Por Mario Sales, FRC, SI
A pedido de uma sóror de Santos, SP, começamos a estudar um
texto clássico da Ordem, “O Casamento Alquímico de Cristian Rosencreutz” (1616),
que junto com Fama Fraternitatis, também intitulado Fama Fraternitatis Roseae Crucis oder Die Bruderschaft des Ordens der
Rosenkreuzer (1614) e Confessio Fraternitatis (1615) compõem a Trilogia de
manifestos rosacruzes. Temos usado para este estudo, via Skipe, a publicação da
AMORC que reúne os três manifestos, ainda sob a coordenação e supervisão de
nosso antigo e saudoso Grande Mestre, Charles Vega Parucker, de 1998.
Jamais imaginei que depois das dificuldades que nos últimos
três anos tenho encontrado para me acostumar com a terminologia e arcabouço de
conceitos teosóficos, com a ajuda paciente e fraterna de Mestre Flavio, eu
encontraria outro texto de natureza hermética equivalente.
Equivalente, por sinal, em complexidade, não é um adjetivo justo para o Casamento Alquímico, mas minha afinidade pela alquimia era mínima e minha ignorância de sua simbologia, imensa.
Durante a primeira leitura, saltava aos olhos o simbolismo quase ingênuo de certas imagens, mas como um hermeneuta prudente ainda me sentia inseguro de concluir pela interpretação deste ou daquele signo sem o apoio de um texto base.
Equivalente, por sinal, em complexidade, não é um adjetivo justo para o Casamento Alquímico, mas minha afinidade pela alquimia era mínima e minha ignorância de sua simbologia, imensa.
Durante a primeira leitura, saltava aos olhos o simbolismo quase ingênuo de certas imagens, mas como um hermeneuta prudente ainda me sentia inseguro de concluir pela interpretação deste ou daquele signo sem o apoio de um texto base.
Américo Somermann
Para minha felicidade, e atendendo a minha visualização, por motivos de estarmos no mesmo evento neste fim de semana, em Ribeirão Preto, confraternizei com Américo Somermann, este Editor corajoso que facilitou a todos os esoteristas brasileiros, acesso a textos fundamentais para Rosacruzes, mas muito mais para Martinistas, considerando que a espinha dorsal da Obra de Jacob Boheme foi traduzida.
Américo levou para divulgação vários exemplares das publicações da Polar, mas dois ou três me chamaram atenção, já que os outros eu já possuía.
Entre estes, cito especificamente O Tratado da Pedra Filosofal, de Lamb-spring, ou Lambsprink provavelmente um pseudônimo, em dois volumes.
Patrick Paul
A edição como tudo que a Polar publicou, é de uma elegância e beleza inspiradoras,traduzida por Marly Segreto, da de Patrick Paul (Livre docente em Ciências da Educação, doutor em Medicina e em Ciências da Educação, mestre em Ciências [Microbiologia] e em Antropologia, atualmente é Professor Visitante da Faculdade de Medicina da USP) ; o texto, do século XIV ou XV, é primoroso, publicado em dois volumes, e foi referência no estudo alquímico para famosos esoteristas ao longo dos séculos. Patrick Paul, por sinal, é uma figura constante na Ed. Polar (vide O Paradoxo do Nada, em 2011). Imediatamente vi que estes eram os tais textos de apoio que necessitava para continuar minha exegese do Casamento Alquímico. Ontem e hoje os folheei, curioso.
Marly Segreto
O interessante é que, embora minha expectativa fosse ter suporte para um estudo alquímico, fui surpreendido pelo fato de que o
Autor, dada sua erudição, descreve e explica as imagens alquímicas do livro
lançando mão de conceitos cabalísticos.
É o caso da página 195 aonde lemos: “ O Centro Frontal enunciado na Ioga está aberto. Essa mesma
passagem corresponde, na Cabala, à entrada no mundo de Briah e ao acesso à
Tiferet. Ela é considerada, na Cabala, como a travessia de um véu (o Parohet)[1]que separa as quatro
sephirot inferiores das seis superiores (as quais, por sua vez, são separadas
de três em três por outro véu, o dos Abismos). Essa travessia, que abre acesso
a outro nível de realidade, é chamada de Obra em Branco. ”[2]
Para minha alegria, descubro um texto explicado em termos cabalísticos, o que, para usar uma expressão típica da minha terra, o Rio de Janeiro, é mais a minha praia. Muito bom. Acredito que será uma grande leitura, enriquecedora e esclarecedora. Mãos a obra.
Para minha alegria, descubro um texto explicado em termos cabalísticos, o que, para usar uma expressão típica da minha terra, o Rio de Janeiro, é mais a minha praia. Muito bom. Acredito que será uma grande leitura, enriquecedora e esclarecedora. Mãos a obra.
[1]Que eu, Mario, chamo de Paroketh.
[2] Meditações sobre o Tratado da Pedra Filosofal de Lambspring, pág.195. Ed Polar, vol 1, 2014
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