por Mario Sales,
FRC.:,M.:M.:,S.:I.:(FD)
O Prédio verde da Loja São Bernardo,[o fundador da Ordem dos
Templários, Bernardo de Caraval, monge cisterciense (1090-1153)], fica em uma
rua muito inclinada, talvez 45 graus de inclinação, que segundo Frater Pedro
Décio, o simpático tesoureiro da Loja me disse, em tom divertido, foi uma forma
de averiguar a verdadeira determinação dos interessados em pertencer a nossa
nobre Ordem.
São Bernardo de Claraval
Novamente cheguei cedo para poder aproveitar a luz do dia na ida e confraternizar com a confraria por mais tempo. O que chama a atenção de quem chega a esta embaixada rosacruciana é a marca registrada de todos os rosacruzes: a diligência e o trabalho. Desde cedo, homens e mulheres anonima e intensamente trabalham para garantir as condições materiais básicas para que a reunião se realize em harmonia. Lembro do lema escrito por Saõ Bernardo para a Ordem dos Templários: "Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam" (Sl. 113,9 - Vulgata Latina) que significa "Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória" (tradução Almeida).
Frater Pedro Destro, o simpático e diligente tesoureiro da Loja
O belo painel na parede do saguão
Vejo já ao estacionar pessoas chegando com bolos e doces
para a festa de aniversário da columba mais jovem, que acontecerá mais tarde.
As sorores se revezando e enchendo bexigas e preparando o ambiente da festa.
O Mestre,Frater João Bianchi, incansável, auxiliado por
todos, divide-se em receber-me e administrar os diversos aspectos gerenciais que
cercam a sua função. Ora vejo-o na sala cumprimentando pessoas, ora desaparece
para o andar de cima para conversar com oficiais ritualísticos, ora está na
secretaria, ao computador ou no balcão, conversando com os membros que o
solicitam.
Serviço. Este é o espírito.
Da esquerda para a direita, Frater Waldir de Lima, com um curioso efeito
do slide projetado em seu rosto, eu e o Frater João Bianchi, mestre da loja.
Frater Waldir de Lima
Embora tenha participado de uma inspiradora reunião de pronaos, a visita sempre é mais valiosa pelo contato com as pessoas. Encontrei na loja um irmão maçon, ex rosacruz, que agora apenas comparece para acompanhar a esposa, esta sim rosacruz e martinista, dedicada ao trabalho na Loja.
O Irmão maçon Clóvis Ciorra
Por sua simpatia,
imediatamente começamos a conversar sobre aspectos da vida templária maçônica,
autores maçônicos, aspectos ritualísticos, vicissitudes do relacionamento em
Loja, e outras coisas mais. Claro que discutimos esta característica das duas
Ordens, Maçonaria e Rosacruz, de se entrecruzarem a todo instante, ao longo dos
séculos.
O Irmão Clóvis
pertence a Loja Delta 2, do GOSP, representante paulista do GOB, Grande Oriente
do Brasil, a mais antiga do país. Diz que estava em outra potência, a GLESP,
mas que esta loja atual fica a dois quarteirões de sua casa, tornando sua
frequência mais fácil.
O sagão de entrada da Loja
O movimento de
pessoas é ininterrupto, a não ser pelo momento do ritual de Templo simultâneo
com uma meditação aberta a não membros, que esvazia o saguão e tudo se aquieta;
e a não ser por mim, que fico na sala testando a compatibilidade do projetor
com meu computador, duas sorores que conversam enquanto cuidam da entrada, e
uma criança que vaga pela sala,mergulhada em sua própria imaginação, nada mais
se move. Mesmo os movimentos da criança são incapazes de quebrar este instante
de quietude.
É como se a loja
fosse um organismo vivo e, temporariamente, parasse de respirar.
O balcão de suprimentos e ao fundo a secretaria da Loja
E então, a cerimônia
em templo termina, a meditação aberta acaba, e a Loja ressuscita, as pessoas
aparecem, o movimento recomeça, e é como se todo o Organismo,(é assim que
chamamos nossos Corpos Afiliados, Organismos), despertasse de um sono breve.
Então vem a palestra
e discutimos o tema, a intuição, a inspiração, as diversas maneiras de
deixar-se guiar mansamente, pelo Mestre Interior, a conexão verdadeira com o
Altíssimo.
A palestra acaba. É
hora de retornar.
E não fosse o fato
de, depois de discursar sobre como devemos ser dóceis e nos deixar conduzir
pela vontade divina, sem resistência, eu ter contrariado a orientação de meu
GPS e seguido uma placa que me fez fazer um longo desvio do caminho, meu
retorno foi tranquilo.
Cheguei em casa
satisfeito por ter tido mais este contato com outro grupo de rosacruzes, que
residem e trabalham bem perto de minha casa, e que embora diferentes daqueles com
os quais costumo conviver, são absolutamente iguais na devoção a busca de
autoaperfeiçoamento e ao serviço a nossa Amada Ordem.
Que o Cósmico os
abençoe e que seu Corpo Afiliado prospere material e espiritualmente.
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