por Mario Sales
3° SUB SIMBOLO: O CÍRCULO AZUL DOS ESTADOS DA MATÉRIA DENTRO DO LOSANGO OU "O PESCOÇO" PARTE 1
Abaixo lê-se ainda “RUACH ELOHIM (o espírito dos deuses, em uma tradução mais fiel, já que o sufixo IM torna a palavra plural) anda sobre as águas. ”
Segundo o esquema abaixo a correlação entre os textos faz com que leiamos:
“Deus torna-se Natureza através de Suas palavras”
ESQUEMA 9
Como estamos na parte de baixo da estrela, estamos entrando no Corpo Material da Criação, e estamos no território da ação do som e da vontade sobre a existência. No Gênesis encontramos, repetidas vezes: “E Deus disse”, e em seguida algo acontece.
A frase acima, “Temporal visível terrestre Santíssima Trindade”, já estabelece esta entrada, este fim de transição. Mantendo em mente a advertência de que devemos entender o símbolo “...de acordo com a Filosofia Celeste e não a Terrestre”, estamos aqui iniciando uma descrição pictórica da área material da Criação.
A Natureza, insinua o simbolista, mesmo considerada no seu aspecto denso e material, jamais existiria ou mesmo se manifestaria sem o suporte e a presença de Deus em seu interior. Pois “Deus torna-se Natureza”, simples e misticamente, apenas “...por Suas palavras. ”
Nenhuma tecnologia interfere no processo.
Nenhum instrumento, nenhuma poção; apenas o Som Criador, manifestação de Sua Divina vontade, união no pescoço das forças que vem da cabeça, no alto, e do coração, abaixo.
E durante todo o processo “o espírito dos deuses anda sobre as águas”, zelando por sua criação.
E lembra o simbolista: Deus & Natura Nihil fasciunt fristra, nada do que foi criado deixa de ter importância no drama cósmico, como peças de uma delicada engrenagem.
Aqui me vem à mente o conceito biológico de cadeia alimentar e do enorme prejuízo decorrente da interferência humana em habitats em perfeito equilíbrio, interferindo com o equilíbrio natural e liberando com sua irresponsabilidade doenças de toda espécie.
Assim o Ebola, vírus extremamente mortal, só atingiu recentemente a civilização por ter sido libertado pelo desmatamento progressivo de sua jaula biológica; ou no desastre de Mariana em Minas Gerais, aonde com a ruptura de uma barragem de rejeitos, um rio foi destruído com toda a sua fauna, matando os peixes e os sapos que comiam as larvas do mosquito vetor da febre amarela, e permitindo uma explosão de casos desta doença pela multiplicação descontrolada de seu vetor. "Deus & Natura Nihil fasciunt fristra", ou “Deus e a Natureza nada fazem em vão”, diz o simbolista. Fato.
Num instante de deslumbramento, ele, simbolista, olha para a Criação e brada:
“Ó Natureza, tu és verdadeiramente uma imagem criada a semelhança de teu Deus”.
Estas três últimas expressões (“Deus torna-se natureza...”; “Deus e a Natureza nada fazem em vão” e “ Ó Natureza...”)
ficam de um lado e de outro do primeiro segmento da área que entendemos como o início do mundo material, uma região na forma de losango que faz intersecção com a parte de baixo da estrela de seis pontas.
Ela está encimada pela expressão “prima criatura” (primeira criatura) talvez referindo-se ao início da criação da vida, não sei bem se humana ou não.
Logo abaixo a palavra “Aqua”, água em latim. A palavra água tanto podia representar o elemento como a Criação em conjunto, numa contaminação conceitual da Cabala Judaica na Cabala Cristã, irmã xipófaga da Alquimia. Na tradição Judaica, as águas são os mundos, e fala-se mesmo em “Águas de Cima” e “Águas de baixo”, representadas pela primeira letra do alfabeto, o Aleph.
Esta é a representação do Aleph:
ESQUEMA 10
Os especialistas vêem na forma do Aleph uma composição com dois YODs (marcados em vermelho) separados por um VAV (marcado pelas linhas amarelas) meio deitado.
Esta Aqua, do nosso símbolo, pode ser o nome desta parte da Criação, a Natureza, a Água de Baixo, ou simplesmente, a Água.
Dentro desta água, deste losango, vemos um círculo dividido internamente em cinco camadas. Nos cantos do Losango, as expressões: Um Espírito, Uma Vida, Uma Luz, Um Fogo.
Como interpretar tal imagem?
ESQUEMA 11
Estamos esclarecendo o que está escrito em cada parte do símbolo, pura e simplesmente, para depois tentarmos fazer a integração e interpretação.
Repito: mesmo ao interpretarmos estes símbolos, não montamos uma narrativa linear, mas sim uma narrativa possível composta de vários conceitos colocados lado a lado como um mosaico, com poucos pontos de encadeamento.
Senão, vejamos este trecho agora em análise. Chamo a atenção para o fato de que a figura está envolta por um losango, uma figura regular de quatro lados, e o número quatro aparecerá de forma recorrente ao longo de todo o símbolo. Isso nos remete a Empédocles de Agrigento e a Pitágoras, ambos cultuadores do quatro como símbolo de estabilidade. Os alquimistas seguiram esta determinação e assim, quatro eram os elementos básicos, fogo, terra, água e ar. Quatro eram as condições básicas como úmido e seco, quente e frio. Associavam-se esses conjuntos como se vê no quadro abaixo:
No segmento do símbolo que ora traduzimos, encontramos a partir deste contorno em losango este mesmo culto ao quatro, sendo que ao centro encontraremos a palavra HYLE, que é um conceito Aristotélico.
Repito: mesmo ao interpretarmos estes símbolos, não montamos uma narrativa linear, mas sim uma narrativa possível composta de vários conceitos colocados lado a lado como um mosaico, com poucos pontos de encadeamento.
Senão, vejamos este trecho agora em análise. Chamo a atenção para o fato de que a figura está envolta por um losango, uma figura regular de quatro lados, e o número quatro aparecerá de forma recorrente ao longo de todo o símbolo. Isso nos remete a Empédocles de Agrigento e a Pitágoras, ambos cultuadores do quatro como símbolo de estabilidade. Os alquimistas seguiram esta determinação e assim, quatro eram os elementos básicos, fogo, terra, água e ar. Quatro eram as condições básicas como úmido e seco, quente e frio. Associavam-se esses conjuntos como se vê no quadro abaixo:
ESQUEMA 12
Desse modo, “Aristóteles sustentou que o composto, a proté ousía (por exemplo: esta árvore) resulta da união de dois princípios universais, a hylé ou matéria-prima universal, indeterminada (não é água, nem ar, nem fogo, nem terra, etc.) que não existe, com as formas das espécies (eidos), neste caso, com a forma comum de árvore. ”[1]
O Alquimista simbolista está apenas aristotelizando seu símbolo, dizendo que ao centro do círculo, que está cercado pelo losango, está a substancia que é a matéria prima de todas as outras e que nelas se diferencia, associando-a de tal forma as outras quatro manifestações que coloca um pequeno losango aos pés de HYLE, dentro do seu círculo central.
Os outros quatro níveis que se expandem a partir desse centro de círculo tem seu significado marcado por palavras divididas em quatro partes, espalhadas de forma a corresponder aos quatro pontos cardeais, Norte, Sul, Leste e Oeste.
Assim, no círculo mais externo, temos uma pequena armadilha, duas palavras espalhadas ao redor do centro.
Colocadas nos pontos cardeais, no entanto, em alemão antigo, a palavra T (oeste) – RU (norte) – CK (leste) - EM (sul). [TRUCKEN no alemão antigo ou TROKEN no contemporâneo-SECO]
Entre cada uma destas partes, vemos partes da palavra Natureza, NATURA, como NA, no Noroeste, TU no Nordeste, R no Sudeste e A no Sudoeste.
Depois temos, círculo por círculo, as palavras em forma de cruz, K A L T, F EU CH T e W A R M, portanto frio, úmido e quente.
Um problema do livro publicado pela AMORC Brasil é que os estados da matéria dentro dos círculos do símbolo não estão em alemão, muito menos em português, mas sim em inglês, sendo que na linha mais externa, correspondendo a seco, (TROKEN), em vez de DRY, seco em inglês como era de se esperar, encontramos uma aparente (eu supus) variação do alemão antigo, TERUCIN, enquanto os círculos mais internos estão todos em inglês, COLD, DAMP (úmido) e WARM. O que verifiquei, entretanto, foi que não pude traduzir este termo, T ERU C IN, já que não encontrei correspondente nem em alemão, nem em inglês, levando a suposição de erro de tradução e/ou de impressão puro e simples.
No trabalho de interpretação ou mesmo ainda no inventário, este é um percalço desnecessário para o hermeneuta e deveria se prestar mais atenção quando da edição, em uma obra deste quilate.
Os esquemas 12 e 13 esclarecem a estrutura do símbolo.
O Alquimista simbolista está apenas aristotelizando seu símbolo, dizendo que ao centro do círculo, que está cercado pelo losango, está a substancia que é a matéria prima de todas as outras e que nelas se diferencia, associando-a de tal forma as outras quatro manifestações que coloca um pequeno losango aos pés de HYLE, dentro do seu círculo central.
Os outros quatro níveis que se expandem a partir desse centro de círculo tem seu significado marcado por palavras divididas em quatro partes, espalhadas de forma a corresponder aos quatro pontos cardeais, Norte, Sul, Leste e Oeste.
Assim, no círculo mais externo, temos uma pequena armadilha, duas palavras espalhadas ao redor do centro.
Colocadas nos pontos cardeais, no entanto, em alemão antigo, a palavra T (oeste) – RU (norte) – CK (leste) - EM (sul). [TRUCKEN no alemão antigo ou TROKEN no contemporâneo-SECO]
Entre cada uma destas partes, vemos partes da palavra Natureza, NATURA, como NA, no Noroeste, TU no Nordeste, R no Sudeste e A no Sudoeste.
Depois temos, círculo por círculo, as palavras em forma de cruz, K A L T, F EU CH T e W A R M, portanto frio, úmido e quente.
Um problema do livro publicado pela AMORC Brasil é que os estados da matéria dentro dos círculos do símbolo não estão em alemão, muito menos em português, mas sim em inglês, sendo que na linha mais externa, correspondendo a seco, (TROKEN), em vez de DRY, seco em inglês como era de se esperar, encontramos uma aparente (eu supus) variação do alemão antigo, TERUCIN, enquanto os círculos mais internos estão todos em inglês, COLD, DAMP (úmido) e WARM. O que verifiquei, entretanto, foi que não pude traduzir este termo, T ERU C IN, já que não encontrei correspondente nem em alemão, nem em inglês, levando a suposição de erro de tradução e/ou de impressão puro e simples.
No trabalho de interpretação ou mesmo ainda no inventário, este é um percalço desnecessário para o hermeneuta e deveria se prestar mais atenção quando da edição, em uma obra deste quilate.
Os esquemas 12 e 13 esclarecem a estrutura do símbolo.
ESQUEMA 13
Estamos quase no final do inventário deste trecho que fica em situação central da figura, (que eu insisto, tem traços que seguem o modelo do corpo humano), área que me lembra a região da transição do “pescoço” se o sub símbolo da estrela de seis pontas for realmente a boca.
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