Por Mario Sales
Quem me acompanhou durante esses quase dez anos de blog sabe
que parei de escrever já faz alguns meses com a paixão que me caracterizava.
De repente a vontade de expor conceitos e posições acerca
das práticas das escolas esotéricas deixou de ser algo que me motivasse, talvez
exatamente pela falta de retorno desse tipo de exercício literário.
Não havia nenhum tipo de manifestação contrária ou a favor,
via de regra. O demônio do desânimo e do desinteresse é o pior de todos
os inimigos da luz.
Existem duas maneiras de enfraquecer alguém, uma é
combatendo-o ferozmente e a outra é simplesmente desprezando sua existência.
E desse modo fui pouco a pouco desanimando também, me
contagiando com a esta anedonia, com este vazio em torno dos assuntos abordados,
coisa que, aliás, se repete no ambiente esotérico.
Mesmo correndo o risco de parecer arrogante, a pobreza de
ideias e a pouca elaboração nas reflexões chamam a atenção nos debates internos
das ordens esotéricas, as quais não estão desprovidas de pessoas, ou
intelectualmente elaboradas, ou espiritualmente elevadas, mas as quais, a meu
ver, em quantidade insuficiente para estimular os seus irmãos e irmãs naquela
escola em particular.
É preciso também levar em consideração a importância de
aqueles que tem uma elaboração intelectual mais refinada olharem com carinho
para seus irmãos na intenção de provocar sua reflexão ao estilo platônico-socrático,
extraindo deles como na maiêutica, a sabedoria que todos sem exceção possuem
dentro de si.
Talvez por ansiedade ou impaciência tenho um sentimento de
urgência em relação a tentar fazer as pessoas se empolgarem com a pratica
esotérica em vez de mergulharem em estado semi catatônico enquanto ouvem
determinado texto de uma autoridade hierárquica, na maior parte das vezes
autoridade esta administrativa e não intelectual, muito menos mística.
Esses intermediários entre o conhecimento e os buscadores são
talvez os elementos mais importantes no trabalho intelectual, e mesmo
espiritual; no entanto, orientadores espirituais autênticos são aulas que
deambulam, já que ensinam pelo exemplo, e não com palavras. Já o estímulo
intelectual requer didática, interesse em motivar, capacidade de ter a habilidade
de um professor em sala de aula, encantando a audiência e assim servindo a esta
mesma audiência com esta habilidade de encantar.
O serviço intelectual é tão importante quanto o serviço físico.
Mudar a qualidade mental das pessoas, motivá-las a buscar mais em suas
elucubrações, em suas reflexões pessoais, estimulá-las a conhecer melhor a obra
dos filósofos mais importantes, são esforços da maior importância e com certeza,
redundarão em espíritos enriquecidos e esoteristas mais profundos.
É preciso preparar melhor os facilitadores que fazem o meio
de campo de atividades em suas escolas esotéricas. É de sua maior ou menor
competência que depende termos cada vez mais membros mais investigativos e
proativos no engrandecimento de sua própria escola.
Seria ótimo se tivesse tempo pra estar mestre.
ResponderExcluirEu iria muito animada pra aula.
Não desmerecendo os outros mestres. A suposta arrogância e impaciência interior deve em algum momento transmultar-se em algo valoroso.
Essa convivência realmente é algo muito difícil pra mim. Me venço em silêncio. É muito ruim ficar sem ver os poucos bons amigos.
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Assisti sua palestra sobre o mesmo tema, nesse sentido talvez seja relevante pensar que a Amorc e mesmo a Tom não fazem seleção de seus membros, e assim sendo, a falta de comprometimento por parte daqueles que frequentam os locais dessas ordens, é patente. Restrinja-se a entrada e coloque-se diretivas de ação, pesquisa e prática e tudo muda, mas não se pode fazer isso não é mesmo? A alternativa é então a tolerância meu amigo, muita tolerância. Nem todos tem "fogo", a maior parte é "morna" e como tais, naturalmente irão abandonar o caminho... Existe e sempre existirá um pequeno grupo de pessoas realmente dispostas a "pagar o preço", a fazer renúncias e sacrifícios e mais do que isso: sacrificar suas próprias "igrejas" particulares (opiniões e crenças) em prol da sabedoria imperiosa que se mantém incólume na poeira dos séculos.
ResponderExcluirBelo comentário digno frater!��
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