Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

sexta-feira, 6 de julho de 2012

GENESIS 19: 26

Por Mario Sales, FRC.:, C.:R.:+C.:; S.:I.:(membro do CFD) 


Lá pelas tantas , no meio do curso deste ano de Terapia Rosacruz, aparece na projeção da parede a foto de Descartes. O contexto era a glândula pineal.
Eu lembrava os frateres e as sorores de que este eminente rosacruz tinha sido o primeiro a ressaltar a importância da pineal como sede do espírito.
Por decorrência, lembrei a todos que, se algo me orgulhava na minha afiliação, era ser membro de uma Ordem que possuía uma significativa relação de membros que, ao longo da história humana, haviam modificado a qualidade da ciência e do pensamento mundiais com seu trabalho pessoal. Não só Descartes, mas Newton, Leibiniz, Comenius e outros, fazem esta lista apenas motivo de orgulho para todos nós membros da Ordem.
O problema, comentava eu, é que a Rosacruz sofre de um mal que assola também a Maçonaria. A falta de uma história contemporânea.
Estamos constantemente olhando para trás.
Parecemos a mulher de Ló em Genesis 19:26. Corremos o risco de virarmos estátuas de sal.
Comentamos nosso passado com orgulho, admitindo que não existe muito a falar do presente.
Os rosacruzes por exemplo, perderam o toque positivista. E embora ainda sejam herdeiros da tecnologia acústica atlantiana, e de praticarem um esoterismo semelhante em estilo e forma ao positivismo ortodoxo, podendo ser classificado como positivismo esotérico, nada de significativo em termos experimentais têm realizado nos últimos anos, mesmo diante da tentativa de Spencer Lewis ao construir aparelhos para exemplificar os efeitos dos sons e sua correlação com as cores, ou das pesquisas de Ralph Lewis no campo da Arqueologia, ou mesmo dos trabalhos realizados durantes décadas nos laboratórios rosacruzes da Califórnia, quando a Grande Loja ainda estava em território americano, pelo neurocientista Dr George Buletza, falecido aos 92 anos, em 2 de outubro de 2009. Tudo isto, subitamente, parou.
A URCI de hoje não conseguiu manter o prestígio dos anos `80, quando Dr Buletza trabalhava e publicava regularmente suas pesquisas em O Rosacruz.
Não temos mais entre nós pesquisadores de renome dispostos a declarar sua filiação de maneira desassombrada, talvez porque não vivamos realmente em um mundo liberal e avançado socialmente como supomos.
De qualquer maneira, como cientistas místicos, não temos mais projetos de pesquisas.
E se antes ao menos tentávamos demonstrar cientificamente nossos princípios através de meios ortodoxos, carecemos como sempre, de um projeto de pesquisa original que pudesse trazer alguma atenção da ciência ortodoxa, ou pelo menos de um de seus campos, como a ótica, ou a acústica.
Não temos de modo geral, em nossos grupos ditos mais preparados, cientistas interessados em estabelecer projetos que façam a ponte entre a Tradição e a Ciência Moderna.
Nos últimos anos, nosso único esforço é em discutir a discussão em si, meios de conseguirmos conversar com outras áreas do conhecimento. Só que além de palavras e boas intenções não temos mais nada a oferecer, e os cientistas ortodoxos, em sua esmagadora maioria, são metodologicamente céticos, como aprenderam com Frater Descartes, quinhentos anos atrás, e só se coçarão se lhes mostrarmos um projeto viável, ou um fato demonstrável e reprodutível, que possa desencadear seu interesse.
Discursos, semântica, simbólica, não são bem o seu campo. Muito menos a filosofia, que hoje encontra-se muito ligada ao trabalho científico, instabilizando as compreensões e os conceitos mas sempre a partir dos fatos que a ciência produz.
Cientistas produzem, portanto, conhecimento factual.
Cientistas rosacruzes não.
E se alguém argumentar que os experimentos que fazemos em nossos estudos de sanctum são significativos, direi que servem mais como técnicas didáticas do que como renovadores de paradigmas.
Mesmo a telecinese não oferece qualquer surpresa à ciência. O que realmente precisamos é de algo, um fato científico, que faça a ponte entre o sutil e o visível, entre o esotérico e o exotérico.
E puxando a brasa para minha sardinha, a Medicina pode ser esta ponte.
Já que a Medicina e a Biologia trabalham com o corpo do Homem, e os Rosacruzes são especialistas em dons presentes em todos os homens, mas que são considerados difíceis de manifestar, demandando uma reeducação da sensibilidade, talvez se pudéssemos fazer com que pessoas que não tenham esta sensibilidade sejam capazes de perceber o que apenas seres ultra sensíveis conseguem poderíamos, primeiro, tornar científico o que hoje só é apropriado pela religião e, segundo, oferecer a humanidade um novo recurso de compreensão da realidade humana que modificasse de maneira significativa e dramática a avaliação da saúde e da fisiologia humana.
Este projeto é, insisto, envidarmos esforços na busca da visualização da aura humana por pessoas não videntes. Primeiro testando os efeitos da Dicianina, e construindo um auroscópio com esta substância, descrita em "Homem, Alfa e Ômega da Criação", e se isso não funcionasse, dirigindo nossos esforços em Ótica até que realizássemos este feito.
Poderíamos, uma vez provando de forma indiscutível, a existência de uma irradiação áurica de todos os corpos demonstrar que existe mais um universo de possibilidades a serem descobertas no corpo humano e testar a afirmação dos acupunturistas, homeopatas e rosacruzes no 6° Grau de Templo de que a doença começa na parte sutil do homem, e não em seu corpo físico, e que sua manifestação tem a ver com a qualidade de nossos pensamentos.
Este é um projeto ambicioso.
Às vêzes, acredito, como meu saudoso companheiro Reginaldo acreditava também, que nós rosacruzes, perdemos nossa ambição científica, que somos hoje uma Ordem de Oradores, onde Descartes, mas principalmente Newton ou Leibniz talvez não se sentissem mais a vontade.
Confesso que isto me atormenta.
Só não sei o que fazer a respeito.
Aceito sugestões.

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