Por Mario Sales
“Vaidade das vaidades, diz o pregador, vaidade das
vaidades! Tudo é vaidade.”
Eclesiastes 1:2
Frater Newton Ponce Passini Judice, Soror Rosangela Judice, ambos de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro; Soror Lidia, Frater Noboro, Frater Eduardo Paulino, todos de Suzano, São Paulo; Soror Abadia Caparelli, Frater Carlos Alberto e Pedro Freire, todos do Rio de Janeiro, os dois últimos da Loja Tijuca, antiga sede da Grande Loja do Brasil; Frater Reginaldo Leite, do Recife; e Soror Diva Ogeda, de Guarulhos, São Paulo; Frater Agostinho, de Suzano; soror Angelica Stenghel Colle, da alta sociedade de Curitiba, residente do Rio de Janeiro até a transição.
Nomes que alguns reconhecerão; outros não.
No entanto são pessoas que dedicaram, de forma significativa, parte de suas existências a causa da AMORC.
ROSACRUZES
Jamais reivindicaram quaisquer emolumentos por seus
serviços. Na lista acima, feita de queridos amigos e mestres, incluindo minhas
duas iniciadoras em esoterismo, alguns ainda aqui, outros já fora deste plano,
existem nomes de cabalistas e místicos tanto quanto de discretos zeladores e
faxineiros de templos, e mesmo assim leitores vorazes de Jorge Adoum e Eliphas
Levy.
Esses às vezes discretos trabalhadores, uns conhecidos e
outros desconhecidos, serão, todos, esquecidos pelo tempo; alguns deixaram uma obra
ligada a produção cultural da AMORC no Brasil, mas isto não garante a identificação
de suas personalidades alma entre outros no panteão de seres humanos envolvidos
neste gigantesco trabalho de construção da estrutura da AMORC em nosso país.
É sensato pensar que como aqui, na Bélgica, na Dinamarca,
nos Estados Unidos ou Guatemala, Polônia e Hungria, Austrália e Japão, também
encontraremos discretos trabalhadores que juntos formam a estrutura e o tecido
que aquece o ideal rosacruciano em todo o planeta. Nenhum quer algum tipo de
recompensa pessoal ou alardeia seus esforços como especiais diante de seus frateres
e de suas sorores.
Sem pertencerem a uma religião, comportam-se como monges trapistas
em seu silencio e humildade.
Às vezes penso que deveríamos dar mais atenção a estes
obreiros, de alguma forma evidenciando seu esforço ou destacando sua importância
para nós e para a instituição.
Depois percebo que é pura tolice.
Nem eles mesmos, provavelmente, quereriam tal coisa, se bem
que se sentiriam felizes por este retorno.
Não insistiriam em qualquer atenção especial, com certeza.
Não é do feitio do estudante rosacruz ser vaidoso.
Longe dos holofotes, seu trabalho é mais sereno, mais
focado. E a sua recompensa está no trabalho bem feito, no crescimento de seu
corpo afiliado e de sua ordem, pela qual e para a qual todos seus esforços
convergem.
Meu lema sempre foi esse, eu não sou importante, nenhum de
nós é importante, só a Ordem importa, e nela, todos nós somos importantes.
Só o serviço é importante. O resto é vaidade, somente
vaidade.
E como lembra a iniciação: “Acautelai-vos contra a vaidade,
ela é destruidora da luz.”
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