Por Mario Sales
Rosacruzes não são oradores.
Maçons são oradores,
aprendem em loja a defender suas posições , com elegância, com respeito ao
contraditório. Aprendem a se colocar como líderes sociais.
Rosacruzes não são treinados para serem líderes sociais.
São
mais discretos e se liderarem na sociedade, liderarão com discrição, motivarão
os que tem o talento para serem líderes, serão eminências pardas, reservados,
cuidadosos.
Na verdade sua influência se dará pela informação
fundamentada, pela experimentação de novas possibilidades de lidar com a
realidade, pela ciência enfim.
Nós, rosacruzes de AMORC sempre fomos desde Spencer até
Ralph, pesquisadores místicos e parapsicológicos.
Gary Stuart não ficou tempo o suficiente para sabermos qual
o seu perfil. E nosso querido frater Cristian é um Imperator dedicado a
administração e ao ritual. O Ato Científico não parece ser seu foco principal.
É um rosacruz dedicado à Ordem como todos somos, mas seu
mister é de outra linha, sua linha de trabalho não é positivista como estávamos
habituados. Ele fortaleceu a Ordem Martinista, o que em si foi um trabalho
importante, mas deixou um pouco de lado esforços como o do falecido George
Buletza que durante anos nos presenteou com pesquisas produzidas nos
laboratórios de San José, na Califórnia.
Nesta Rosacruz, experimentalista, verificadora, me afiliei,
37 anos atrás.
Esta me parecia ser nossa função. E agora que a ciência pós
quântica dá sinais de uma flexibilidade que Blavatsky não conheceu em seu
tempo, agora era a hora de construir pontes com os positivas ortodoxos,
encontrar ligações
entre nosso trabalho e o deles, procurar unir nossos
conhecimentos de telepatia e telecinese com os neurologistas e neurocientistas
em todo mundo; testar nossas terapias médicas em comum com a comunidade médica
internacional, medir, averiguar nossos feitos terapêuticos estatisticamente e
compará-los com as técnicas ortodoxas.
Nós, místicos modernos, deveríamos estar construindo pontes
com a ciência, e não discursos.
Deveríamos estar produzindo conteúdo experimental e não
apenas textos, por mais belos que os textos sejam.
Só que, como comentei com Frater Flávio esta semana, parece
que isto não é mais o norte da AMORC, e é como se eu falasse no deserto.
Sinto falta da AMORC a qual me afiliei.
Espero sinceramente que seja só um saudosismo infundado.
Boa Tarde Frater e Irmão
ResponderExcluirEm varias monografias ainda do atual sistema no inicio dos estudos encontramos resquícios da ideia de miscigenar a ciência, a filosofia e a religião para termos uma compreensão mais abrangente colaborando para evolução da humanidade.
O fato e que é mais fácil, mais pratico e mais útil continuar contando uma historia de que a ciência não descobriu, não observa o metafisico e blah blah blah. Assim continuam sem dialogar mantendo tudo velado num pacto de silencio absoluto.
Não poderíamos esperar outra coisa de uma administração capitalista que deseja ter o monopólio, a verdade única e que a cada dia suprime mais conteúdo das monografias e manuscritos que chegam a ser ridicularizados ao se comparar com o sistema antigo.
Infelizmente amados Frateres- Irmãos e Sorores- Irmãs a ideia antiga que tínhamos tornou-se utópica e sem duvida precisamos de uma administração mais flexível em todos os sentidos e um upgrade em nosso modo de pensar ou estamos fadados ao insucesso.
Frater Boaz
Prezado Frater/Irmão,
ResponderExcluirSuas comparações entre ordens, passado/presente, situação presente e desejada, muito me agradam.
Eu havia escrito um comentário enorme e acabei perdendo sem querer. Vou tentar reproduzir a mesma linha de raciocínio, mas sei que não ficará igual.
Acredito que os desafios que o presidente de nossa instituição terá nos próximos anos serão imensos.
Há um problema sério de comunicação em nossa ordem, a liderança é verticalizada (manda quem pode, obedece quem quer), a comunicação é uma via de mão única, parece ser proibido questionar, indagar ou sugerir qualquer coisa. Para os novos, não há clareza em como ajudar, como participar de equipes ritualísticas, como participar como oficial.
Como presidente de uma instituição, nosso Imperator transformou a ordem em uma empresa, a ordem não é mais enxuta e necessita de um volume financeiro grande para manter o mesmo padrão. Para isso, aumentam cada vez mais a trimestralidade, cobram valores estratosféricos nos livros e suprimentos, não promovem queimas de estoque, ações de marketing ou descontos. Mas não podemos negar que ele trabalhou muito para ampliar o martinismo, fazendo com que o mesmo ficasse cada vez mais preso sobre a égide da AMORC, impossibilitando que muitos buscadores sinceros deixassem de fazer parte dessa nobre ordem, simplesmente pelo fato de que não querem ser rosacruzes também. Pensando em termos de negócios, isso seria praticamente uma venda casada.
Quanto a sua indagação em relação a ciência, vejo que as ordens estão cada vez menos atrativas, tentando desesperadamente ampliar seu quadro associativo para movimentar um volume financeiro que não sabemos a finalidade. No caso da AMORC eu compreendo o motivo pelo qual ela não se aproxima da ciência, ou não constrói as pontes que você citou. Para mim, os motivos principais são:
Esse conhecimento ainda é o atrativo da ordem (vantagem competitiva);
A Ordem não possui o interesse em atestar, comprovar e compartilhar o seu conhecimento;
A Ordem não colocará a sua reputação em jogo com o meio acadêmico e científico para comprovar suas teorias;
A Ordem não tem preparo para uma suposta gestão de crise caso os ensinamentos dela sejam comprovados como errados, falsos ou inexistentes pela comunidade acadêmica ou científica.
Me diga frater, você com 37 anos de ordem, como se sentiria se a comunidade científica comprovasse que os ensinamentos de um grau inteiro da Ordem não se comprovam? Como a ordem lidaria com isso? O que seria ensinado nesse grau dali em diante? Será que os líderes de nosso movimento teriam sabedoria para lidar com isso?
Sobram dúvidas, faltam respostas.
Frater Anônimo e Irmão desconhecido
ExcluirEu não temo este confronto de posições, entre conhecimento místico e esotérico e o conhecimento científico.Primeiro porque para mim ambos são uma única e mesma coisa. Que eu me lembre, na minha prática religiosa, o Hinduísmo, diz-se que um Deus que eu não consigo perceber em mim não deve ser adorado. É melhor um ateu honesto do que um crente iludido e dado a fantasias. A verdadeira crença, ensinava Spencer Lewis, era baseada na confiança que advém da experimentação e verificação do princípio em discussão. E se existe alguém que é uma unanimidade entre nós é Spencer Lewis. Ele encarna a AMORC, sua história, sua orientação. Por isso me afiliei, não para crer no inacreditável, mas para verificar, na prática, se o sublime era realmente reprodutível e experienciável. E embora eu não tenha em meu currículo de místico medíocre nenhum acontecimento transcendente e deslumbrante, minha ânsia de cientificidade no misticismo rosacruz tem se satisfeito com pequenos experimentos e resultados pessoais bastante satisfatórios, em cada materialização de um desejo de qualquer tamanho com a visualização criativa, em cada dor de cabeça que faço desaparecer com meus dedos e as técnicas de 6° grau, e em cada pessoa que induzo com o poder da minha mente a ter mais paz de espírito e sair de meu consultório médico mais radiante e feliz, independente do diagnóstico. Um rosacruz verdadeiro jamais teria medo deste confronto e deste encontro entre seu conhecimento e o conhecimento ortodoxo. São os cientistas que se recusam a fazer tais estudos comparativos por medo da quebra de paradigmas, medo este oculto nas afirmações de que não são pesquisas que tenham seriedade suficiente, o que por sua vez oculta o fato de que não existe quem financie este tipo de investigação.A pergunta que eu faria ao frater é contrária: estarão nosso líderes prontos para lidar com a comprovação pela ciência ortodoxa de seus ensinamentos? O que é mais difícil de lidar: o fracasso ou o sucesso? Pessoalmente não acho que exista intencionalidade nesta fuga do cientificismo pelos modernos líderes rosacruzes, apenas falta de visão. A mediocridade administrativa e a falta de visão podem ser mais malignas do que o mal em si. Já assisti muitas pessoas serem destruídas , não pelo mal que as confrontou, mas pela ausência de bem em seus corações. Quanto mais organizações gigantescas. Não meu irmão, o que está nos matando não é uma intenção malévola de A ou B, mas o Nada, a ausência de Norte, ou melhor , de um Leste para nossa Amada e sempre respeitada e admirada Ordem.
A quem leu minha citação de Papus, fundador da Ordem Martinista, saberá que a Rosa+Cruz é iluminista e como tal sempre foi e sempre será vertical. Horizontal é a Maçonaria que apesar de ser gradual é essencialmente profana em sua estrutura e embora nos altos graus os Irmãos Maçons com suas paramentas repletas de ouro se sintam como um deus, o que observamos é que estão repletos de arrogância e presunção e nada significativamente iniciático além disso. Onde existir o autêntico iluminismo Rosa+Cruz vai existir a verticalidade. As estruturas horizontais são nada além de uma casca morta iniciaticamente falando. Assim como nunca um Rosa+Cruz autêntico conseguirá iniciar um autêntico Maçom, um Maçom autêntico nunca conseguirá profanizar um autêntico Rosa+Cruz! :-)
ResponderExcluirO Grande Irmão diz:
ResponderExcluir- Cuidado você está sendo observado!!!