Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ESTÁVEL INSTABILIDADE



por Mario Sales, FRC,SI,CRC gr.18°






Mais que um dia de alegria
quero a etern
a serenidade
ofuscando a dicotomia
do bem e do mal,
da luz e das trevas,
já que oscilar entre extremos
cega
nossa percepção do delicado equilíbrio

e do enorme lucro conseguido
apenas por se ficar imóvel
no centro, no meio,
dentro,
atento,
quieto, sem ansiedade ou desejo,
desfrutando placidamente o fluxo,
o nexo, a conexão com tudo,
com todos, ao mesmo tempo,
muitos corpos, uma mente,
atenta
ao movimento.

Portanto,
se nossa emoção ou comoção,
motivos, nos garantir,
para chorar ou rir
Suspeitemos imediatamente, de um embuste,
uma traição,
já que tanto a lágrima como o sorriso,
são frutos da mesma ilusão.

O tic tac do carrilhão
ininterrupto,
o tempo se deslocando com inabalável dormência;
a única certeza da existência
é a fugacidade,
a impermanência.

O que hoje parece sólido e duradouro,
flutua, como um ancoradouro,
escravo dos movimentos do oceano.
Horas, dias, anos,
esvaindo-se pelas mãos, como a água.
Nada permanece,
nada.
Só o fluxo persiste.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O INIMIGO INTERNO

por Mario Sales, FRC,SI,CRC gr.18°




A estratégia de combate mais antiga entre todos os generais é dividir para conquistar.
Não precisamos nem devemos enfrentar um exército coeso e monolítico. O melhor é quebrá-lo em pedaços menores, descobrindo suas fraquezas, seus problemas internos, e focar aí, ardilosamente acentuando-os, como uma enzima que quebra ligações proteicas e desmancha algo que antes parecia tão sólido.
Então, se a educação é ruim, diminui-se o número de cadeiras na escola; se o reitor de uma universidade exige qualidade docente, cria-se a eleição direta em que o mais votado é aquele que exige menos e paga o melhor salário; se a saúde não funciona, culpam-se os médicos e joga-se a população contra eles, de forma que se transformem em bois de piranha enquanto a manada no poder passa ao largo, incólume, praticamente sem um arranhão.
Técnicas psicológicas primárias de influenciar o eleitorado ou qualquer grupo de pessoas, foram usadas ao longo de toda a história da humanidade, não com a intenção de melhorar a sociedade, mas na busca da perpetuação do poder de um grupo determinado.
E assim continuará a ser, até que todos recebam as armas filosóficas adequadas, que nos defendem da mediocridade e da pobreza espiritual: a capacidade de reflexão.
A proposta mais perigosa de domínio é oferecer alimento para o corpo e negar alimento para o espírito.
É assim que se criam os zumbis sociais, os comandados mentais que não tem vontade própria, aqueles que apenas sobrevivem dia após dia, aparentemente mais felizes e gordos, mas mais estúpidos e manipuláveis.
E pode-se fazer isso com qualquer grupo.
Pode-se hipnotizar as pessoas com as coisas da matéria, seja arroz e feijão, sejam bolsas Louis Vitton. E se somarmos a isso o preenchimento do vazio existencial com tolices e amenidades, temos uma massa de manobra fácil de administrar.
No marxismo/leninismo esses indivíduos são chamados de inocentes úteis, pessoas que movidas por um estado de atenuação crítica, pela falta de raciocínio político mais profundo acham normal e mais fácil acreditar em lendas de inimigos externos responsáveis pelas nossas mazelas do que na nossa própria incompetência.
Para o idealista, o inferno é o outro.
Nós mesmos não temos pecado, somos indivíduos dignos e nobres, e se não fosse pela ação de terceiros, teríamos sucesso.
Assim, se eu não fui promovido, a culpa é do meu chefe; se minha mulher não me ama, é porque não me compreende; se meus amigos me criticam, é porque são reacionários estúpidos; se não vou bem nos estudos é por que o professor me persegue; se sou multado por excesso de velocidade, estando realmente em excesso de velocidade, não é porque pisei mais fundo no acelerador mas por que os radares são "fábricas de multa".
Shakespeare lembrava disso ao dizer em um texto que "ninguém era um bêbado por causa das estrelas, mas porque bebia".
E esta capacidade de reconhecer em nós mesmos as causas de nossos problemas é manifestação direta de nossa maturidade emocional e psicológica.
Adultos nem sempre são maduros. Por isso é possível que homens e mulheres cometam equívocos, basta que estejam devidamente alimentados do alimento material e privados do alimento espiritual, a capacidade de pensar que liberta.
E desde que Platão se equivocou ao pensar que pudesse influenciar o político, no caso do tirano de Siracusa, nem mesmo os filósofos estão livres de equívocos.
Ser um pensador profissional não desfaz a possibilidade de ser sensível à preconceitos ou a receitas extremistas, pelo contrário, a razão pode fundamentar qualquer coisa, inclusive o mal e a tirania.
O remédio para a ignorância e o totalitarismo é a reflexão verdadeiramente calcada em valores democráticos, na crença que qualquer homogeneidade é burra, que é preciso permitir que as pessoas opinem e que precisamos da diferença para conseguirmos uma vida social saudável.
Imprensa livre, mesmo que contra; salários altos para os professores, escolas de tempo integral, educação filosófica e humanística, ênfase no raciocínio científico, pragmático, fundamentado.
E principalmente, permitir que todos, todos estudem psicologia, e aprendam a defender suas próprias mentes de qualquer tentativa de invasão.
Não defende sua casa aquele que constrói muros altos, mas sim aquele que conhece a si mesmo e que é capaz de barrar as invasões que vem de dentro, não as que vem de fora.
É dentro de nós que moram nossos inimigos, nossos preconceitos e erros, nossas crenças equivocadas e superstições.
Se não nos defendermos desses ataques, se não pararmos de inventar íncubus e súcubus para justificar nossas perversões solitárias, pouco teremos amadurecido.
E seremos presa fácil de qualquer um que saiba com sua língua, como a serpente, nos tentar.

sábado, 25 de outubro de 2014

REPERCUSSÕES

por Mario Sales, FRC,SI,CRC gr.18°



A palavra percussão é sinônima da palavra golpe
Instrumentos de percussão são instrumentos que dependem, para a produção de seus sons característicos, de golpes desferidos em uma membrana esticada, que assim ecoa.
A rigor até o piano é um instrumento de percussão já que as teclas ferem cordas internas para produzir vibrações e as características notas musicais.
Os tambores e bumbos, no entanto, são exemplos mais imediatos que vêm à nossa mente quando usamos a expressão percutir.
Repercutir seria portanto ecoar uma percussão anterior, repetir os sons anteriores de outro tambor, como nas técnicas primitivas de comunicação entre as tribos da áfrica, que golpeavam troncos ocos ou instrumentos mais elaborados para transmitir mensagens além.
A imagem que fica é de que aquilo que repercute se espalha, avança sobre o espaço, se expande.
Faço essas considerações por causa da repercussão do meu mais recente ensaio, "A Importância da Paixão", que teve uma inesperada repercussão.
Digo inesperada porque há tempos não publico nada de minha própria lavra. Os bloqueios criativos são normais e hoje convivo com eles pacificamente, aceitando-os como silêncios cíclicos necessários no ritmo da música da vida.
Aprendi com o poeta:

"Não existiria som se não houvesse o silêncio
Não haveria luz se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim
Cada voz que canta o amor não diz tudo o que quer dizer
Tudo que cala fala mais alto ao coração
Silenciosamente
Eu te falo com paixão
Eu te amo calado
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncio e de luz
Nós somos medo e desejo
Somos feitos de silêncio e som"

Portanto aceito esses instantes de silêncio, mesmo que sejam instantes que durem meses, por que sei que são naturais e necessários para que a expressão seja adequada.
Como havia semanas que não publicava, já achava que não haveria leitores pelo menos atentos e capazes de reagir tão rapidamente a estes traços.
Súbito, vejo a caixa postal encher de comentários, um contra, dois a favor, um deles belíssimo e lírico, postada por alguém chamado Longchempa, a quem agradeço a citação:


"Do Canto Doze: Liberação

Em suma, toda a percepção sensorial consciente,
E tudo o que é inconsciente ou transcendente,
Tudo já está liberado no espaço de agora,
Assim, qualquer tentativa de liberar qualquer coisa de novo é supérflua.
É inútil tentar fazer um esforço no sentido de liberação!
Portanto, não tente! Não tente! Não lute e se esforce na prática!
Não procure! Não procure! Não busque a verdade intelectual!
Não medite! Não medite! Não invente meditação!
Não analise! Não analise! Não analise dentro ou depois de um evento! Não pratique! Não pratique! Não pratique o resultado de esperança e medo!
Não rejeite! Não rejeite! Não rejeite carma emocional!
Não acredite! Não acredite! Não acredite em religião justa! Não se prenda! Não se prenda! Não engaiole sua mente!"

Keith Dowman - Espacialidade"

É isso. Quem já tem , não procura. Quem já é não busca ser. Não teme ser, já que não se envolve. Viver para ele é apenas contemplar, como se se afastasse de si por um tempo e deixasse que se corpo e seu coração fizessem coisas, dissessem coisas, sem se confundir com eles, observando-os serenamente enquanto vivem, enquanto tateiam na existência e nos sentimentos, procurando significados e esclarecendo dúvidas que nenhum espírito tem, só os corpos, só os corações, estas mesclas de carne e alma fantásticas geradas pela alquimia da existência.



Não confundir-se com o Eu é o segredo.
Sem este equívoco a vida é mais plena, não há culpa, não há remorso.
O Eu tem uma função, tem um papel, mas o Eu é, mesmo assim, apenas um instrumento, um óculos através dos quais enxergamos e imergimos na experiência carnal.
O Eu não é o Indivíduo, a Personalidade Alma como dizemos na Rosacruz, mas o Eu, tão atacado pelas várias linhas de espiritualidade, não é o inimigo.
O que nos afeta, o que nos perturba, é a Identificação com o Eu, a ilusão de acharmos que somos o Eu, de que as necessidades do Eu são as nossas necessidades.
Desfeita a ilusão da identificação equivocada, a Vida torna-se plena e sempre agradável.
É este estado que chamamos Iluminação, a libertação da Errônea Percepção do que nos Circunda.
A Vida em si continua. Tudo permanece o mesmo.
O que muda é a percepção.
Mudando a percepção do que nos circunda e de nós mesmos, nada muda e tudo muda, ao mesmo tempo.
Achei estranho um budista, o que ficou bravo comigo, ter me escrito falando que eu tinha pervertido o Budismo ao citá-lo no referido ensaio anterior.
Não achei estranho ter me corrigido mas a emoção e a paixão com que o fez.
Havia ira em seus comentários, ou seja, uma atitude não serena, não budística.
Não sou budista, não sou uma autoridade em Budismo, posso e devo cometer equívocos interpretativos da doutrina budista todo o tempo. Mas não me importo de ser corrigido pela mais pacífica e serena comunidade religiosa de todo o mundo.
Budistas verdadeiros estão mergulhados em um estado de serenidade permanente, a exemplo de seus líderes, uma serenidade que não é artificial, mas natural, humana, autêntica.
Não negam as emoções mas sabem que as emoções são coisas do Eu, e o Eu não é o que somos.
Nós não somos o Eu. O Eu é uma ilusão da mente.
E o budismo diz que libertos da ilusão da mente, das ilusões do Eu, nos iluminamos.
Também penso assim.
E então recebo às vezes, comentários tensos, preocupados, falando do que é certo e do que é errado em Budismo, etc, etc.
Curioso.
São os chamados religiosos de texto.
Não sentem a mensagem com o coração. Não deixam que ela entre, que se aposse de seu ser.
E isto é fundamental na apreensão de um conhecimento espiritual.
Não podemos aprendê-lo, mas sim apreendê-lo e deixar que ele nos apreenda e nos inunde.
A verdadeira espiritualidade deve ser absorvida como a esponja absorve a água.
E assim eu vejo o budismo, como uma aula permanente sobre a importância do autoconhecimento, nada mais.
Mais que uma religião, a Doutrina Budista é um discurso de bom senso e técnica.
Bom senso ao reconhecer no homem limitações naturais ligadas a sua ignorância daquilo que ele é realmente.
E técnica na medida que orienta o interessado em maneiras e métodos de transcender esta ignorância e superá-la.
Portanto, é uma linha de pensamento abençoada, porque desfaz, pelo conhecimento, todas as nossas ansiedades e receios, todos os nossos medos e equívocos.
Ao meu crítico, como sempre anônimo, peço que tenha tolerância comigo, mas minhas posições são as posições de alguém naturalmente limitado, que jamais chegará a falar com segurança de todas as coisas, alguém que quanto mais lê mais entende que sua ignorância é imensa e que, por isso, não tem medo de errar, já que isto é inevitável. Mas como diria o personagem humorístico, "não fique bravo". Afinal, a ira é coisa do Ego, e voce é um Budista, e portanto sabe que não é o Ego, não é a Mente, voce é Luz, Plenitude, Compreensão Absoluta. Não há lugar para a ira em corações abençoados pela doutrina budista, e se a ira se manifestar, olhe-a com tolerância e compreensão, porque são apenas ecos, repercussões de sons distantes de um passado de ignorância ao qual, graças ao Buda, Krishna, Melquisedeque, Cristo, Apolonio de Tiana e outros, não pertencemos mais.
E fiquemos em paz.
Ao comentadores do post, meu grande abraço.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A IMPORTÂNCIA DA PAIXÃO

por Mario Sales, FRC, SI, CRC gr.18°




Este período que marca uma das mais acirradas disputas eleitorais que o país já viu, que literalmente dividiu o país ao meio, é necessariamente um momento onde a serenidade desaparece. Até meu primo posta mensagens pedindo que as pessoas tenham menos empenho em suas defesas de seus candidatos, assustado com a intensidade das emoções envolvidas.
A manifestação livre da emoção sempre foi considerada um risco à espiritualidade. Todo comportamento religioso primava e ainda em alguns lugares prima por procurar o recato, a discrição, o silêncio. O próprio Saint Martin tem uma famosa frase (aprendi que o Bem não faz alarde e o alarde não faz bem) que estimula o recolhimento em prol da espiritualidade.
De certa forma, este recolhimento transformou-se em tristeza, de forma que tristeza tornou-se sinônimo de espiritualização.
Nunca entendi bem este aspecto do recolhimento, se bem que entendo o contexto em que surge este discurso.
Digo isso porque tenho grande simpatia pela alegria entre jovens monges e autoridades budistas, sejam do Budismo Tibetano ou do Budismo Zen. Não há tristeza em seus discursos.






Recentemente, publiquei aqui no Blog um longo vídeo dedicado a Sua Santidade o Dalai Lama, quando em visita ao Brasil. Sua fala, ao longo de três palestras, de mais de uma hora e meia de duração, em nenhum, vejam, nenhum momento, tece quaisquer considerações sobre moral, hábitos ou costumes, pecados e castigo, sofrimento e santidade. Sua fala foca em aspectos operacionais ou históricos do Budismo, suas raízes, seus princípios, a natureza da mente e das ilusões que ela fomenta.
As paixões humanas não são combatidas, mas aceitas como uma parte e uma expressão da natureza humana comum. À um questionamento, em determinada altura, sobre se ele, Dalai, também se aborrecia, sua resposta foi como sempre preenchida de bom senso e sinceridade:
"- Claro que sim, há momentos em que meu temperamento se altera, como qualquer ser humano."
O Dalai é avesso à separação mental entre santos e pecadores, comum na visão cristã ocidental. Bons e maus, nobres e plebeus, materialistas e espiritualistas, são divisões que não fazem sentido para um budista que sabe que o dualismo é a mais importante ilusão da mente.
O Mundo não é apenas dual, ele parece Dual, porque o que contemplamos, contemplamos com nossa mente, através de nossa mente, nossa lente, através da qual, se a lente/mente for verde, tudo será verde, ou se ela for vermelha, tudo será avermelhado.
As paixões, são manifestações legítimas de sentimentos entendidos como passivos, nas palavras de Renée Descartes, em seu livro "As Paixões da Alma".
Paixões são erupções de fluxos de emoções as quais dão substância e colorido às nossas vivências na carne, mediadas por nossos hormônios e sistema nervoso.
Não podem ser represadas sem que paguemos um alto preço psicológico por isso, da mesma forma que represar um rio caudaloso é aumentar sua pressão em um milhão de vêzes.
Se um indivíduo sabe que ele e o corpo não são a mesma coisa, e sabe respeitar essas diferenças, não terá escrúpulos em manifestar suas paixões no cotidiano, nem sentirá nenhuma culpa cristã por isso.
O Cristo, que dá nome a esta linha religiosa, não tinha ele mesmo este pudor. Lembro-me de um episódio do Novo Testamento em que ele expulsa os vendilhões do templo de uma maneira que, a meu ver, nada tinha a ver com discrição ou falta de alarde.
Não, o mesmo cristianismo que, na visão de Friderich Nietzsche, transformou a todos os seus seguidores em seres apáticos e sem vigor, foi fundado por um homem vigoroso, corajoso, social e gregário.
Não vejo pois conflito em ter e manifestar paixões e buscar ao mesmo tempo a evolução espiritual.
A vida no corpo não impede nossa alma de evoluir, apenas acelera nossa evolução, assim como o fluxo da água de um riacho é mais rápido quando ele contorna uma pedra em seu caminho.
Penso que quando voltar ao estado não manifesto não poderei mais sentir o sol em meu rosto, nem o calor da tarde, nem o frio da noite, e dessas coisas, sentirei saudade. São sensações banais, mas tão agradáveis e provocam em mim uma tal felicidade, que não posso evitar de lamentar a ausência desses momentos.
Não tenho vergonha pois de perder temporariamente minha serenidade para minhas paixões, desde que meu motivo seja justo e nobre.
Estas paixões não nos desmerecem, mas dignificam nossa condição humana.

Indignar-se é a última manifestação de liberdade humana. Desfrutemos, sem culpa, pois, da vida e das paixões geradas por quaisquer indignações justas. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Cosmos - Uma Voz na Sinfonia Cósmica - Parte 7 de 7 - (Dublado em Portugues)

Cosmos - Quem Pode Salvar A Terra ? Parte 6 de 7 (Dublado em Português)

Cosmos - Uma Voz na Sinfonia Cósmica - Parte 5 de 7 - (Dublado em Portugues)

Cosmos - Uma Voz na Sinfonia Cósmica - Parte 4 de 7 - (Dublado em Portugues)

Cosmos - Uma Voz na Sinfonia Cósmica - Parte 3 de 7 - (Dublado em Portugues)

Cosmos - Uma Voz na Sinfonia Cósmica - Parte 2 de 7 - (Dublado em Portugues)

Cosmos Ep 02 - Uma Voz na Sinfonia Cósmica - Parte 1 de 7 - Dublado em Português