por Mario Sales
“...é verdade, essa
sensação que eu tenho até hoje, é uma intimidade desde a primeira vez que eu entrei
em um templo rosacruz, parece que eu sempre vivi isso (sic)...”
Essa é a fala de
Edison, durante o encontro semanal da Confraria In Vino Veritas, no diálogo sobre a natureza das sensações que indicam, ora
familiaridade, ora estranheza, ora completo desconhecimento, sobre determinado
ambiente, pessoa, evento histórico, sem que aparentemente exista qualquer
registro de termos estado em contato com aquele fenômeno ou situação antes.
Existem conhecimentos
em nós que são como lembranças, que dormem em nosso subconsciente e que com
dificuldade e recursos de discurso muitos, por não acharem possível o fenômeno
reencarnacionista, tentam explicar como impressões de leituras passadas ou
informações colhidas em momentos da infância e que supomos pertencer a outra
existencia.
Só que a
familiaridade é um argumento muito forte.
Isso que Edison
lembra na sua participação, de sentir-se confortável e íntimo de um local
independente de alguma palavra ter sido dita.
Rosacruzes tem esta
sensação de pertencimento a Ordem antes de afiliar-se, às vezes. São tendências
pessoais difusas e indefinidas que, ao se depararem com o interior do templo,
com o cheiro do incenso, com os princípios expostos nas monografias,
imediatamente tomam uma ordem intimamente conhecida.
Como é possível
intimidade sem tempo? Como é possível reconhecer aquilo que nunca vimos?
Como demonstrar, por
último, aos céticos algo que só podemos provar a nós mesmos com sensações
intensas e indubitáveis?
Por enquanto
permanecerá como um mistério para muitos e uma certeza para alguns de que a
vida é perene e que no dizer de Saint Martin, não existem dois tipos de Vida
mas apenas uma, esta que pulsa, como um coração, manifestando-se e
recolhendo-se de tempos em tempos, de acordo com o ritmo do universo.
A Mônada, como Frater
Leibniz dizia, entretanto, persevera, para além das pulsações da vida material.
E em sua
perseverança, arrasta consigo memórias e experiências que, paradoxalmente, nem
conseguimos recordar plenamente e muito menos podemos esquecer.
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