por Mario Sales FRC,SI
Em uma monografia de graus avançados, Spencer Lewis, suponho, faz uma reflexão sobre o uso da palavra Experimento para descrever os exercícios mentais que os rosacruzes tem de fazer todos os dias para desenvolver suas habilidades psíquicas e consolidá-las como técnicas cotidianas.
O trabalho rosacruciano contemporâneo é essencialmente mental, como já demonstrei em outros ensaios, e a realização destes exercícios em nosso laboratório mental assumiu o papel que antes a alquimia possuía, interiorizando a região aonde o místico e esoterista d AMORC se aperfeiçoa.
A palavra experimento não incomodava apenas a Spencer Lewis. Eu mesmo sentia algum desconforto com seu uso quando na verdade estávamos em templo realizando exercícios de fortalecimento mental. O próprio Spencer, no entanto, diz que cada vez que fazemos um exercício mental de qualquer natureza, estamos realizando um experimento que testa a aplicabilidade do princípio e da lei usada naquele exercício, testando seu funcionamento.[1]
De qualquer forma, sendo ou não um teste sobre algum principio, uma das características do trabalho rosacruciano contemporâneo é que ele é realizado por pessoas que partem de um pressuposto diferente do pressuposto científico ortodoxo, ou seja, supõem a possibilidade de que certas habilidades mentais podem e são reais e possíveis de se tornarem manifestas pela prática diária e pelo exercício freqüente, principalmente, como Lembra Lewis, no mesmo trecho, se tiverem um “objetivo prático”.
Portanto, não se testa aquilo que se sabe funcionar, mas se exercita aquilo que, sabido como real, quer se aperfeiçoar.
Teste implica duvida, metodológica que seja, duvida que deve estar no coração de todo estudante rosacruz no sentido de investigar o comportamento dos fenômenos chamados esotéricos. Não se duvida da existência destes fenômenos, mas sim tem-se dúvidas sobre seus mecanismos e sobre sua manifestação peculiar. É a dúvida da curiosidade.
É preciso associar a busca por aperfeiçoamento com o cotidiano e com necessidades objetivas para ancorar o navio de nossa investigação e não deixar que ele seja arrastado pela especulação vazia.
Quando temos uma real necessidade, uma necessidade objetiva, um problema pessoal, aparentemente forças extras entram em campo e tornam a resposta a estes exercícios mais forte e mais notável.
Aquilo que for exercitado sem uma conexão com a vida física, social e psicológica, do iniciado, provavelmente manifestar-se-á de modo muito mais fraco do que se algo nos mobilizasse, principalmente pelo ponto de vista emocional.
Estas peculiaridades emocionais não devem nunca ser desconsideradas na analise da eficácia de técnicas rosacruzes, parafraseando Lewis, em problemas “no lar e nos negócios”.
Um exercício meramente intelectual tem pouca chance de dar bom resultado. É o fator emocional que dá a liga e a chama que acende a fogueira da realização mística.
Nós, rosacruzes, somos cientistas do coração e do sentimento, mas diferentemente de meros psicológicos, não analisamos as emoções através de métodos racionais, mas sim através da sensibilidade.
Nossos “experimentos”, se quisermos chamar assim, estão relacionados às coisas que podemos aprender com o estudos de nossos sentimentos, de nosso mundo interior, e sem intenção de ser poético, mas sim de ser fiel aos fatos, nosso interior ainda é o verdadeiro universo inexplorado.
É aí que o trabalho místico rosacruz contemporâneo encontra seu foco e principal campo de ação.
Para nós, discípulos dos ensinamentos de Lewis, é dentro do estudante que se encontram todos os recursos para a realização da transformação de sua vida pessoal, do mundo a sua volta e da sua própria qualidade de vida.
Esses exercícios ou experimentos desenvolvem nossa habilidade ao manipular as ferramentas mentais que a AMORC coloca a nossa disposição.
Praticar deve ser parte de uma rotina pessoal, sejam os sons vocálicos, a re-leitura de trechos das monografias já estudadas, estudando sempre, para além da noite escolhida para sanctum. Precisamos ter uma real curiosidade de compreender e, além disso, dominar estas técnicas para aplicá-las mais e melhor.
Quem não pratica os ensinamentos rosacrucianos, independente de outros aspectos, perde uma oportunidade única de conhecer um poder que, com certeza, é um diferencial psicológico e social, não unicamente de cunho espiritual, mas de cunho material.
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