Por Mario Sales, FRC,SI,MM
Philipe De Lyon, biografia, SCA
Em 8 de março de 2011, publiquei o primeiro de três ensaios,
que sem dúvida foi o mais polemico texto do blog, pela fúria que desencadeou
entre alguns leitores que fizeram comentários ácidos, agressivos mesmo,
testemunhando de modo indiscutível que a vida esotérica e as concepções de
mundo ligadas a esta prática, podem, como qualquer outra prática humana, fugir
ao bom senso e transformar-se em uma crença de perfil em tudo e por tudo
religioso, dogmático, sem possibilidade de receber os ventos refrescantes da
análise intelectual. Dogmas, portanto.
Fascinado como estou, no momento, pela personalidade de
Philipe de Lyon, grande místico francês, (vejam bem, místico, não esoterista),
mestre espiritual, no entanto, de esoteristas famosos como Gerard Encausse (Papus),
Lalande, (Marc Haven), e Paul Sédir, os quais, por sua vez dedicaram sua vida
ao legado de Saint-Yves D´Alveidre e de Alphonse Louis Constant (Eliphas Levy),
este sim, esoterista e ocultista de primeira hora.
A afirmação, no trecho em epígrafe, de que todos os citados
abandonaram suas buscas esotéricas diante da magnificência e força espiritual
testemunhadas na convivência com Mestre Philipe foi uma novidade para mim e um
dado a mais de reforço de meu ponto de vista expresso naqueles ensaios de cinco
anos atrás.
Ao que tudo indica, o esoterismo com seus encantamentos e
fórmulas, com seus complexos rituais e símbolos, mas parece um jogo infantil
diante da força da oração e da nítida conexão que este homem, Philipe,
demonstrava em seu dia a dia.
Todos os esoteristas e ocultistas, e mesmo Cabalistas
Práticos, buscam desenvolver com seus estudos capacidades, dons e habilidades
que foram dadas a este homem, parte por sua evolução e merecimento espiritual,
parte por sua percepção da força da oração como verdadeira e única técnica
teúrgica realmente importante.
Aqui, sábios e pessoas simples se igualam, já que a todos é
dado passar por constrangimentos e dificuldades, de acordo com seu carma, e em
meio a esta natural angustia, ocorre de recorrerem por meio da oração, à
intervenção divina.
Usando de um exemplo jocoso, o ateísmo só dura até que o
avião começa a cair, e um íntimo senso de relacionamento com algum tipo de
inteligência dentro de nós mesmos nos induz, espontaneamente, a orar para que
esta entidade modifique nosso aparente destino ou nos dê a necessária
serenidade para atravessá-lo.
A oração nos fortalece e sustenta aonde todas as outras práticas
falharam.
É uma técnica simples e direta, sem intermediários, sem
necessidade de templos, ou de montagens teatrais exuberantes.
Para quem ora, a Terra inteira é nosso templo, já que
estamos, enquanto neste planeta, no berço de nossa espécie. E esta presença,
esta Shekinah, à qual dirigimos nosso
pleito, seja ele ou ela quem for, desde que façamos nossa prece com
sinceridade, imediatamente nos responde, na forma de uma solução que muitos
dizem ter “caído do céu”, ou na mudança do nosso estado de ânimo, de inseguro para
confiante, de temeroso para destemido, auxiliando-nos, física e psicologicamente,
a superar nossos impasses.
Uma peça está em andamento e somos os atores, mas
eventualmente, nossa memória pode falhar.
Para isso, existe um recurso na boca do palco, aonde um leal
colaborador acompanha nossa fala em um texto escrito e nos recorda o que for
que esqueçamos, de forma a superarmos nossa temporária dismnésia.
Esta talvez seja a imagem mais fiel ao papel da oração em
nossas existências, um fornecimento imediato, desde que solicitado, de dados
que facilitem nosso desempenho em nosso palco, em nossa performance.
Não trabalhamos sós, nunca estamos sós, mas fazemos parte de
um conjunto que harmoniosamente interage conosco e com o qual devemos manter um
vínculo permanente, mesmo que sejam vínculos invisíveis ou inaudíveis.
Como demonstra o ar que respiramos e que nos garante a vida
neste mundo, entretanto, o que é invisível e inaudível, nem por isso é
inexistente.
Que a força invisível e íntima da oração nos sustente diante
dos desafios da existência, como o ar que respiramos neste mesmo instante, de
forma inconsciente e mecânica.
Assim Seja.
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