Por Mario Sales, MM, FRC e SI
O que é ser um artesão da rosacruz? Pelo que o nome diz, supõe-se que seja alguém que, pelo esforço e pelo conhecimento, desenvolveu um grau de sabedoria e domínio da vida, para usar uma expressão do nosso jargão, que o possibilita tecer a sua existência de acordo com sua vontade e necessidade, sempre em harmonia com o Universo e com a Criação.
Esta não é a realidade, no entanto. Nossos artesãos, por motivos óbvios, são sim pessoas de grande experiência de vida, mas não senhores da existência necessariamente, muito menos mestres do universo.
A minha experiência como palestrante em vários corpos afiliados para este grupo seleto de rosacruzes, a nata de nossa ordem, deixou-me com uma impressão bem diferente.
O nível dos questionamentos, a vida pessoal de cada um, sugere que na grande maioria, sejam apenas e tão somente pessoas idosas, com grandes limitações físicas e às vezes filosóficas.
A flexibilidade da água, cuja letra hebraica símbolo é Mem, que a sabedoria deveria trazer, não está expressa na maioria destes irmãos e irmãs.
Precisamos valorizar estes indivíduos, fortalecer sua autoestima, dentro do universo rosacruciano que seja, uma vez que nesse quesito, supõe-se, são mestres indiscutíveis.
Ou pelo menos, é isto que esperamos.
Uma forma de garantir que assim fosse seria treinar e preparar cada artesão para esta mestria, não pelo trabalho solitário em sanctum que cada vez mais ponho em questão como método de ensino.
E treinar para a Mestria é aprender em conjunto com outros, compartilhando o conhecimento adquirido, consolidando-o pelo esforço de ensinar a quem em princípio, não o conhece.
A sugestão é simples e pode parecer óbvia: até chegar ao grau de artesão, cada rosacruz eu atingisse o grau Y ou Z tornar-se-ia, automaticamente, responsável via meios digitais, por uma classe de estudantes rosacruzes do grau anterior. Ele seria estudante por um tempo e mestre daquele grau em seguida.
Por experiência própria sei que o esforço de explicar conceitos faz com que os compreendamos melhor do que se só os estudássemos na solidão de nosso sanctum.
Assim, digamos 10 rosacruzes do grau 5 de templo seriam orientados por um rosacruz do grau 6. Mais 10 rosacruzes do grau 8 seriam orientados, por meio digital, por um rosacruz do grau 9, o grau imediatamente superior. Isto serviria de apoio didático a quem estuda e de esforço de consolidação da informação para quem ensina.
De forma que ao chegar ao que chamamos de Grau de Artesão, estaríamos diante de alguém com segurança nos conceitos que fazem parte da doutrina básica do ensino de AMORC, sem a necessidade que vemos hoje de fratres e sorores substituírem conceitos rosacrucianos mal compreendidos por idéias de outras tradições e religiões como se rosacrucianos fossem.
O mote é: não somos uma religião, mas uma escola, e nosso foco deve ser no ensino e na consolidação do conhecimento ensinado.
Fica a proposta para o debate e aperfeiçoamento.
Fica a proposta para o debate e aperfeiçoamento.
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