por Mario Sales, FRC.:, Gr.:18 - C.:R.:+C.:, S.:I.:(membro do CFD)
A presunção que se observa no discurso de alguns místicos quanto à chamada "arrogância" da ciência em se intitular senhora da verdade é, na verdade, uma manifestação de orgulho defensivo. Talvez o que falte (ou faltava) a estes baluartes da história do esoterismo, que se arvoraram em defensores do pensamento místico em seu tempo, seja a satisfação de ter elementos demonstrativos de suas afirmações, ao contrário do cientista e da ciência que atacam e a quem chamam de arrogantes por ter dúvidas sobre aquilo que não podem testemunhar. A premissa de que "eu devo crer naquilo que constato e que vislumbro" não me parece de forma alguma arrogante ou mesmo uma limitação. É apenas a prática do que os gregos chamavam Sofrósina, "a virtude da prudência, do bom senso e do comedimento". E Sofrósina é tão útil à místicos quanto à não místicos. Previne o pecado da Hybris, a falta de medida, o excesso, que induz ao erro e ao equívoco.
Algumas argumentações contra a insensibilidade dos cientistas a conceitos místicos parecem-se mais com o desespero adolescente do querer, contra o poder e o dever administrado pelos pais, mais velhos, mais experientes.
Arroubos, nada mais. Isto não condiz com o moderno misticismo, um misticismo de demonstrações, não de discursos, de técnicas reprodutíveis, não apenas de conceitos abstratos.
Se considerarmos a gravidade positiva deste planeta, é bom lembrar que a pirâmide se constrói de baixo para cima. Não há como sustentar, hoje, argumentos indemonstráveis, mesmo que estas demonstrações sejam eminentemente matemáticas.
Um esoterismo vazio é como uma casca de ovo: frágil, efêmero. É preciso conteúdo, a sustentação sempre saudável das demonstrações experimentais para cada conceito emitido.
Foi com a intenção de lembrar estes aspectos que publiquei, em 15 de novembro próximo passado, dois vídeos do programa Presença e Harmonia, apresentado pelo frater Jamil Salloum Jr, que até este momento, tinha uma linha muito teórica, aonde o frater Laerte Ferraz (laferraz@terra.com.br) dá testemunho do emprego prático de técnicas rosacruzes em sua própria vida, em seu próprio cotidiano.
Com muita serenidade, virtude dos maduros, o Frater Laerte descreve alguns eventos nos quais as técnicas rosacruzes, técnicas reprodutíveis e demonstráveis, foram significativas na melhoria de sua própria qualidade de vida, no campo pessoal. Supõe-se que estas mesmas técnicas tenham sido úteis no campo profissional, principalmente a Intuição, o Google Espiritual do Universo, que nos coloca em contato com todas as informações necessárias à uma vida mais produtiva e criativa.
Não há necessidade de gritos e ranger de dentes ao defender o Misticismo diante de pessoas céticas. Estas são apenas manifestações de Até (na cultura grega, a fúria ou o orgulho).
Basta ser capaz de demonstrar aquilo que se quer dizer. Contra fatos não há argumentos e, pelo menos, emudece-se o interlocutor hostil aos nossos pontos de vista, cria-se a curiosidade necessária e o embaraço que conduz a investigação do fundamento destes acontecimentos, destes fatos. Místicos rosacruzes diferenciam-se de outras escolas pela capacidade de demonstrarem aquilo que afirmam.
É uma ofensa a inteligência de qualquer pessoa medianamente culta querer impor qualquer idéia incomum e nova sem que seja possível oferecer alguma demonstração desta mesma idéia.
Esta é a força da tradição rosacruz, sua aplicabilidade ao cotidiano.
O resto é o resto.
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