Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

terça-feira, 9 de abril de 2013

TEIAS: A ROSACRUZ NÃO QUER DISCUTIR A ROSACRUZ


Por Mario Sales




Se na Maçonaria encontramos um ambiente de livre especulação, onde especulação pura e simples se confunde com axioma filosófico ou pensamento racional, mas todos tem liberdade, isto é fato, de expressarem sua ideia particular de mundo, na Rosacruz AMORC impera o “silêncio dos estudiosos”, e toda reflexão crítica sobre o estado administrativo, sobre a eficácia dos métodos didáticos de ensino, sobre a capacidade das monografias preencherem, hoje, a necessidade dos estudantes que trabalham no sanctum do lar, é visto com desconfiança, muitas vezes como um problema disciplinar, implicando em sanções, punições internas discretas, elegantes, porém eficazes em cessar toda espécie de comentário que possa, mesmo que de leve, questionar hábitos administrativos.
Desculpem a sinceridade, mas ao fechar, meses atrás, a Teia de Indra, descobri que a minha Teia foi derrotadas pelas Teias burocráticas.
Existe uma sólida burocracia dentro da AMORC que se fortalece no perfil do estudante rosacruz, tímido, quieto, estudioso, muito mais preocupado em aprender do que em administrar. Todos aqueles que, como eu, em determinada época, serviram a Ordem em cargos administrativos, sabem ao que me refiro.
A noção de que o serviço deve ser desinteressado, desapegado, de que servir deve ser o prêmio para aquele que serve, além do apelo a lealdade, confunde-se com a ausência de pensamento crítico e estabelece que qualquer comentário que possa trazer mudanças aquilo que pode ser chamado Ortodoxia Administrativa reflete não uma sugestão inovadora mas um gesto de deslealdade.
E a Ordem, administrativamente, patina.
A sua intervenção da Internet , também chamada de "Web" ou "Teia", demonstra e exemplifica este ponto. Cantado em prosa em verso como um avanço nos trabalhos de divulgação da Ordem, o espaço da AMORC no Facebook, (que gerou pedidos e a instrução direta do Grande Mestre para que todos os grupos e comunidades rosacruzes daquele espaço fossem fechadas e se concentrassem no espaço da rosacruz oficial, diretriz esta que , ao que observo, só foi atendida por mim mesmo, fechando a o site da Teia de Indra, atendendo a pedido do Frater Helio, enquanto a maioria das comunidades no Facebook e fora dele continuam abertas e própseras), mostra bem o desconhecimento administrativo da velocidade com que se move o mundo digital e a sua plasticidade.
Ninguém controla todas as coisas.
Ninguém, nem nehuma organização, mesmo o Governo Americano, controla a Internet.
Ao solicitar que as comunidades já estabelecidas na Rede fossem fechadas e seu dinamismo interno fosse trocado por um espaço estático e de mão única como aquele que a AMORC criou no Facebook, apenas tentamos segurar água com as mãos.
A Rosacruz precisa repensar a rosacruz, mas deve fazê-lo não na sala de um conselho fechado, em algum lugar do Canadá. É verdade que a AMORC não está acostumada a liberdade democrática, mas que pelo menos lance mão de pesquisas internas de opinião, que ouça as opiniões de seus membros, em todos os países, e lhes pergunte quais são seus anseios, seus desejos e o que eles esperam de sua afiliação.
A Rosacruz deve perguntar aos Rosacruzes o que eles sugerem para melhorar a Ordem.
É preciso ouvir nossos frateres e sórores, lembrando sempre que a pirâmide sólida é construía de baixo para cima e a base sempre é mais larga que o ápice.

4 comentários:

  1. Gostaria de deixar como elemento de reflexão a introdução de Papus ao livro:“Martinésisme, Willermosisme, Martinisme et Franco-Maçonnerie”


    "A ROSA-CRUZ
    É impossível compreender a essência do Martinismo de todas as épocas, se antes não estabelecermos adiferença fundamental existente entre uma Sociedade de Iluminados e a Maçonaria. Uma Sociedade deIluminados liga-se ao Invisível por um ou por vários de seus chefes. Seu princípio de existência tem suaorigem em um plano supra-humano; toda sua organização administrativa se faz
    de cima para baixo
    . Osmembros da fraternidade obedecem a seus chefes, obrigação que se torna ainda mais importante àmedida que os membros entram no círculo interior.A Maçonaria não está ligada ao Invisível por nenhum vínculo. Seu princípio de existência tem suaorigem em seus membros e em nada mais. Toda sua organização administrativa se faz de
    baixo paracima,
    com seleções sucessivas por eleição.Infere-se disso que esta última forma de fraternidade nada pode produzir para fortificar sua existência anão ser cartas constitutivas e papéis administrativos, comuns a toda sociedade profana; enquanto asOrdens de Iluminados baseiam-se, sempre, no Princípio do Invisível que as dirige.A vida privada, as obras públicas e o caráter dos chefes da maioria das fraternidades de Iluminadosdemonstram que esse Princípio Invisível pertence ao plano Divino, sem relação alguma com Satã oucom outros demônios, como insinuam os clérigos, assustados com o progresso dessas sociedades.

    A Fraternidade de Iluminados mais conhecida, anterior a Swedenborg, a única da qual se pode falar nomundo profano, é a dos
    Irmãos Iluminados da Rosa-Cruz
    , cuja constituição e chave serão dadas dentrode alguns anos. Foram os membros dessa fraternidade que decidiram criar sociedades simbólicas,encarregadas de conservar os rudimentos da Iniciação Hermética, dando nascimento aos diversos ritosda Franco-Maçonaria. Não se pode estabelecer nenhuma confusão entre o Iluminismo, centro superior de estudos Herméticos, com a Maçonaria, centro inferior de conservação, reservado aos debutantes.Somente entrando nas Fraternidades de Iluminados, podem os Franco-Maçons obter o conhecimento prático desta Luz, quando então sobem de grau em grau."

    Assim o Frater espera a mesma estrutura materialista Maçônica (profana) baseada em papéis numa ordem onde as diretrizes provém do invisível (iluminados). Sua própria formação formação Maçônica lhe induz ao erro...

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  2. Como jovem rosacruz e geração Y, penso que a maioria das instituições e empresas precisam URGENTE se reposicionar. Ficou tão claro nos últimos anos o despreparo que as lideranças têm, que vai ser cada vez mais difícil eles se manterem nos cargos de "poder". Sendo assim, só há dois caminhos a seguir:
    1- Eles entendem que estão obsoletos e despreparados e permitem que mais pessoas cocriem ou colaborem para um novo modelo de gestão;
    2- Vão bater o pé até o fim e dizer que sabem o que estão fazendo até que um dia anunciarão o fim daquela instituição (no caso da rosacruz será uma desculpa esfarrapada do tipo: estamos entrando em período de dormência para o mundo profano).
    Se o segundo acontecer, saberemos que a incompetência e o despreparo prevaleceu.

    é uma pena em tempos de colaboração termos que aceitar e acatar informações e ordens em via única. Existem os prós e os contras, mas penso que isso diminui ainda mais a atratividade da ordem, principalmente para os jovens que serão o futuro dessas instituições.
    Vejo isso não só na rosacruz (onde já ouvi columba dizer que achava um saco atuar nas convocações), mas também em outras instituições como Lions, Rotary, Associações Comerciais e a própria Maçonaria. Os gestores focam tanto no "companheirismo" que deixam os jovens de lado, esquecendo que amanhã serão eles que tomarão conta do país.

    Gosto de seus comentários sobre as instituições, me faz pensar e reafirmar algumas coisas.
    Continue e não desista. Abraço!

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  3. Penso que as instituições tem seus objetivos, seus limites, seu perfil. Quando nosso pensar utrapassa o seu limite, creio ser nobre e exige fortaleza que a abandonemos e sigamos nosso caminho, acho muito complicado exigir que o outro que nos serviu se submeta a nossas crenças, e a luta por pontos de vista, como diz o budismo, apenas são lutas por pontos de vista,... a verdade promove a paz e o respeito por cada elemento. Devemos amar as coisas assim como elas são. Que outra instituição é como a maçonaria, a rosacruz ou a igreja católica, todas são únicas em suas particularidades, possuem problemas...sim. Assim como nós, não somos perfeitos... mas somos únicos, há quem goste e há não goste, complicado é exigir do outro, ou sentir-se pressionado pelo outro a ser aquilo que se idealiza. Qualquer tipo de casamento nesta base tende ao fracasso.

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  4. Estou no ano de 2020 lendo este texto publicado em 2013! Infelizmente as notícias não são boas e entristeço-me ao afirmar que a Ordem Rosacruz AMORC está na contramão de tudo o que vivemos no momento presente: não existe diálogo, não existe consulta, os estudantes que questionam a conduta do grande mestre e da grande loja são de certa forma silenciados e, mesmo oprimidos.
    Tudo está caro na Ordem! Trimestrlidades, mensalidades em OAs, Carta Constitutiva (até hoje não entendo essa cobrança tão cara!), retiros, Morada do Silêncio, enfim... É não temos prestação de contas de todo esse dinheiro que entra na Ordem.
    Eu mesmo escolhi me afastar da Ordem, pois preciso pensar entre gastar dinheiro com o que realmente é necessário ou com uma simples vaidade que não está ajudando em nada.

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