Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

terça-feira, 6 de setembro de 2011

ANÁLISE DO SÍMBOLO DA CAPA DO TRAITE DE LA REINTEGRATION DES ETRES DANS LEURS PREMIERES PROPRIETES, VERTUS ET PUISSANCE SPIRITUELLES ET DIVINES



Por Mario Sales e Reginaldo Leite, F.:R.:C e S.:I.:


Fomos mobilizados por frater Reginaldo e Frater Paulo Dutra a interpretar o significado do símbolo na capa do livro base de Martines de Pasqually, presente na edição brasileira publicada pela AMORC em 2007 e cujo copyright é da Difusion Rosacrucienne, de França.
O símbolo, abaixo discriminado é um trecho do símbolo total dos Ellus Cohen, aonde ficam evidenciadas as órbitas dos sete astros místicos colocados na imensidade celeste como degraus de ascensão espiritual ao mundo divino.



São eles: Lua, Sol, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, representados no símbolo acima pelos seguintes sinais:


(SATURNO), 




(SOL), 



(MARTE), 


(VENUS), 



(JUPITER) e 



(MERCURIO), 



e oculta, no vértice inferior do Hexágono, 

a LUA.



Acrescento que os planetas citados, ou melhor dizendo, astros, já que a Lua é um satélite e o Sol uma estrela, referem-se ao conhecimento científico gerado por Ptolomeu, geocêntrico, astrônomo egípcio nascido provavelmente no ano 70 DC, e cuja influência durou até a renascença, quando instaurou-se o modelo de Copérnico, heliocêntrico. Foi popularizada no ocultismo pela prática chamada culto a Mitra ou Mitraísmo, surgido no século II AC e alcançando seu apogeu no século 3 DC, principalmente entre soldados romanos, até que Teodósio I tornou ilegal qualquer culto que não fosse o Cristianismo.
No Mitraísmo, a iniciação passava pela ascensão através de mundos, (ou planetas como definidos pelo conhecimento ptolomaico), passando do Sol para a Lua, desta para Mercúrio, depois Vênus, Marte, Júpiter e por último Saturno, planeta da alma iluminada.
No culto de Mitra existiam 7 níveis de elevação dentro da religião, representados pelos nomes de 1°. Corax (corvo); 2°. Cryphius (oculto) ou Nymphus (esposo); 3°. Miles (soldado), cujas insígnias eram uma coroa e uma espada; 4°. Leo, o leão; 5°. Perses (persa); 6°. Heliodromus, ou emissário solar, cujas insígnias eram a tocha, o chicote e a coroa e 7°. Pater (pai) cujas insígnias eram o barrete frígio, o bastão e o anel, que lembram um bispo.
O Hexágono, ao centro, tem uma estranha inscrição, lida no sentido horário: HANIME, que provavelmente significa ANIME, Alma, e o H completando a 6ª letra que a palavra original em grego, não possui.
STD, as três letras no interior do Hexágono, representam as iniciais de SAGRADA TRINDADE DIVINA.
Duas espadas que se tocam pelas pontas, abaixo e sustentando o Hexágono, lembram a presença nos Ellus Cohen de militares da Cavalaria, além do que a Espada é símbolo da força e da autoridade.
O lema em latim, DEO REGI QUE FIDELES, da mesma maneira, lembra esta relação com a vida militar, significando FIDELIDADE A DEUS E AO REI, e não DEUS É FIEL, como alguns propuseram. A expressão FIDELES está errada, deveria ser FIDELIS, mas trata-se de um latim tosco.
Esta é, em suma, a interpretação básica do símbolo da capa do Tratado como publicado em português.

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