Por Mario Sales
El Morya
Primeiro, essa é uma escola para ensinar aqueles que dela
façam parte que todos, absolutamente todos , tem a capacidade adormecida,
latente, de realizar o que se costuma chamar de milagres, tal como todos os
grandes iniciados, já que o Deus que está em mim está em todos, seja o caso de altos
iniciados ou do mais infame dos seres humanos.
Por que alguns então se comportam como canalhas? Porque
estão confusos e esquecidos de suas origens divinas.
Mas Deus está lá, dentro deles, como está em mim e em você que
lê esse texto.
Qual a diferença entre uma escola esotérica e uma religião? Em
uma religião contemplamos com assombro o poder manifesto de seres iluminados,
homens e mulheres como nós, mas mais velhos espiritualmente, mais sábios, mais
conscientes da presença de Deus neles.
Já os membros da escola rosacruz sabem que tem esse poder em
si, e que ninguém pode lhes dar tal capacidade, mas cabe, isso sim, a cada membro
da Ordem, desenvolver em si a habilidade dos mestres, aperfeiçoando pari passo a
espiritualidade e a elevação que os caracteriza.
Diz Lewis em artigo de 1929: “…os rosacruzes mantêm a
convicção que o maior bem do homem para si mesmo não pode advir de sua dependência
de milagres realizados por outros, mas através de milagres que ele realiza por
si mesmo em sua própria vida.”[1]
Não queremos o poder, mas ele virá, quando estivermos
adequadamente preparados, quando estivermos prontos.
Alfred P Sinnett
E não é o poder que importa, como ninguém costuma pensar em
seu braço direito ou em seu nariz pois eles sempre estiveram lá. O que importa
é a habilidade deste braço, sua expertise em tocar um instrumento, em produzir
a beleza em um quadro, em uma escultura, ou mesmo em um texto.
Da mesma maneira, como Mestre Morya lembra em carta a
Sinnett, é preciso romper essa “ilusão contra a qual os estudantes de ocultismo,
pelo mundo todo, sempre foram advertidos pelos seus professores – o desejo
ardente pelos fenômenos. Como a sede pela bebida e pelo ópio, ela cresce de
forma gratificante.” (e descontrolada).
Existe, entretanto, outra razão para as pessoas não
acreditarem que tenham esse poder e preferirem a religião ao esoterismo: seguir
alguém em vez de assumir sua própria herança divina é uma forma de fugir as
responsabilidades.
Como dizia o tio do Homem Aranha, “grandes poderes trazem
grandes responsabilidades”. E é mais cômodo não ter responsabilidades, orar
para que Deus ou algum santo faça por nós aquilo que é nossa obrigação.
Por isso a religião, um meio legitimo de manifestar nossa
espiritualidade, é ao mesmo tempo, uma forma de bloqueá-la, de recusar a
herança de nosso Deus comum, o Deus de nosso Coração e de nossa Compreensão.
Continua Lewis: “Dependa ou coloque sua fé cega nos poderes
de outra pessoa e você vai se tornar um escravo em vez de um mestre.”[2]
[1]
Publicado em “The Mystic Triangle”edição de maio de 1929, e republicado em “O
Rosacruz”, no 1º trimestre de 2005.(pág.48)
[2]
idem
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