Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
De fato, ser místico não é uma opção, como uma carreira militar ou científica.
Diz-se que todos nós temos um tipo qualquer de dom ou tendência e que devemos segui-la para alcançar realização profissional e felicidade (“Folow your bliss”, dizia Joseph Campbel). Às vêzes no entanto não temos clara para nós qual é esta bênção e tomamos decisões inadequadas à nossa natureza.
Mas ser místico, dedicar-se ao misticismo não é algo que permita erros, ou enganos.
É um tipo de chamado tão forte e ensurdecedor que não há como não ouvi-lo, mesmo que o sujeito não esteja muito bom dos ouvidos.
Não há como fugir ao comando interno e nos vemos, ato contínuo, na senda, buscando o Graal, o Cálice, espada em punho, mesmo que apenas(“apenas”?) em nossa imaginação.
Não vamos para este caminho em busca de compensação financeira, nem de sucesso. Não vamos em busca de poder.
Ao que parece, o único alento deste tipo de prática é o conhecimento pessoal que aurimos durante nosso esforço.
Muitas vêzes às custas de relacionamentos pessoais, de casamentos, e até de interesses particulares mais urgentes, embrenhamos-nos numa floresta de leituras e rituais que, por alguma razão nos atraem de forma irresistível.
Por isso acho gozado quando alguém tenta justificar o porque de ser místico, ou monta uma campanha publicitária tentando motivar pessoas a se tornarem místicas ou membras de uma escola mística tradicional.
Isto simplesmente não é fruto de convencimento, mas consequência de uma programação atávica, pré encarnacional.
E ponto.
Não há o que explicar. Só missões a cumprir, ordens a obedecer, trabalhos a realizar.
Estamos, como todos estão, nós , os místicos, nas mãos de Deus. Ele nos guia e nos orienta.
Ele nos diz para onde vai nosso pé direito e nosso pé esquerdo.
Resignemos-nos e tornemo-nos silentes em sua presença.
Nossa vida e nossa vontade há muito não importa.
Pois já já não vivemos mas é Deus que vive em nós, parafraseando Paulo, apóstolo.
É isso.
De fato estimado frater mário, o caminho místico não é bem uma escolha ou chamado... sinto-o deste jeito que caracterizou no texto... uma espécie de força intrínseca a determinada alma como um projeto mesmo pre-encarnação. Não trata-se de algo que possa ser produzido externamente... tanto que existem os momentos de pausa... período em que alguns precisam ficar inativos pois a vida e as experiências humanas se fazem necessárias como num limbo laboratorial... para depois se retornar a FONTE e então elaborar-se, internalizar-se o saber de forma mais enriquecedora...
ResponderExcluirmais profunda
mais marcante
a vida é como um rio... e ele corre sozinho...
a vida mística também o é...
existe a frase título de um livro de gestalt que bem exemplifica ou define esta busca do místico
Não apresse o rio, ele corre sozinho...
sincera e fraternalmente,
src carla