por Mario Sales, FRC.:, C.:R.:+C.:, S.:I.:(membro do CFD)
E a garantia da manutenção desta Ordem e desse Sistema é a Lei.
Ela nos dirige, nos sustenta, nos comanda.
Vejo meu corpo e minha mente.
Penso no que posso e no que não posso fazer ainda com um ou com outro.
Ambos tem capacidade de desenvolvimento e aperfeiçoamento desde que a isso eu me dedique.
Nada é rígido, estático, mas sim flexível, adaptável, mutável, de muitas e muitas maneiras, mas mesmo assim limitados pela minha capacidade pessoal, orgânica e intelectual, em suma, proporcionais ao meu esforço.
Sou o que faço de mim, sim, mas só posso fazer aquilo que sei; e não sei tudo, não posso tudo, porque minhas habilidades pessoais são as que pude desenvolver, dentro de minha história de vida, de acordo com minha determinação e empenho.
Recebi todo um Universo para explorar, mas explorarei apenas uma pequeníssima parte dele, porque minha estada neste corpo é curta, e meu cérebro não vive para aprender apenas, mas também aprende para sobreviver, em um meio ambiente às vêzes árido, às vêzes propício, enfim, irregular.
Existe uma aspereza sensual e aderente na existência que causa atrito, gera conexões, faíscas, ignição de incêndios espirituais, combustível das paixões e do aprendizado emocional.
Tudo é coleta de dados e enriquecimento da sensibilidade e da consciência de tudo, mas pelo atrito, pelo contato. Nossa própria velocidade de percurso é definida pela intensidade deste atrito.
Tocamos as coisas e as coisas nos tocam devolvendo sobre nós, com a mesma intensidade, nosso impulso inicial.
Provocamos para sermos provocados.
Estimulamos e somos estimulados, num vaivém de encontros e experiências materiais com repercussões imediatas em nossa mente e espírito.
Não fosse por isso, não evoluiríamos, não modificaríamos nossa natureza, como a pedra bruta, para usar um lugar comum, não se lapidaria em múltiplas e reluzentes faces.
O que faz a pedra brilhar, o diamante reluzir com beleza, no entanto, não é a lapidação em si, nem as inúmeras faces que esta produz, mas seu contato com a Luz, que já estava aí, antes da pedra ser lapidada, antes que a jóia surgisse.
A Luz é anterior à pedra que brilha na Luz, como a Vida é anterior ao Homem que a vive e que dela desfruta, tentando dominá-la e compreendê-la, às vêzes, tentando reproduzi-la, sem grande sucesso.
Tudo o que fazemos, fazemos dentro de um contexto já dado, como qualquer composição musical será apenas uma nova combinação das sete notas básicas que existem, e nada mais, por mais complexa que seja a canção, por mais linda que seja a sinfonia.
Há, antes de nós, em torno de nós, uma quantidade dada de possibilidades, um campo definido de ação dentro do qual vamos atuar, e por mais que ele nos pareça infinito, tem seus limites, suas marcações.
São paredes, sólidas, que margeiam e definem um corredor evolucional, que não podem ser desprezadas ou transpostas, as paredes de nossas dimensões de existência, no entanto tão afastadas, que realmente parece que estamos em campo aberto.
Só que não é assim. Existem limites e reconhecê-los é aproveitar melhor a jornada e a caminhada.
É correr sempre no meio, aonde a resistência será menor, quase inexistente, embora ainda exista.
O segredo é manter a equidistância das colunas laterais, os muros que demarcam a realidade possível, os contornos esféricos do pós Tzin-tizum.
Sim, é bom termos esta sensação de que nós comandamos o navio que guiamos, velas enfunadas, em direção ao mar aberto.
Mesmo esta enorme embarcação, no entanto, não está livre de limitações.
Belo navio, grande capitão; mas, e se o vento não soprar?
E quem controla o vento?
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