por Mario Sales FRC.:,S.:I.:,M.:M.:
Não tenho conseguido escrever estes dias. Acompanho com alegria a contagem de leitores ou pelo menos visitantes do blog aumentar a números que jamais imaginaria, mas não consigo escrever mais nada.
O calor me abate de uma tal maneira que mesmo no ar condicionado em casa a lembrança dos momentos em temperaturas escaldantes para mim, me tiram o animo e a disposição.
Minha cabeça continua inquieta e minhas ideias para possíveis ensaios continuam a passear pela minha imaginação, só que daí a transformá-las em um texto organizado vai um grande espaço, que o clima abafado ou sua mera lembrança não me deixam atravessar.
Este é meu silencio: a inexpressividade, a incapacidade de realizar o texto, satisfatoriamente.
Não estou em silencio quando me calo, pois ainda assim ouço minhas ideias, que não são na verdade sons, mas imagens que me atravessam ao longo do dia.
Meu silencio é não poder escrever, não conseguir congelar minhas ideias em símbolos, em letras, transformá-las em algo compartilhável com todos que puderem decifrá-las, e aguardar as reações.
Confesso que para mim não é uma sensação agradável.
Paciência. Até os rádios desligam em algum momento, o que não quer dizer que não existam sons, apenas que o aparelho que capta e traduz estes sons não está ligado.
Nestes dias de calor intenso, neste mês em que o verão resolveu aparecer, sinto-me como um rádio sem pilhas, sem condições sequer de acender uma luzinha no mostrador das estações, aquilo que nós brasileiros costumamos chamar, à maneira terceiro mundista, de “dial”.
As estações estão lá; as músicas, os jornais, as transmissões de eventos ao vivo, tudo está lá.
Só eu é que não estou, neste silêncio operacional, aguardando o momento em que o dono do rádio venha, e por sua vontade , ligue-me novamente.
Paciência, digo pra mim mesmo.
Paciência.
muito boa reflexão....
ResponderExcluirPP
carla