Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

segunda-feira, 2 de junho de 2014

O FLUXO

por Mario Sales, FRC,SI,CRC




Neste particular momento desta encarnação, aonde cada vez mais minha noção de mim desaparece mais e mais para dar lugar a um estado de imersão no Todo à minha volta, de modo quase permanente, considerações sobre este Fluxo em que estou mergulhando ou mergulhado, não sei bem, aos poucos vão tomando meus pensamentos e reflexões.
O Fluxo é o nome de uma corrente de consciência que corresponde ao tráfego dos Registros Akhásicos. Sim, tráfego, já que os Registros não são estáticos, mas estão em constante movimentação entre cabeças intuitivas que os captam como as antenas de satélite captam os sinais de TVs por assinatura.
A expressão "antenado" é extremamente feliz ao representar e descrever certos tipos de seres humanos capazes de perceber "no ar" as inovações tecnológicas ou conceituais que atingem, direta ou indiretamente toda a raça humana.
É preciso estar no Fluxo, sem aspas, para ter a capacidade de receber as informações que só o Fluxo traz.
É por causa do Fluxo, por exemplo, que sei que, se quisermos definir anatomicamente aonde o Fluxo flui por nós, basta colocar a mão no centro do peito.
É no chakra cardíaco, o Anahata Chakra, que o Fluxo mergulha em nós e nos transpassa.
Tudo que é importante saber sobre o mundo ou sobre a humanidade, chega primeiro como um sentimento, ao coração. É sentido, não compreendido, quase como numa afirmação de que o sentimento é o modo compacto pelo qual a informação viaja.
Caso exista relevância entre o que se sente e aquilo que nossa bagagem cultural sente afinidade e compreende, imediatamente começa o processo de tradução desta sensação em informação racional, e cada bit emocional implica em páginas e páginas de descrição intelectual.
Por isso a Intuição Captativa consegue nos fornecer em muito pouco tempo uma enorme quantidade de informações, a maioria das vêzes através de imagens e símbolos, outra forma sintética de transmitir uma idéia.
A língua que usamos para falar e conversar tem, como se sabe, muitas limitações de expressão, sendo comuns equívocos interpretativos.
A palavra falada é nosso único e comum recurso de interação intelectual. O Fluxo, entretanto, permite-nos o intercâmbio emocional, direto, sem dubiedades, o que as pessoas chamam de Telepatia.
Telepatia, que muitos supõem ser a conversa entre duas mentes, é, antes de tudo, o diálogo entre dois corações.
São os sentimentos que conversam e que respondem como partículas essenciais do Fluxo. Eles são, como disse, os bits elementares que carregam trilhões de imagens, cada uma capaz de ser transformadas em um tratado intelectual.
Pessoas inspiradas nada mais são que bons receptores do Fluxo, despidas das ilusões de que são a fonte da Sabedoria Universal. Somos, se soubermos ser, boas antenas, bons captadores, mas a Mente Cósmica é muitas vêzes maior que a nossa, a qual é apenas uma pequena parte dela, como tantas outras mentes na face da Terra e de outros mundos.
Sim, aonde existir vida e consciência, o Fluxo fluirá, conectando a todos nós partícipes desta aventura de conhecimento compartilhado, enchendo nosso coração de maravilhosas idéias, de fantásticas concepções, sejam de cunho prático científico, sejam de natureza filosófica ou comportamental.
E como perceber ou melhorar a nossa percepção deste Fluxo? Numa palavra , Meditação.
É no estado meditativo, quando acalmamos o turbilhão da Mente que o Fluxo pode fluir com perfeição através de nós.
É no estado meditativo que, passo a passo, esquecemos primeiro nossos títulos, depois nossa posição social, nossos relacionamentos e vínculos afetivos, nosso nome , sexo, idade. Pouco a pouco a Mente mergulha no estado de Dharana, a perfeita concentração, o qual uma vez atingido nos remete a próxima fase, Dhyana, o Estado Meditativo, de onde o karma nos puxa de volta, e para o qual, num esforço consciente, tornamos a voltar.
A Meditação contínua, ininterrupta, é muito difícil de conseguir. Minutos já são suficientes para se dizer um bom meditador. Uma hora ou mais é coisa para grandes mestres.
Isto, meditar, é mergulhar voluntariamente no Fluxo, "...e ali permanecer, com pureza e dignidade."
Meditemos pois. Em alguns minutos, é como se lêssemos milhares de títulos e ouvíssemos dezenas de sinfonias.
Aliás, de todas as práticas humanas, a mais próxima do Fluxo em natureza é a Arte, e entre as Artes, a mais sensível a este mesmo Fluxo é a Grande Música.
Ouvir os grandes mestres da música de todos os tempos, inclusive os contemporâneos, é exercitar nossa sensibilidade, e por isso, preparar-nos para uma captação das inspirações do Fluxo mais perfeita.
Sensibilidade, não inteligência, é a palavra, na captação.
A inteligência é sempre secundária, descritora que é das inspirações que o Fluxo traz em pacotes quânticos de idéias.
Todos, sem distinção, tem possibilidade de acessar este manancial inesgotável.
Mãos à obra então, e sentimentos de sobra, para fazê-lo.

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