha parte, minguaram, e as propostas de discussão de natureza especulativa aumentaram.
Isto me preocupa como antigo membro da Ordem, artesão e entusiasta do trabalho e da missão rosacruz no mundo.
Acredito firmemente que devemos rever as linhas de trabalho ora em andamento e desviar o foco para a produção de experimentos e trabalhos científicos preparados com o mesmo rigor daqueles que um cientista qualquer tem que ter em qualquer parte do planeta, dentro da comunidade científica, para que veja sua obra publicada em qualquer revista de reputação na área de pesquisa aplicada.
Não somos matemáticos, nem antropólogos. Somos pensadores, mas não filósofos, na acepção real do termo.
Os rosacruzes são cientistas místicos que pesquisam Parapsicologia(telepatia, telecinese, Intuição captativa); Ótica, Física das Vibrações , da Acústica.
Somos pesquisadores de técnicas incomuns de terapêutica que implicam em compreensão de Fisiologia, Neuroanatomia, Endocrinologia, Bioquímica e Biofísica.
Estes têm sido nosso campo tradicional de esforço e pesquisa. Não somos especuladores. Raciocinamos com base em nossos postulados e axiomas, os quais provêm do conhecimento sólido, verificado e verificável, que herdamos da tradição esotérica.
E precisamos continuar este trabalho, sob o risco de perdermos nossa própria identidade mística, talvez a coisa mais sagrada que possuamos, nosso mais importante legado as próximas gerações.
Esta é a ciência rosacruz.
Antes de discutirmos o que discutir, devemos ter sobre o que falar. E me parece que no momento, não temos produzido um material contundente do ponto de vista da ciência.
Nós temos, por tradição e formação, as melhores condições de criar a ponte entre o material e o imaterial. Basta continuarmos nosso trabalho discreto de investigação e chamarmos todos os nossos membros a participar deste trabalho organizadamente, permitindo que todos nossos frateres e sorores nos ajudem com seus insights e intuições a direcionar melhor nossas pesquisas.
Este salto qualitativo pode ser dado.
Deve ser dado.
Estou aberto à discussão, à controvérsia e ansioso que alguém me convença de forma racional de que minhas preocupações são infundadas.
Se ao contrário, mais frateres e sorores concordarem comigo, que escrevamos sobre nossas preocupações e discutamos como membros da hierarquia da fraternidade, obrigados por nossa posição a sugerir sempre que acharmos por bem, condutas aos nossos dirigentes, em busca de uma Ordem melhor.
É assim que tem sido nos séculos que nos precederam. Espero que assim continue a ser.
sábado, 18 de setembro de 2010
COMO COMPATIBILIZAR SISTEMA E ORDEM COM A MAIS COMPLETA LIBERDADE NA MAIS PERFEITA TOLERÂNCIA
Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
Eis o dilema. Uma instituição vale pelos seus ideais, mas uma organização precisa de uma ordenação hierárquica mínima para funcionar.
Geralmente em empresas, esta hierarquia e o respeito a ela são garantidas por normas de conduta ligadas aos interesses dos envolvidos, como por exemplo, manter o seu emprego e seus benefícios, além de preservar seu salário e seu padrão de vida sócio econômica.
Ninguém que está bem empregado quer ser demitido, ou faz qualquer coisa que possa levar a isso. Isto é coerência.
Quando falamos de trabalho voluntário, tudo fica diferente.
As pessoas envolvidas não recebem nada em troca de seus serviços além da satisfação pessoal de poder servir à causa e à instituição que pertencem, bem como, de vez em quando, a gratidão de seus líderes e a simpatia daqueles com quem divide os mesmos ideais.
A motivação aqui não é financeira: é psicológica.
Para que este grupo diferenciado de servidores se mantenha atento à disciplina da instituição a que servem desinteressadamente, necessitam, no mínimo, de carinho e atenção, de se sentirem parte de um projeto, valorizados pelo seu serviço desinteressado.
Em uma palavra: simpatia.
Não se dirige uma empresa com simpatia; mas, para liderar dentro de uma empresa ou de uma ordem esotérica é preciso carisma, capacidade de envolver seus empregados ou seguidores com uma personalidade magnética, que valorize aqueles que estão ao seu redor, e faça, de maneira sincera, com que se sintam satisfeitos em fazer o que fazem.E teoricamente, ninguém está mais preparado para fazer isto do que um rosacruz.
Servir desinteressadamente já é uma recompensa em si para aqueles que servem com dedicação a uma instituição na qual crêem, mas não é de bom tom se esquecer de valorizar estes dedicados servidores vez por outra.
É isto que os alimenta. Este é o seu salário, seu pagamento.
É assim que se compatibiliza Hierarquia, motivada pela necessidade de Sistema e Ordem, com a mais completa liberdade, dentro da mais perfeita tolerância.
Liderar com amor é o segredo.
É importante nunca nos esquecermos destes princípios.
Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça.
Eis o dilema. Uma instituição vale pelos seus ideais, mas uma organização precisa de uma ordenação hierárquica mínima para funcionar.
Geralmente em empresas, esta hierarquia e o respeito a ela são garantidas por normas de conduta ligadas aos interesses dos envolvidos, como por exemplo, manter o seu emprego e seus benefícios, além de preservar seu salário e seu padrão de vida sócio econômica.
Ninguém que está bem empregado quer ser demitido, ou faz qualquer coisa que possa levar a isso. Isto é coerência.
Quando falamos de trabalho voluntário, tudo fica diferente.
As pessoas envolvidas não recebem nada em troca de seus serviços além da satisfação pessoal de poder servir à causa e à instituição que pertencem, bem como, de vez em quando, a gratidão de seus líderes e a simpatia daqueles com quem divide os mesmos ideais.
A motivação aqui não é financeira: é psicológica.
Para que este grupo diferenciado de servidores se mantenha atento à disciplina da instituição a que servem desinteressadamente, necessitam, no mínimo, de carinho e atenção, de se sentirem parte de um projeto, valorizados pelo seu serviço desinteressado.
Em uma palavra: simpatia.
Não se dirige uma empresa com simpatia; mas, para liderar dentro de uma empresa ou de uma ordem esotérica é preciso carisma, capacidade de envolver seus empregados ou seguidores com uma personalidade magnética, que valorize aqueles que estão ao seu redor, e faça, de maneira sincera, com que se sintam satisfeitos em fazer o que fazem.E teoricamente, ninguém está mais preparado para fazer isto do que um rosacruz.
Servir desinteressadamente já é uma recompensa em si para aqueles que servem com dedicação a uma instituição na qual crêem, mas não é de bom tom se esquecer de valorizar estes dedicados servidores vez por outra.
É isto que os alimenta. Este é o seu salário, seu pagamento.
É assim que se compatibiliza Hierarquia, motivada pela necessidade de Sistema e Ordem, com a mais completa liberdade, dentro da mais perfeita tolerância.
Liderar com amor é o segredo.
É importante nunca nos esquecermos destes princípios.
Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
AS PALESTRAS DE SERGIO FELIPE DE OLIVEIRA
Estou publicando no Blog hoje, na área de vídeos, a palestra do prof. SERGIO FELIPE DE OLIVEIRA feita na Universidade de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, que me foi enviada por uma sóror de ordem, sobre o tema Glandula Pineal, mas que acabam resvalando no problema do relacionamento entre conhecimento científico e conhecimento espiritual. O colega, médico, tem orientação kardecista. Como rosacruz tenho reservas quanto as suas ilações de natureza eminentemente espírita, o que não diminui a importância de um esforço na busca por uma ponte entre a prática científica ortodoxa e o espiritualismo, o qual não está representado apenas pela visão de Alan Kardec. De quaquer maneira, o tema é abordado de forma tão interessante e provocativa, que deixo que os vídeos falem por si. E como rosacruz, mordo-me de inveja por não ser um rosacruz a fazer estas palestras, o que na minha opinião, mostra a que grau chegou a prática rosacruz, antes conhecida por sua abordagem pragmática e positivista das ciências esotéricas e hoje inoperante do ponto de vista experimental. O conhecimento aqui discutido e a linha de argumentação é diferente da linha de trabalho da Rosacruz, mas mesmo assim, achei pertinente trazê-lo para consideração. Boa palestra.
O SALMO, O DESEJO E O FATO
Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
É idéia comum entre esoteristas que a realidade é produto da qualidade de nosso pensamento.
Como ondas de materialização que incessantemente batem na praia da chamada realidade, modificando-a, os tipos de pensamentos que alimentamos produzem seus reflexos em nossa vida pessoal e na vida social que nos cerca.
É diferente de simplesmente querer que as coisas sejam de algum modo que elas não são. Trata-se das convicções profundas, aquelas concepções às vezes tão radicais em nós que residem no subconscientes e que determinam nossa idéia de mundo.
Valores como crer na miséria como sinônimo de santidade, ou vice versa; na existência de culpa ou pecado em nós quando cometemos erros que poderiam ser atribuídos apenas à ignorância; em se sentir infeliz pela perda de certas condições materiais como se situações transitórias como poder social, reputação e relacionamentos pudessem ser sustentação segura para um estado de bem estar emocional duradouro, e outros possíveis exemplos.
Convicções são coisas muito sérias e podem levar as pessoas a supor reais e transformar em verdadeiramente reais coisas que são apenas ( se é que posso usar essa palavra) concepções pessoais do real.
São, para ser mais didático, nas palavras do Monge Dom, responsável no passado pelo mosteiro budista de Santa Teresa, um Bairro tradicional do Rio de Janeiro, como as lentes coloridas de um par de óculos.
Olhamos o mundo dessas lentes coloridas: nossas mentes. Se as lentes são vermelhas, o mundo nos parecerá banhado em sangue; se azuis, o mundo nos parecerá absolutamente azul. Se cinza, tudo nos parecerá sombrio.
Davi, o salmista, tinha suas próprias lentes, suas próprias crenças, e passou adiante suas imagens de acordo com aquilo que via, ou que acreditava enxergar. Muitos, por identificação cultural religiosa, judeus por exemplo, ou cristãos, que forma criados lendo seus salmos, passaram a exercitar suas mentes para ver o mundo como ele, Davi, via, de forma que suas concepções foram copiadas e reproduzidas.
Convencer pessoas é fazer com que elas vejam as coisas como nós vemos, fazer com que usem os óculos que nós usamos e além disso, usarem estes óculos sem perceber que os estão usando.
Davi com o lirismo e a força de suas palavras em seus salmos, passou muitas concepções adiante e séculos depois existem pessoas que procuram seguir suas orientações visuais-psicológicas, digamos assim.
Uma delas está no salmo 91( ou 92) , versículo, versículos 10 e 11, aonde ele vaticina que “Aquele que habita no esconderijo do altíssimo, à sombra do Onipotente descansará” e conclui nos versículos citados que “ nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda; porque dará ordem aos seus anjos a teu respeito para te guardarem em todos os teus caminhos.”
Todos nós gostaríamos de crer nestas palavras. Talvez conscientemente creiamos, mas inconscientemente não. O certo é que, mesmo aqueles que procuram viver com justiça, que dedicam sua vida a pregação da palavra, que estão compromissados com uma melhoria espiritual, não estão a salvo da dor ou do infortúnio, e muitos menos pairam sobre eles uma redoma invisível que evita que sofram qualquer dano pessoal, seja direta ou indiretamente, através de seus familiares.
Todos nós, pessoas comuns, passamos por problemas, e “algum mal”, sempre nos sucede, ao longo de uma vida, ou sucede àqueles que amamos. As pragas, às vezes chegam às nossas “tendas”, e precisamos lidar, via de regra, com a doença ou com a morte em nosso ambiente familiar. Mesmo assim, muitas pessoas lêem as palavras do salmista como uma espécie de mantra do medo, como se sua leitura repetida realmente pudesse exercer algum tipo de magia sobre a vida material e suspender imediatamente todos os inevitáveis infortúnios da existência.
Só que não é assim.
E aquêles que aspiram a ser Magos, sabem o quanto é importante evitarem o “Pensamento Mágico”, que significa ver o mundo de forma infantil, e acreditar em soluções de natureza fantasiosa, mesmo admitindo como admito, a força de uma fantasia sobre nossas vidas.
Realismo não é amargura, mas evita a amargura. Quando nossas expectativas são realistas, quando não alimentamos ilusões de uma falsa indestrutibilidade diante da Vida, não sofremos desilusões.
Isso evita a decepção e a revolta, e aumenta a nossa aceitação dos problemas, mobilizando-nos na busca de soluções mais objetivas, de forma mais objetiva, sem tergiversações.
O problema das crença sem fundamentação, o chamado “Pensamento Mágico”, é exatamente este: ele rouba nossa objetividade, torna a Existência exageradamente subjetiva e , por conseqüência, confusa.
Baseia-se apenas em um desejo superficial, calcado em convicções profundas e irrealistas. Daí as diversas lentes coloridas com que revestimos a nossa visão de mundo, a nossa concepção de realidade.
Místicos, Magos, não podem ser vítimas do “Pensamento Mágico”, e devem ser tão objetivos ou mais objetivos até do que aqueles que não são iniciados.
Bom senso e falta de bom senso também separa os verdadeiros Magos dos falsos.
E toda vez que usarmos o poder de nossas mentes para mudar o real, recomenda-se que tenhamos estas linhas de raciocínio à mão, para que não confundamos nossos desejos com os fatos que nos cercam, e possamos, efetivamente, mudar a realidade a nossa volta.
Não será pela repetição de um texto que transformaremos a realidade, mas pela modificação de nossas convicções íntimas, e este trabalho é feito num nível bem mais profundo do que a linguagem.
Precisa tempo, sentimento, oração, calma e persistência.
Fomos convencidos de muitas idéias, numa palavra, demoníacas, acerca da vida e necessitamos de anos para nos desintoxicarmos deste envenenamento mental social.
Não basta repetirmos várias vezes por dia que estamos felizes. É preciso sentirmos esta felicidade dentro de nós.
Não basta repetirmos centenas de vezes que cremos em Deus; é preciso sentir sua presença em nós.
Pois como todos sabem é possível falar sem crer em nada do que se fala.
Aquele que tem o verdadeiro poder fala com o coração, é assim que se diz, suas palavras não sabem de sua boca, mas de sua alma, de seu espírito.
Esta palavra que vem do coração, dita por uma língua cardíaca, é rara e poderosa.
E isto é muito mais profundo que um simples desejo.
Este poder é um poder de fato.
Mais forte que uma oração. Mais forte do que um simples desejo.
É idéia comum entre esoteristas que a realidade é produto da qualidade de nosso pensamento.
Como ondas de materialização que incessantemente batem na praia da chamada realidade, modificando-a, os tipos de pensamentos que alimentamos produzem seus reflexos em nossa vida pessoal e na vida social que nos cerca.
É diferente de simplesmente querer que as coisas sejam de algum modo que elas não são. Trata-se das convicções profundas, aquelas concepções às vezes tão radicais em nós que residem no subconscientes e que determinam nossa idéia de mundo.
Valores como crer na miséria como sinônimo de santidade, ou vice versa; na existência de culpa ou pecado em nós quando cometemos erros que poderiam ser atribuídos apenas à ignorância; em se sentir infeliz pela perda de certas condições materiais como se situações transitórias como poder social, reputação e relacionamentos pudessem ser sustentação segura para um estado de bem estar emocional duradouro, e outros possíveis exemplos.
Convicções são coisas muito sérias e podem levar as pessoas a supor reais e transformar em verdadeiramente reais coisas que são apenas ( se é que posso usar essa palavra) concepções pessoais do real.
São, para ser mais didático, nas palavras do Monge Dom, responsável no passado pelo mosteiro budista de Santa Teresa, um Bairro tradicional do Rio de Janeiro, como as lentes coloridas de um par de óculos.
Olhamos o mundo dessas lentes coloridas: nossas mentes. Se as lentes são vermelhas, o mundo nos parecerá banhado em sangue; se azuis, o mundo nos parecerá absolutamente azul. Se cinza, tudo nos parecerá sombrio.
Davi, o salmista, tinha suas próprias lentes, suas próprias crenças, e passou adiante suas imagens de acordo com aquilo que via, ou que acreditava enxergar. Muitos, por identificação cultural religiosa, judeus por exemplo, ou cristãos, que forma criados lendo seus salmos, passaram a exercitar suas mentes para ver o mundo como ele, Davi, via, de forma que suas concepções foram copiadas e reproduzidas.
Convencer pessoas é fazer com que elas vejam as coisas como nós vemos, fazer com que usem os óculos que nós usamos e além disso, usarem estes óculos sem perceber que os estão usando.
Davi com o lirismo e a força de suas palavras em seus salmos, passou muitas concepções adiante e séculos depois existem pessoas que procuram seguir suas orientações visuais-psicológicas, digamos assim.
Uma delas está no salmo 91( ou 92) , versículo, versículos 10 e 11, aonde ele vaticina que “Aquele que habita no esconderijo do altíssimo, à sombra do Onipotente descansará” e conclui nos versículos citados que “ nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda; porque dará ordem aos seus anjos a teu respeito para te guardarem em todos os teus caminhos.”
Todos nós gostaríamos de crer nestas palavras. Talvez conscientemente creiamos, mas inconscientemente não. O certo é que, mesmo aqueles que procuram viver com justiça, que dedicam sua vida a pregação da palavra, que estão compromissados com uma melhoria espiritual, não estão a salvo da dor ou do infortúnio, e muitos menos pairam sobre eles uma redoma invisível que evita que sofram qualquer dano pessoal, seja direta ou indiretamente, através de seus familiares.
Todos nós, pessoas comuns, passamos por problemas, e “algum mal”, sempre nos sucede, ao longo de uma vida, ou sucede àqueles que amamos. As pragas, às vezes chegam às nossas “tendas”, e precisamos lidar, via de regra, com a doença ou com a morte em nosso ambiente familiar. Mesmo assim, muitas pessoas lêem as palavras do salmista como uma espécie de mantra do medo, como se sua leitura repetida realmente pudesse exercer algum tipo de magia sobre a vida material e suspender imediatamente todos os inevitáveis infortúnios da existência.
Só que não é assim.
E aquêles que aspiram a ser Magos, sabem o quanto é importante evitarem o “Pensamento Mágico”, que significa ver o mundo de forma infantil, e acreditar em soluções de natureza fantasiosa, mesmo admitindo como admito, a força de uma fantasia sobre nossas vidas.
Realismo não é amargura, mas evita a amargura. Quando nossas expectativas são realistas, quando não alimentamos ilusões de uma falsa indestrutibilidade diante da Vida, não sofremos desilusões.
Isso evita a decepção e a revolta, e aumenta a nossa aceitação dos problemas, mobilizando-nos na busca de soluções mais objetivas, de forma mais objetiva, sem tergiversações.
O problema das crença sem fundamentação, o chamado “Pensamento Mágico”, é exatamente este: ele rouba nossa objetividade, torna a Existência exageradamente subjetiva e , por conseqüência, confusa.
Baseia-se apenas em um desejo superficial, calcado em convicções profundas e irrealistas. Daí as diversas lentes coloridas com que revestimos a nossa visão de mundo, a nossa concepção de realidade.
Místicos, Magos, não podem ser vítimas do “Pensamento Mágico”, e devem ser tão objetivos ou mais objetivos até do que aqueles que não são iniciados.
Bom senso e falta de bom senso também separa os verdadeiros Magos dos falsos.
E toda vez que usarmos o poder de nossas mentes para mudar o real, recomenda-se que tenhamos estas linhas de raciocínio à mão, para que não confundamos nossos desejos com os fatos que nos cercam, e possamos, efetivamente, mudar a realidade a nossa volta.
Não será pela repetição de um texto que transformaremos a realidade, mas pela modificação de nossas convicções íntimas, e este trabalho é feito num nível bem mais profundo do que a linguagem.
Precisa tempo, sentimento, oração, calma e persistência.
Fomos convencidos de muitas idéias, numa palavra, demoníacas, acerca da vida e necessitamos de anos para nos desintoxicarmos deste envenenamento mental social.
Não basta repetirmos várias vezes por dia que estamos felizes. É preciso sentirmos esta felicidade dentro de nós.
Não basta repetirmos centenas de vezes que cremos em Deus; é preciso sentir sua presença em nós.
Pois como todos sabem é possível falar sem crer em nada do que se fala.
Aquele que tem o verdadeiro poder fala com o coração, é assim que se diz, suas palavras não sabem de sua boca, mas de sua alma, de seu espírito.
Esta palavra que vem do coração, dita por uma língua cardíaca, é rara e poderosa.
E isto é muito mais profundo que um simples desejo.
Este poder é um poder de fato.
Mais forte que uma oração. Mais forte do que um simples desejo.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
NOSSAS BÊNÇÃOS
Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
No artigo imediatamente anterior a este eu defendi a tese de que não escolhemos ser místicos, estamos destinados a sê-lo, somos convocados a sê-lo, sem a popular oposição “queiramos ou não”, já que as Ordens Do Alto não permitem discussões.
Só que pensando bem, existem outras coisas para as quais também somos predestinados, algumas das quais estamos conscientes e outras não. Uma delas é a nossa bênção, como chamava Joseph Campbell, dizendo “follow your bliss”, siga a sua bênção, o seu dom, numa tradução livre .
Dons são bênçãos e devemos enquanto jovens orar com intensidade ao Deus do Nosso Coração para que nos inspire a perceber qual é a nossa bênção, qual é o nosso dom, e assim, segui-lo incontinenti, de forma a lucrar o máximo possível com a nossa existência.
Aquele que segue sua bênção, seu dom, não trabalha, se diverte, realiza-se e realiza o mundo a sua volta, transformando-o ao sabor de seu desejo e competência.
Alguns têm dons para escultura, outras para administração, outros para a oratória, e outros para a ciência, alguns são bons com a educação, alguns ainda com a educação infantil, especificamente.
Não importa quem sejamos, todos temos nossos nichos. Só precisamos encontrá-lo e respeitá-lo, cumprindo as ordens que o Altíssimo nos prescreveu no nosso DNA kármico.
No artigo imediatamente anterior a este eu defendi a tese de que não escolhemos ser místicos, estamos destinados a sê-lo, somos convocados a sê-lo, sem a popular oposição “queiramos ou não”, já que as Ordens Do Alto não permitem discussões.
Só que pensando bem, existem outras coisas para as quais também somos predestinados, algumas das quais estamos conscientes e outras não. Uma delas é a nossa bênção, como chamava Joseph Campbell, dizendo “follow your bliss”, siga a sua bênção, o seu dom, numa tradução livre .
Dons são bênçãos e devemos enquanto jovens orar com intensidade ao Deus do Nosso Coração para que nos inspire a perceber qual é a nossa bênção, qual é o nosso dom, e assim, segui-lo incontinenti, de forma a lucrar o máximo possível com a nossa existência.
Aquele que segue sua bênção, seu dom, não trabalha, se diverte, realiza-se e realiza o mundo a sua volta, transformando-o ao sabor de seu desejo e competência.
Alguns têm dons para escultura, outras para administração, outros para a oratória, e outros para a ciência, alguns são bons com a educação, alguns ainda com a educação infantil, especificamente.
Não importa quem sejamos, todos temos nossos nichos. Só precisamos encontrá-lo e respeitá-lo, cumprindo as ordens que o Altíssimo nos prescreveu no nosso DNA kármico.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O MISTICISMO NÃO TRAZ NECESSARIAMENTE FELICIDADE
Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
O estado de percepção aumentada da presença de Deus em nossas vidas é confortante.
Elabora dentro de nós um estado de completude que não é possível sem esta experiência de identificação com o Deus de nosso Coração. Mas isto não é igual a felicidade. Diria que é mais parecido com bem estar, mas não felicidade. A paz verdadeira não induz ao sorriso, mas provém da compreensão.
A compreensão acalma, tranqüiliza nosso espírito e nos ajuda a atravessar períodos mais difíceis, os quais são inevitáveis.
Isto não é exemplificado apenas por uma crença pessoal. Baseia-se na história da Rosacruz.
O que sabemos de nossa história? Que Akhenaton pode ter sido envenenado, vítima da ira dos sacerdotes tebanos e do descontentamento político e palaciano que gerou ao tentar impor a um povo tradicionalmente politeísta, o Monoteísmo. Solidão e oração marcaram sua vida, não a alegria e o desfrute. E nosso imperator no séc.XVI, Francis Bacon, homem que conheceu a glória e o prestígio, mas que, independente de seus conhecimentos místicos indiscutíveis e influência entre maçons e rosacruzes, acabou seus dias prisioneiro na torre, vítima de calúnias e de seus inimigos.
E Cagliostro, séculos depois, perseguido pelos membros da República pós- revolucionária? Homem de imensa sabedoria e generosidade, viu-se forçado a deixar Paris de modo discreto, para não ser jogado em um calabouço por intrigas e mentiras.
O próprio Spencer Lewis conheceu a injúria e mais de uma vez como relatou, teve que defender a honra da Ordem e a sua própria, em tribunais americanos. Muitas vezes, devido a sua extrema dedicação a implantação da AMORC na América, passou, bem como sua família, por dificuldades pessoais e financeiras. O que estou dizendo? Que ser um místico não é uma boa escolha? Que desviar-se desse caminho seria mais seguro e proveitoso? Não, não é isso. O que eu digo é que não é um caminho fácil ou uma fórmula mágica de sucesso.Esta fala não tem a ver com morbidez pessoal, mas sim com a minha indignação com a hipocrisia irritante para pessoas minimamente inteligentes de certos grupos religiosos que vendem a possibilidade de sucesso e satisfação plena por um determinado preço, que se não conseguidas não implicam em ter seu dinheiro de volta.E antes de tudo, pela simples razão de que ser ou não um caminhante na senda mística não é uma escolha livre. Nenhum de nós que foi arrastado para essa aventura pessoal conseguiu resistir a ela. Algo mais forte do que o livre arbítrio, nos tornou membros da senda mística.
Cada um de nós que se tornou um místico, o fez em busca do conhecimento, não da felicidade e atendendo um chamado que não podia ser desprezado ou desobedecido.
Todo processo de crescimento tem seu preço, e tem suas fases. Algumas boas, outras muito boas, outras ruins e algumas bem piores.
Passar por estas oscilações com serenidade, nem sempre é fácil.
E a única razão por que místicos atravessam com estoicismo e sem revolta estes períodos terríveis, que sempre têm uma razão e uma finalidade em nossas existências, mas que, aliás, na maioria das vezes, não conseguimos divisar suas implicações, causas ou possíveis benefícios para nossos espíritos, são os valores que recebeu em sua educação mística.
Postulados, não dogmas, que o sustentam, e que lhe dão alento e consolo, em horas de grande dificuldade.
Não, o misticismo não garante felicidade nesta terra, mas garante aumento de nossa sabedoria. De forma que todos os que se aventurarem nesta tortuosa trilha da auto-descoberta estejam conscientes de que é preciso estar atento ao chamado interior que recebeu, e nada mais.
Esta voz interior é que comanda nossas escolhas e opções e é por ela e para ela que vivemos e morremos.
Sentimos dentro de nós que a Voz nos orienta em direção a Luz, que todos os nossos medos são infundados, que o Universo não nos é hostil e que nossos problemas e todos os problemas seriam bem piores se não tivéssemos as informações que o conhecimento místico nos deu.Agradeçamos a Deus por tudo que recebamos, mesmo que não entendamos a razão, mesmo pelas coisas que não consideramos positivas ou boas.
Deus tem um plano para nós.
Como místicos, devemos estar sempre atentos ao seu chamado, e confiar em sua infinita bondade.
Não sejamos severos com nós mesmos por às vezes sentir a confiança diminuir.
Certas situações são particularmente difíceis, e nós somos apenas seres humanos.
A compreensão do conhecimento nos sustentará. É isto que realmente importa para o verdadeiro místico.
O Misticismo não é o caminho mais fácil, nem o mais lucrativo, nem muito menos a chance do sucesso pessoal sem esforço.
Todos nós temos um karma a construir e deveremos responder perante nossa consciência por ele, todos nós atravessaremos maiores ou menores problemas pessoais e isto nada tem a ver com o misticismo, embora os danos possam ser minimizados por seus conhecimentos; minimizados, não evitados.
A vida é assim.
O estado de percepção aumentada da presença de Deus em nossas vidas é confortante.
Elabora dentro de nós um estado de completude que não é possível sem esta experiência de identificação com o Deus de nosso Coração. Mas isto não é igual a felicidade. Diria que é mais parecido com bem estar, mas não felicidade. A paz verdadeira não induz ao sorriso, mas provém da compreensão.
A compreensão acalma, tranqüiliza nosso espírito e nos ajuda a atravessar períodos mais difíceis, os quais são inevitáveis.
Isto não é exemplificado apenas por uma crença pessoal. Baseia-se na história da Rosacruz.
O que sabemos de nossa história? Que Akhenaton pode ter sido envenenado, vítima da ira dos sacerdotes tebanos e do descontentamento político e palaciano que gerou ao tentar impor a um povo tradicionalmente politeísta, o Monoteísmo. Solidão e oração marcaram sua vida, não a alegria e o desfrute. E nosso imperator no séc.XVI, Francis Bacon, homem que conheceu a glória e o prestígio, mas que, independente de seus conhecimentos místicos indiscutíveis e influência entre maçons e rosacruzes, acabou seus dias prisioneiro na torre, vítima de calúnias e de seus inimigos.
E Cagliostro, séculos depois, perseguido pelos membros da República pós- revolucionária? Homem de imensa sabedoria e generosidade, viu-se forçado a deixar Paris de modo discreto, para não ser jogado em um calabouço por intrigas e mentiras.
O próprio Spencer Lewis conheceu a injúria e mais de uma vez como relatou, teve que defender a honra da Ordem e a sua própria, em tribunais americanos. Muitas vezes, devido a sua extrema dedicação a implantação da AMORC na América, passou, bem como sua família, por dificuldades pessoais e financeiras. O que estou dizendo? Que ser um místico não é uma boa escolha? Que desviar-se desse caminho seria mais seguro e proveitoso? Não, não é isso. O que eu digo é que não é um caminho fácil ou uma fórmula mágica de sucesso.Esta fala não tem a ver com morbidez pessoal, mas sim com a minha indignação com a hipocrisia irritante para pessoas minimamente inteligentes de certos grupos religiosos que vendem a possibilidade de sucesso e satisfação plena por um determinado preço, que se não conseguidas não implicam em ter seu dinheiro de volta.E antes de tudo, pela simples razão de que ser ou não um caminhante na senda mística não é uma escolha livre. Nenhum de nós que foi arrastado para essa aventura pessoal conseguiu resistir a ela. Algo mais forte do que o livre arbítrio, nos tornou membros da senda mística.
Cada um de nós que se tornou um místico, o fez em busca do conhecimento, não da felicidade e atendendo um chamado que não podia ser desprezado ou desobedecido.
Todo processo de crescimento tem seu preço, e tem suas fases. Algumas boas, outras muito boas, outras ruins e algumas bem piores.
Passar por estas oscilações com serenidade, nem sempre é fácil.
E a única razão por que místicos atravessam com estoicismo e sem revolta estes períodos terríveis, que sempre têm uma razão e uma finalidade em nossas existências, mas que, aliás, na maioria das vezes, não conseguimos divisar suas implicações, causas ou possíveis benefícios para nossos espíritos, são os valores que recebeu em sua educação mística.
Postulados, não dogmas, que o sustentam, e que lhe dão alento e consolo, em horas de grande dificuldade.
Não, o misticismo não garante felicidade nesta terra, mas garante aumento de nossa sabedoria. De forma que todos os que se aventurarem nesta tortuosa trilha da auto-descoberta estejam conscientes de que é preciso estar atento ao chamado interior que recebeu, e nada mais.
Esta voz interior é que comanda nossas escolhas e opções e é por ela e para ela que vivemos e morremos.
Sentimos dentro de nós que a Voz nos orienta em direção a Luz, que todos os nossos medos são infundados, que o Universo não nos é hostil e que nossos problemas e todos os problemas seriam bem piores se não tivéssemos as informações que o conhecimento místico nos deu.Agradeçamos a Deus por tudo que recebamos, mesmo que não entendamos a razão, mesmo pelas coisas que não consideramos positivas ou boas.
Deus tem um plano para nós.
Como místicos, devemos estar sempre atentos ao seu chamado, e confiar em sua infinita bondade.
Não sejamos severos com nós mesmos por às vezes sentir a confiança diminuir.
Certas situações são particularmente difíceis, e nós somos apenas seres humanos.
A compreensão do conhecimento nos sustentará. É isto que realmente importa para o verdadeiro místico.
O Misticismo não é o caminho mais fácil, nem o mais lucrativo, nem muito menos a chance do sucesso pessoal sem esforço.
Todos nós temos um karma a construir e deveremos responder perante nossa consciência por ele, todos nós atravessaremos maiores ou menores problemas pessoais e isto nada tem a ver com o misticismo, embora os danos possam ser minimizados por seus conhecimentos; minimizados, não evitados.
A vida é assim.
sábado, 11 de setembro de 2010
Rose-Croix est également une manière COEUR
Logo abaixo, a tradução em Português
Friday , 10 Septembre , 2010
Avec l'avènement de la Rose-Croix dans le Martinisme , et l'ordre interne faite juste pour la Rose-Croix AMORC actifs , a créé l'habitude de parler dans la Via cardiaque Martiniste pour la définition de la pratique .
La chose étrange est que la pratique de la Rose-Croix des Templiers ou sanctum , il est également une pratique cardiaque, où le chakra Sahasrara Ajna Chakra et , le plus haut de la tête et la région entre les yeux , l'ajouter au chakra Anahata , le chakra du cœur , responsable le développement de la sensibilité spirituelle . L'absence d' un de ces chakras limite le montre mystique et mystique mauvais résultats , qui seront corrigées avec le temps et l'effort , de sorte que ce fait ne décourage pas ceux qui sont sur le chemin .
Chaque état est un déni , de sorte que quand on parle de Martin comme Via cardiaque peut supposer que l' AMORC , ( dans lequel il est sous la forme d' TOM ) , n'est pas .
Quiconque piste, comme moi , le chemin rosicrucien sais que ce n'est pas vrai.
La sensibilité et sans pitié , sans humilité et de remise au plan divin , aucun progrès mystique.
Nous savons tous , mais cela m'a donné envie de se souvenir . Il n'est jamais trop.
Friday , 10 Septembre , 2010
Avec l'avènement de la Rose-Croix dans le Martinisme , et l'ordre interne faite juste pour la Rose-Croix AMORC actifs , a créé l'habitude de parler dans la Via cardiaque Martiniste pour la définition de la pratique .
La chose étrange est que la pratique de la Rose-Croix des Templiers ou sanctum , il est également une pratique cardiaque, où le chakra Sahasrara Ajna Chakra et , le plus haut de la tête et la région entre les yeux , l'ajouter au chakra Anahata , le chakra du cœur , responsable le développement de la sensibilité spirituelle . L'absence d' un de ces chakras limite le montre mystique et mystique mauvais résultats , qui seront corrigées avec le temps et l'effort , de sorte que ce fait ne décourage pas ceux qui sont sur le chemin .
Chaque état est un déni , de sorte que quand on parle de Martin comme Via cardiaque peut supposer que l' AMORC , ( dans lequel il est sous la forme d' TOM ) , n'est pas .
Quiconque piste, comme moi , le chemin rosicrucien sais que ce n'est pas vrai.
La sensibilité et sans pitié , sans humilité et de remise au plan divin , aucun progrès mystique.
Nous savons tous , mais cela m'a donné envie de se souvenir . Il n'est jamais trop.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
O ROSACRUCIANISMO TAMBÉM É UMA VIA CARDÍACA
Com o advento do Martinismo dentro do Rosacrucianismo, como Ordem Interna feita apenas para Rosacruzes ativos da AMORC, criou-se o hábito de falar em Via Cardíaca para definição da prática Martinista.
O curioso é que a prática rosacruz de sanctum ou templária, é também uma prática cardíaca, onde o Sahashara Chakra e o Ajna Chakra, do alto da Cabeça e da região entre os olhos, somam-se ao Anahata Chakra, o chakra do coração,responsável pelo desenvolvimento da sensibilidade espiritual. O não desenvolvimento de quaisquer um desses chakras limita o místico e evidencia insuficiência de desempenho místico, o que será corrigido com o tempo e esforço, de maneira que este fato não desanime qualquer um que está na senda.
Toda afirmação é uma negação, de forma que ao se falar do Martinismo como a Via Cardíaca pode-se supor que a AMORC, (dentro da qual ele está sob a forma de TOM), não é.
Todo aquele que trilha, como eu mesmo, a senda rosacruz sabe que isto não é verdade.
Sem sensibilidade e misericórdia, sem a humildade e a rendição aos desígnios divinos , nenhum místico progride.
Todos sabemos disto, mas me deu vontade de lembrar . Nunca é demais.
O curioso é que a prática rosacruz de sanctum ou templária, é também uma prática cardíaca, onde o Sahashara Chakra e o Ajna Chakra, do alto da Cabeça e da região entre os olhos, somam-se ao Anahata Chakra, o chakra do coração,responsável pelo desenvolvimento da sensibilidade espiritual. O não desenvolvimento de quaisquer um desses chakras limita o místico e evidencia insuficiência de desempenho místico, o que será corrigido com o tempo e esforço, de maneira que este fato não desanime qualquer um que está na senda.
Toda afirmação é uma negação, de forma que ao se falar do Martinismo como a Via Cardíaca pode-se supor que a AMORC, (dentro da qual ele está sob a forma de TOM), não é.
Todo aquele que trilha, como eu mesmo, a senda rosacruz sabe que isto não é verdade.
Sem sensibilidade e misericórdia, sem a humildade e a rendição aos desígnios divinos , nenhum místico progride.
Todos sabemos disto, mas me deu vontade de lembrar . Nunca é demais.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Per benedictionem Rosae Crucis
Ad rosam per crucem,
Ad crucem per rosam
In ea-eis gemetus re sur gam
Non Nobis, Non Nobis
Domine sed nominis Tui gloriae Solae
Pela bênção da Rosa Cruz
Alcançar a rosa através da cruz
Alcançar a cruz através da rosa
Desta forma, adornado, serei ressucitado
Não para nós, não para nós oh senhor!
Mas unicamente para a glória do Teu nome!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
A MAIS TERRÍVEL CONSPIRAÇÃO DOS ÚLTIMOS VINTE SÉCULOS
OU COMO DEUS FOI ROUBADO DE NÓS.
Mario Sales, FRC.:S.:I.:,M.:M.:
Não haverá, talvez, crime maior na história da humanidade do que a campanha da Igreja, de 20 séculos de duração, aliás, muito bem sucedida, para convencer a todos nós, humanos que somos, de que não passamos de um erro da criação, um aborto espiritual, algo que em suma, fracassou.
Tantas vezes foi repetido que todos nós representamos o resultado de um equívoco do Ser Divino, que muitos senão todos acreditaram.
Ser Divino este que ao mesmo tempo em que errou criando-nos, era Infalível. Ser Divino este que sendo Onisciente, foi traído em sua confiança por nós. Ser Divino que em sua Onipresença, não estava ao lado de Eva quando esta foi tentada pela Serpente.
Para alguns é um Dogma: o único problema da Criação, o grande erro da Obra de Deus foi o Homem, Criado para reinar, Homem este que por incompetência e inépcia, não estava à altura da nobreza para a qual foi criado.
Não importa que ele, Homem, seja, para muitos teólogos, uma criatura de Deus, e que por isso, qualquer erro em sua constituição ética e moral tenha de ser atribuído ao seu Criador, da mesma forma que os defeitos de uma estátua não são senão defeitos provocados pela inabilidade do Artista; nem importa também que a partir de outro ponto de vista o Homem seja uma Emanação do Criador, o que levaria a situação embaraçosa de admitir que suas imperfeições estejam presentes também em Deus, de onde foi emanado e, como tal, ao qual, se iguala, já que é da mesma natureza que ele.
Não, tais objeções lógicas não vêm ao caso. É preciso convencer os Homens (e a Igreja o fará) de que eles têm livre arbítrio, que estão separados de Deus, que Deus é outra coisa, muito diferente do Homem, e que, portanto, o Homem é muito diferente de Deus.Afinal, a idéia do livre arbítrio é popularizada por um sacerdote, Santo Agostinho.
Desde a discussão entre o monge Pelágio e Santo Agostinho sobre a existência ou não de pecado original por herança em todos nós, um trabalho psicológico maciço e ininterrupto tratou de criar textos e falas, discursos e homilias que foram mantidas vivas e aceitas mesmo após as cismas que a não tão Santa Mãe Igreja sofreu na ruptura com a Igreja de Constantinopla, ao Leste; com a Reforma de Martinho Lutero ao norte, finalizando pela ruptura com a Igreja da Inglaterra à Oeste.
O mais espantoso é que suas filhas rebeldes perseveraram os mesmos conceitos primários e depressivos ao longo de eras, embora pensassem que trilhavam um caminho original.
E o que dizem estes textos?
Primeiro: o homem não é digno de comer o pão em sua mesa.
Segundo: o corpo do homem é fonte de pecado e imundície. Só gera perversão e luta contra a espiritualidade.
Terceiro: tudo que há de Bom, Belo e Santo está fora desta Terra em que habitamos, fora do homem e deste mundo em que vivemos, além do mundo dos vivos.
Não é uma receita de ânimo, de estímulo à vida, de louvor a existência, em suma, mas sim de negação da existência, uma ode à morte. A alegria sempre esteve longe da religião, já que a busca pelo Altíssimo segundo os religiosos, implicaria a renúncia às coisas deste mesmo mundo aonde a busca se desenrola.
Nada, no entanto, do que eu disse até agora é filosófica ou sociologicamente novo.
Outras penas já denunciaram tais estultícias que só a ignorância espiritual e o atraso mental justificam, ou pelo menos contextualizam.
O mais grave, no entanto, foi a insistência quase doentia de que o Homem está separado de Deus, que não são uma e a mesma coisa, como dizia o profeta desta mesma Igreja.
Tudo em nome da valorização do Intermediário, o Sacerdote, o Cardeal, o Papa, não importa, alguém que está entre nós e Deus e que, necessariamente, será imprescindível em nosso encontro com o Altíssimo. Para usar uma frase oportuna, criaram-se dificuldades para se vender facilidades (ou indulgências, se assim o quiserem).
Roubou-se assim do Homem comum a capacidade de Ver e Ouvir Deus com
autonomia, sem os aparatos do Ritual ou do Cerimonial, homem este tão bem personificado no herói quixotesco do Dilúvio, Noé, o mesmo que após garantir a preservação da diversidade biológica da natureza e da humanidade é presa do Vinho e embebeda-se a ponto de ser carregado nu para casa por seus filhos.
Tocado pelo Sagrado e ainda assim, tropeçando em seus próprios atos, Noé, o Velho Louco, que ouvia Vozes e construiu um barco sob as gargalhadas dos tolos, era, ainda assim, um eleito.
E qual o perfil de um eleito? Resposta: não há perfil, não há padrão, já que, em verdade, todos nós somos eleitos de Deus, desde que deixemos que sua voz, seu hálito, nos alcance, e nos aqueça, desfazendo a nossa insegurança e solidão.
Ninguém, ninguém nos amaldiçoou mais ao longo dos últimos 20 séculos do que a Igreja. Ela conseguiu convencer aos crentes e a alguns céticos que o dinheiro e a pureza são incompatíveis com a santidade, que a dignidade material não condiz com a dignidade espiritual e que santo é o miserável, o ignorante, o tosco de espírito.
Todo intelectual vivo, hoje, olha com suspeita para si mesmo, tocado inconscientemente por esta lavagem cerebral de séculos, e embora não perceba não se permite crer que sua cultura possa ajudá-lo no caminho da Iluminação. No fundo crê mesmo que Iluminismo e Iluminação são coisas incompatíveis, antagônicas.
Muitos dirão: que nos importa tais crenças, tais análises? Não somos religiosos, alguns de nós somos inclusive ateus. Que nos importa tais considerações?
O fato é que o poder desta conspiração de vinte séculos não afetou apenas os crentes. Tirando a esperança de muitos, criou o desespero e a revolta em outros.
Independente de se crer ou não na existência de Deus, a Campanha da Igreja gerou um estado de baixa auto estima tão coletivo e profundo que todos, crentes ou não crentes, foram afetados por este trabalho psicológico demoníaco de convencer um por um, que nenhum de nós é Divino, e que desde o nascimento, estamos mergulhados no erro e no pecado.
O mais grave não foi a perseguição aos sábios, aos cientistas. A Igreja, sejamos justos, não está só neste campo. Entre os egípcios, Akenathon o faraó monoteísta também foi objeto de oposição; Espinoza foi excomungado pela comunidade Judaica de Amsterdã; e o próprio Cristo foi morto pelos judeus.
O que a Igreja tem de peculiar foi a sua competência corporativa, sua habilidade em transformar a consciência de tantos homens e mulheres ao longo de 2000 anos em mentes apáticas ou antipáticas a quaisquer idéias que toquem de leve o tema da nossa identidade natural com o Sagrado.
A Igreja expulsou, pois, o Sagrado de dentro de nós e recolocou a cortina do Tabernáculo na frente da Arca.
Mais: apossou-se da Arca e a escondeu de todos de maneira que ninguém pudesse nem mesmo vislumbrá-la por uma fresta.
E convenceu a todos que ela, a Arca, a presença divina, nunca esteve nesta Terra, e nem está mais.
É sempre oportuno lembrar a quem disser que existe exagero em minhas palavras de um episódio histórico bem documentado: o massacre dos Cátaros e o seu massacre impiedoso pelas forças de Inocêncio III.
Papa Inocêncio III
O grande pecado cátaro, sua grande heresia, era dizer que o contato entre o home e Deus devia ser direto, sem intermediários. Isto obviamente destruiria a reserva de mercado de uma das profissões mais bem sucedidas daquela época, a de sacerdote, os quais não tinham necessidade de família, tinham garantia de alimento em uma era em que comer todos os dias era um luxo para a maioria da população camponesa, possuíam benefícios como roupas e alojamento no local de trabalho além de acesso ao que de mais sublime existia e existiu na nossa sociedade: livros e educação, outro luxo de uma época em que poucos sabiam ao menos ler.
Os Cátaros eram uma ameaça a tudo isto. E por isto, só por isto, foram mortos.
Da mesma maneira que após a invasão do território americano pelo México, com a destruição e o massacre de todo um destacamento pelas tropas mexicanas, na contra ofensiva das tropas americanas era comum bradar “Lembrem-se do Álamo”, nós místicos devemos sempre nos lembrar dos Cátaros como modelo sócio-político do que uma Organização religiosa é capaz para manter um monopólio sobre os corações e mentes de milhares de seres humanos
Misticismo é a busca do contato íntimo com Deus. Religião é poder.
Foi nesse enfoque de poder que esta máquina administrativa poderosa empenhou-se no esforço de 20 séculos para convencer a todos de que Deus não está em nós, mas longe de nós, e que na verdade, o Homem é apenas e tão somente uma absurda imperfeição da obra de uma Divindade dita perfeita.
Assinar:
Postagens (Atom)