A existência de um Princípio onipresente, eterno, ilimitado, imutável, insondável, impenetrável à razão humana e além do próprio âmbito do pensamento. É a realidade absoluta que existe antes e além de toda manifestação, é a causa eterna de todas as coisas, sua fonte e destino último. Este Princípio, que os gregos chamavam de LOGOS, os ocidentais chamam de Deus e os hindus de Parabrhaman, não possui atributos e não pode ser descrito de qualquer maneira concebível; é a Causa sem Causa, o Absoluto da metafísica. A primeira manifestação objetiva desse Absoluto é uma dualidade: Espírito (Purusha para os hindus) e Matéria (Prakriti para os hindus), que juntos formam a base de todo o ser condicionado. São apenas aspectos do Absoluto, e não realidades independentes, e em relacionando-se com a sua fonte formam a primeira Trindade, que antecede o cosmos e é a inteligência-consciência que guia toda expressão objetiva ulterior. Na relação entre Espírito e Matéria aparece outro elemento, Fohat, ou Segundo Logos, que é a própria Vida, uma energia dinâmica pela qual a ideação espiritual se imprime na matriz substancial sob a forma de leis da natureza. Consequentemente, do Espírito ou ideação cósmica procede a Mônada humana, e da Matéria ou matriz substancial emergem todos os corpos manifestos onde a inteligência única se individualiza e pluraliza. A eternidade do universo in toto, como um plano ilimitado que se manifesta e oculta em ciclos periódicos de Criação e Destruição universais, que os hindus chamam de Os dias e noites de Brahma. A identidade fundamental de todas as almas individuais com a Alma Universal, que é um aspecto da Causa sem Causa. A mônada obrigatoriamente, de acordo com as leis cíclicas, e a da causa e efeito ou do karma , peregrina pelos mundos manifestos, encarnando em todas as formas de vida incluindo as não humanas, primeiro por um impulso automático e depois com crescente grau de vontade própria e planejamento dirigido, a fim de conquistar sua autoconsciência, o que acontece no fim de uma série de encarnações em forma humana. Em outras palavras, simplificadamente, um raio ou centelha do fogo divino único, a mônada, para se individualizar e ser autoconsciente, deve passar por um ciclo descendente de encarnações progressivamente mais densas a partir de seu plano de existência sublime e eterno. Assim vai assumindo sucessivos corpos espirituais, mentais, emocionais e por fim físicos. Quando chega à encarnação física, passa primeiro pelos estágios de vida mais brutos, os elementos minerais. Adquirindo a experiência necessária neste nível, o que pode se estender por períodos longuíssimos de tempo, ganha o direito de encarnar como planta, e depois como animal e por fim homem, o ponto médio do ciclo geral. Na série de encarnações humanas a mônada tem a chance de se individualizar, quando deixa de lado a preocupação consigo mesma e passa a trabalhar para a coletividade. Mas este não é o fim do ciclo, e à frente jaz todo o caminho de retorno à sua origem divina e união final com o Absoluto. Então, depois de uma série de iniciações conduzidas por mônadas que percorreram antes esse caminho - os mestres de sabedoria -, que abrem os canais de comunicação internos entre a personalidade que adquiriu ao longo dos evos de evolução anterior e seu princípio espiritual mais puro, conquista um primeiro degrau de autoconsciência em todos os planos. Doravante o seu caminho é facilitado pelo domínio pelo Espírito de todos os seus veículos, tornando-o apto para expressar sua divindade em todos os planos com crescente grau de perfeição. Assim a mônada abandona o reino humano e ingressa no domínio dos deuses, coletivamente chamados de Construtores do Universo, os Elohim dos judeus , tornando-se um deles, um novo auxiliar da divindade, plenamente consciente e voluntário, no plano geral de evolução do universo. O processo evolutivo da mônada continua até alturas insondáveis, chegando a se tornar um espírito regente de todo um planeta e de todo um sistema solar, seguindo nesse caminho ascendente até que o universo continue em manifestação, para depois do grande ciclo cósmico encerrar ser reabsorvida junto com tudo, de volta no Absoluto não-manifesto. Depois de um intervalo cuja extensão não pode ser medida, pois na fase não-manifesta o tempo não existe, o Princípio único volta a se manifestar objetivamente, e assim por ciclos incontáveis. Dentro deste plano evolutivo, que se desenrola e tem sua substância todo dentro da própria divindade, tudo o que existe, mesmo a matéria dita "inanimada", possui vida e está infusa de inteligência, mas por outro lado, toda manifestação é considerada ilusória, ou Maya para os hindus, pois apesar das progressivas diferenciações objetivas, a unidade essencial nunca é rompida e todos os seres são como células de um só corpo. Sendo emanações da mente de Deus, todos seres são apenas fenômenos temporários e perecíveis, mesmo os mais exaltados dos deuses, e nesse sentido é que se os considera ilusórios, pois apenas o Absoluto tem uma verdadeira existência e é o único Ser.