Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

sexta-feira, 14 de junho de 2013

QUANDO TREMEM OS DEMÔNIOS?


por Mario Sales, FRC, SI





"Meus irmãos, 
que aproveita se alguém disser que tem fé, 
e não tiver as obras? 
Porventura a fé pode salvá-lo?

E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, 
e tiverem falta de mantimento quotidiano,
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, 
e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, 
que proveito virá daí?
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; 
mostra-me a tua fé sem as tuas obras, 
e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
Tu crês que há um só Deus; fazes bem. 
Também os demônios o crêem, e estremecem."


Tiago 2:14-19




O questionamento de Tiago me aflige nos últimos anos. 
O esoterismo tornou-se uma ágora grega, cheia de sofistas, aonde ouvimos discursos e falas as mais elegantes, mas não acompanhamos demonstrações que corroborem estas declarações.
Muitos se perguntam por que o Cristo teve um impacto tão importante na história do Ocidente, ele, um Oriental.
Talvez isto se deva à fórmula de seu ministério, um discurso, setenta curas, que arrebanhava centenas de pessoas para ouvir suas pregações. Aqueles que o ouviam, não ouviam o homem que falava , mas o Mestre que fazia e comprovava suas palavras com a força de seus milagres terapêuticos.
Reginaldo (que faria aniversário no próximo domingo) e eu, pouco antes de sua transição, comentávamos isto preocupados. Ele me contava, orgulhoso, o modelo da Classe de Artesãos da Loja Rosacruz , Recife, que junto com a dedicação e o zêlo de mestre José Marcelo, elevaram a presença dos artesãos nas reuniões de uns poucos para mais de duas dezenas.
Fatos, experimentos, isto motivava as pessoas a saírem de casa em um domingo e encontrarem seus pares, não para ouvir discursos acerca do Bem e do Belo, mas para praticar esoterismo experimental, essência e eixo do trabalho rosacruciano.
É preciso que demonstremos nossas propaladas habilidades psíquicas, nós, rosacruzes, para nós mesmos e para nossos iguais, na busca de aperfeiçoarmos nossas técnicas, mântricas e mentais.
Em um pequeno livro meu, perdido aqui no blog, "Diálogos Rosacruzes II ", anos atrás, descrevi a necessidade e importância de seminários nacionais de artesãos por especialidades práticas, como reuniões específicas com nossos melhores telepatas, ou com nossos melhores visualizadores de aura, ou com os rosacruzes telecinéticos, na intenção de que estes especialistas demonstrassem as técnicas descritas nas monografias aos principiantes ou aos mais antigos que não tivessem logrado conseguir este aperfeiçoamento.
Isto encheria os salões em Curitiba, não pelo apelo da curiosidade apenas, mas pela ânsia de, em um meio de pessoas afins, aprofundar os mais variados aspectos dos ensinamentos rosacruzes.
E como é bom estudarmos juntos, como recomendado até para o Cabala, pesquisarmos juntos, praticarmos juntos, como lembra o Salmo 133:1-3.

"Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre."

É como diz Tiago, "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma"
Precisamos, nós, rosacruzes, desesperadamente, das obras; nossa fé, a fé rosacruz, a fé do experimentalismo científico esotérico, demanda as obras. É no trabalho experimental, tal qual os alquimistas, que cresce o estado de envolvimento rosacruciano com a Consciência Divina manifesta.
Pois esta é a essência do místico, a fé somada às obras.
Sem obras, não somos nada. Só nossas obras, visíveis ou mentais, "farão os demônios tremerem".

O resto é silêncio.

3 comentários:

  1. Frater, como estimular os novos estudantes e futuros gestores da Ordem Rosacruz com discursos exacerbando frustração e descontentamento? Concordo em número e grau com o Frater em relação a tudo que dizes, e acredito que a prática Rosacruz seja o cerne de todo o caminho. Eu acompanho o blog há um tempo e antes observava entusiasmo, alegria e aqui eu era estimulado a estudar os ensinamentos rosacruzes, mas ultimamente venho ficado triste ao ler algumas coisas por aqui. Óbvio que a verdade fere e prefiro a Verdade acima de tudo, mas não acha que podemos mudar a Ordem Rosacruz de dentro, fazendo em nossos organismos afiliados como o Frater Marcelo está fazendo? Com entusiasmo, alegria e serviço desinteressado?

    Com votos de Paz Profunda,

    Zenobio de Almeida, S.I.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Frater Zenóbio, bom dia
      Eu não sei se me fiz entender, mas em tudo e por tudo não tinha a intenção de passar tristeza com estes comentários. Muito menos acredito que eu saiba a verdade sobre o que é melhor ou pior para a Ordem. Apenas emito opiniões e por favor, frater, quando notar que eu estou, na sua visão, errado em minha análise, corrija-me e argumente também o seu ponto de vista. Eu apenas reflito as conversas que tive e tenho com outros membros da Ordem, mas pode ser que esteja sendo excessivamente amargo e peço desculpas se assim for. O frater foi feliz em lembrar o frater José Marcelo. Ele é um dos muitos exemplos de dedicação e abnegação em relação ao trabalho administrativo rosacruz. E gostaria de, algum dia, ser lembrado como alguém desta estirpe, um servidor, como ele. É que cada um serve com seus dons e o meu é pensar e escrever. E às vezes pode parecer que quem tem o pensamento mais organizado é senhor da razão. Não sou ingênuo de supor tal coisa por que sei que a razão e o pensamento racional pode levar a terríveis equívocos interpretativos. Por isso dependo destes retornos, como o seu comentário, frater, para sentir o pulso dos que lêem meus comentários. Penso e escrevo sobre a Ordem como poderia estar prestando serviços como Capelão ou como Guardião Externo, cargos que eu já ocupei. Ou como tesoureiro da Junta Depositária, não importa. O que eu queria dizer com este post é que precisamos recuperar o experimentalismo, a ênfase na prática e não no discurso. É minha sincera opinião que a ênfase neste aspecto, como inclusive também achava um frater que era amigo comum meu e de frater José Marcelo, Mestre Reginaldo Leite, trará motivação a muitos membros de retornarem a frequentar nossos corpos afiliados. Não sei se agora me fiz claro. Fique a vontade frater de exercer seu direito de discordar de minhas posições quando quiser. Estamos em uma relação fraterna e eu prestarei atenção em suas ponderações. Agradeço seus comentários.
      Grande Abraço.
      PP.
      M

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