por Mario Sales
2º SUB SÍMBOLO: A ESTRELA DE SEIS PONTAS OU A BOCA DO FIAT
É deste Deus onipresente e
Onipotente que provém o Ato Criador, manifestado pela Graça. Aqui no símbolo Ele
é chamado de Luz da Graça.
A estrela, com textos em inglês.
Já na estrela de seis pontas, símbolo do encontro entre o que vem de cima com o que está embaixo, a graça criadora se manifesta sempre como Luz da Graça, atributo da Eterna Invisível (e) Celestial Santíssima Trindade, frase escrita ao alto da estrela, em dois trechos, um a direita e outro a esquerda; esta Luz da Graça ou LUMEN GRATIAE oculta-se no segmento triangular que tem o vértice para cima, ao alto, protegendo ao centro o Verbo, a palavra (WORD), o som da criação, que os Hindus chamam de Om, e no Ocidente é conhecido pelo comando divino “Faça-se”, FIAT, em Latim. É importante ressaltar que na cultura cristã o próprio Jesus é o Verbo, manifestação de Deus na carne. No extremo inferior direito, encontramos o Espírito Santo e no extremo inferior esquerdo uma palavra ilegível em português na edição da Renes, mas não em alemão (VATER= PAI).
Esta é uma frase poderosa que dá margem a muitas especulações.
Primeiro, a noção de que o tempo linear, que fundamenta nossa noção de história, é um, e apenas um segmento do eterno, como falamos que um terreno é um pequeno pedaço do espaço, ou que um segmento do círculo é apenas uma parte deste círculo, e que parece linear e reto apenas por que o círculo, imenso, tem um ângulo extremamente suave, que nos parece uma linha plana, ocultando sua condição de curva que ascende para depois cair.
O Eterno não tem limitações, mas o tempo linear tem. Mesmo que falemos em milênios, em determinado momento esses milênios, e este trecho da eternidade que é nossa história, se encerrarão, enquanto que o eterno permanecerá, impávido.
Impressionante.
Nota-se ainda que no desenho, deste círculo interno à estrela saem duas linhas que delimitam a ponta alta de um losango linhas estas que dirigem-se para baixo, especificando na imagem que o efeito da criação, do tempo e dos ciclos naturais e estações vêm, todos, do eterno, e se referem a um movimento do alto para baixo, um ato de criação e de interferência da chamada Criação, dando-lhe características próprias de temporalidade.
Esta reflexão não é original e foi lindamente representada no quadro “O Ancião dos Dias”, de Willian Blake. Estas linhas transcendem a parte inferior da estrela e vão abarcar todos os desenhos abaixo da estrela, demonstrando que tudo abaixo da estrela está contido no que hoje chamamos de espaço tempo determinado pelo Altíssimo.
Tanto a estrela exemplifica o ato criativo divino que em quatro de suas pontas a direita e a esquerda vemos as letras da palavra FIAT, o FAÇA-SE que tornou tudo que existe, real.
The Ancient of Days, de Willian Blake. Observem que da mão esquerda, a mão cardíaca, brotam raios de luz em um ângulo correspondente a alto de um losango. Os dois raios podem também simbolizar a natureza dual do mundo criado.
A frase é: “Nada mais é, nada mais foi, nada mais será jamais, na eternidade e no tempo. ”
É uma declaração assombrosa que reforça o que já tinha sido dito “ a eternidade produz o tempo da natureza”; é dessa inexistência de instantes, de durações, se Henri Bérgson nos permitir, que se constitui o que é eterno. A ausência de tempo é a ausência de movimento. O eterno é imóvel.
A criação não se desenvolve porque a roda não começou ainda a girar. É apenas quando um pedaço do eterno é arrancado e gira no espaço vazio que temos o movimento chamado tempo linear. Para Deus, um instante, semelhante aquele da gota que se eleva momentaneamente do lago para depois a ele retornar, como um soluço. Para nós, neste salto efêmero da gota, passaram-se milhões de instantes, de civilizações, de emoções. Nós existimos na natureza, dentro de seus ritmos, dentro desta fugidia gota; de fato, é “ a eternidade (que) produz o tempo da natureza”.
Mais então o que é eterno se torna limitado e passamos a níveis aonde a velocidade do fluxo da existência vai diminuindo e as coisas parecem mais sólidas e mais densas.
Estamos entrando no nível inferior da estrela, aonde, está escrito, estamos no campo do “Temporal visível terrestre” da “Santíssima Trindade”, colocando de outra forma, aonde A Trindade se manifesta na matéria.
Não é a toa que a ponta da estrela para baixo que penetra neste campo mais material tem dentro dela o nome do Filho, acompanhado do Fiat. O Filho está representando a manifestação da vontade (FAÇA-SE) de Deus, dando-se a conhecer aqueles que precisavam da experiência de testemunhar um Avatar, alguém que vive no tempo do Eterno, alguém que transcende a Morte, e que embora nascido de mulher, é puro espírito.
ESQUEMA 8
Abaixo da estrela está escrito “E Deus disse: ” e mais nada, como se para enfatizar que o que importa é que ele tenha pronunciado alguma coisa, o som que dá origem a criação agora material, o som do princípio.
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