por Mario Sales, FRC, SI, CRC
Acaba de chegar a edição de A Ilha do Conhecimento, de Marcelo Gleiser. Ainda não comecei a ler mas tenho acompanhado suas entrevistas de divulgação do livro e sei que se trata de um ensaio sobre epistemologia, as possibilidades do ato de conhecer e, como dito no subtítulo, os limites da ciência.
Acompanho a carreira de divulgador científico de Marcelo há vários anos e sei da importância de seu trabalho e da seriedade com que o faz.
Os físicos são, em nossa época. os sacerdotes da ciência e ficaram de modo implícito, responsabilizados por explicar aos seres humanos comuns quais são as suas atuais visões do que chamamos o mundo que nos cerca, seja aquele mundo visível, seja aquele mundo invisível, muito, muito pequeno.
Físicos divulgadores sempre existiram e a sua tradição deve ser anterior a Carl Sagan mas foi com Sagan que eu comecei a me fascinar com a física e, particularmente, com a Ciência da Humildade, a Astrofísica e a Cosmologia.
Digo Ciência da Humildade por que nada nos torna tão humildes do que perceber o quão insignificante é em tamanho e em importância na galáxia nosso mundo, pelo qual, como diz Sagan em um vídeo apaixonante chamado O Pálido Ponto Azul, lutam desesperadamente ditadores, pacifistas, santos e canalhas, disputando às vêzes em lutas mortais o domínio de uma de suas frações de território.
O sucessor de Sagan, ao que parece, é Neil deGrasse Tyson, astrofísico que comparece ininterruptamente na mídia para, de modo semelhante a Sagan, para traduzir o pensamento científico em uma linguagem acessível a maioria das pessoas.
É atualmente o "Diretor Frederick P. Rose do Planetário Hayden no Centro Rose para a Terra e o Espaço e é investigador associado do departamento de astrofísica no Museu Americano de História Natural. De 2006 a 2011 foi apresentador do programa de televisão de educação científica New Science Now, no canal de televisão PBS" (wikipedia)
É a mesma coisa que Marcelo Gleiser, professor titular de Filosofia Natural e de Física e Astronomia no Dartmouth College, na região Nordeste dos EUA, na cidade de Hanover, New Hampshire, tem feito para a comunidade de língua portuguesa, embora seja um cientista conhecido mundialmente e também tenha feito intervenções em programas internacionais e americanos sobre temas cosmológicos ou sobre a Origem da Vida, sua mais recente paixão.
Criação Imperfeita, o último livro que li de sua autoria, sobre o qual já falei aqui, é delicioso e didático, e tem na entrada uma dedicatória singela a Carl Sagan, modelo de todos que se interessam em partilhar conhecimento.
Junto com A Ilha do Conhecimento, comprei A Dança do Universo também não li, um título mais antigo mas do qual espero o mesmo nível de interesse que outros livros de Gleiser me causaram,
Espero terminar ambos antes de viajar nas férias de outubro.
Falarei mais sobre eles.
Quem quiser assistir o filme "Um Pálido Ponto Azul", de Carl Sagan, procure no índice a direita do Blog, em 31 de janeiro de 2013. Entenderão porque todos nós que acreditamos na importância de partilhar conhecimento sentimos tanto a sua ausência.