Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

domingo, 19 de janeiro de 2014

A MULHER, A SENSIBILIDADE E O MISTICISMO

por Mario Sales, FRC,SI,CRC





Simone de Beauvoir era uma filósofa e mulher.
Identificada na grande maioria das vêzes pelo seu papel de conscientizadora de uma geração e mesmo de suas companheiras de sexo, afirmando que o comportamento das mulheres em sociedade era, e sempre foi, mais um produto da cultura do que da biologia,(o que é correto), Simone também exemplifica, a certa altura de sua fala no vídeo, a importância dos sentimentos humanos na carreira e no desenvolvimento do escritor e de sua obra.
Repetindo o que muitos, antes e depois dela, já disseram de outras formas, ela relembra em uma entrevista feita por Sartre, ele mesmo, que um comentário dele a marcou profundamente, onde Sartre dizia:"- Bote mais de voce no que voce escreve. Voce é muito mais interessante do que esses Josés que existem por aí..." E continua Simone:" Isto me atingiu muito, até me intimidou, porque eu pensei, se eu tiver de me dar à literatura dessa maneira, profundamente comprometida, isso levaria a coisas muito sérias como o amor, a vida, a morte, e eu hesitei muito antes de fazer isso."
Que o escritor deve escrever com o fígado e o coração, e não com a cabeça, isto eu já sabia. Mas que outra pessoa, como eu, sentisse o peso do medo de fazê-lo, foi a primeira vez que ouvi da boca de uma celebridade literária da filosofia ou de outra linha de literatura qualquer.
Muitos devem sentir um receio semelhante mas só mesmo uma mulher para dizer isto, corajosamente, com todas as letras. Porque a mulher transita na frequência da emoção, debate e trabalha sobre emoções e lida com mais naturalidade com elas do que os parceiros do sexo masculino, culturalmente treinados para ocultar seus sentimentos.
Eu mesmo, como escritor místico e como ser humano evito temas e assuntos que não debato em textos pelo caráter demasiadamente direto destes textos na vida cotidiana de místicos e não místicos e pelo receio de não ser compreendido, (como se isto, o equívoco, fosse algo evitável, ou possível de ser controlado).
Há muito que se sabe em Teoria da Linguagem da existência de dois polos no ato da conversação: o emissor, aquele que fala, e o receptor, aquele que escuta.
Mesmo que o emissor use de todos os recursos de oratória e didática na apresentação de seu tema ou proposição, é óbvio que uma parte decisiva do sucesso de sua exposição repousa na capacidade do receptor de compreender o que foi dito. E a palavra sempre será a mãe do equívoco, exatamente por causa disso, não por causa dela, palavra, e sua significação, mas por causa da compreensão intelectual daquele que a escuta, e que determinará a conotação daquilo que ouve.
"Um charuto, às vêzes, é apenas um charuto", lembrava Freud, o mestre interpretativo de um segundo sentido por trás das palavras, de uma conotação atrás de uma significação. E como ele disse, embora não fosse esse o motivo da sua ênfase, só "ás vêzes", um charuto é apenas um charuto.
Sabendo disso, e lidando com um dos assuntos mais delicados de se tratar, a prática mística, em um meio povoado tanto por pessoas sensatas como por outras nem tanto, por medo de não ser compreendido, muitas vezes, me calei.
A alguns amigos que com sinceridade me repreendiam dizendo coisas como "você está pegando pesado", ou coisa assim, sempre respondi que, "pelo contrário, muito do que eu gostaria de discutir aqui no blog não sai de meus dedos, por prudência e bom senso".
Só que, frequentemente é difícil estabelecer a linha que separa a covardia da prudência.
Mas como disse, isso dificilmente ocorre com mulheres. Uma das qualidades da mulher é sua franqueza ao lidar com seus medos, ao descrever suas hesitações, ao narrar detalhes de seus sentimentos.
Mesmo quando delicadas, mulheres sabem disto, certas coisas precisam ser ditas, não para tornar a nossa vida mais fácil, mas para tornar mais fácil para outros a expressão de seus sentimentos. E sentimentos não expressos, emoções não esclarecidas, como dizia Carl Rogers, são passíveis de se transformar em neuroses, em aflição.
Mas o que precisa ser dito, e como dizê-lo de forma a causar uma polêmica sanitária e saudável ao mesmo tempo? Esta é a questão de um milhão de dólares.
Místicos modernos, como os antigos, precisam de palavras e de textos. São os textos que alimentam o misticismo, o que eu chamei em um outro ensaio de "misticismo literário". Livros sagrados, aceitos e apócrifos, manuscritos de iniciados, textos esotéricos sem autor, um rico material que delicia mentes nos últimos séculos, em busca de uma forma ou de um veículo para sua sensibilidade.
O fato é que aquilo que o místico sente é solitário e pessoal. De nada serviria a causa mística se não fosse compartilhado. E o pouco que o foi,(já que pessoas sensíveis sentem muito mais coisas do que aquelas que conseguem colocar em uma folha de papel), foi importantíssimo na criação de um legião de exegetas, de interpretadores, em busca do real sentido por trás de certos textos.
Isto sedimenta a base física comum na qual o místico caminhará ou influenciará pessoas. Seu espírito enriquecerá este terreno com sua visão peculiar e compreensão diferenciada, mostrando novas vestes para antigos conteúdos, traduzindo para a linguagem da época histórica a que pertença o sentido das palavras que jamais se cansam de ecoar.
A linguagem, o texto, são coisas materiais, passíveis de serem copiadas, estáticas em sua forma e apresentação. Podem ser compreendidas em parte pela razão.
O espírito deste texto, no entanto, só virá à luz por força da ação da sensibilidade, algo mais complexo que o intelecto e que, em muitas oportunidades, o transcende.
Mulheres como místicos sempre foram muito menosprezados, e ambos pelo mesmo motivo: ambos trabalham na frequência da sensibilidade, não na frequência da razão. E portanto, possuem muito mais dificuldade de expressar suas percepções que, via de regra, são complexas, multidirecionais, multicoloridas, e não linhas encadeadas e retas como aquelas do raciocínio ortodoxo. Expressar sentimentos, costuma-se dizer, é coisa para artistas, não para pensadores.
Por isso o místico é praticante, como a mulher, de uma Antiga Arte, a Arte de perceber a realidade através da sensibilidade e não da sensualidade. Por isso ele pode ler textos com outros olhos, os olhos do iniciado. A mulher, em parte por ser mulher, da mesma forma tem o chamado sexto sentido, o sentido da percepção do que está atrás do que se apresenta. Esta sagacidade feminina é mais psicológica e cultural do que mística, já que a mulher, submetida por uma cultura machista, aprendeu pouco a pouco a arte da sutileza, a capacidade de olhar para além do que se mostra. A mulher, por necessidade social, aprendeu a ser sutil, no falar e no ouvir, de forma a descobrir nos que falam não o que dizem, mas aquilo que não dizem.
Isto, em si, já seria um divisor de águas.
Perceber o que nos cerca não para além dos sentidos hodiernos, é usar a sensibilidade, o dom que revela aspectos ocultos de tudo que existe, manifesto e imanifesto. Se não fosse pelo fato de que as mulheres, como lembra Simone, não nascem mulheres, tornam-se mulheres, eu poderia dizer que todas as mulheres sempre seriam boas místicas; mas, como se sabe, não é verdade.

No entanto elas possuem um equipamento psicossocial muito mais competente do que o masculino para lidar com a percepção além dos cinco sentidos, a da sensibilidade. 

MISTICISMO ROSACRUZ E PROPAGANDA

Por Mario Sales FRC.:,S.:I.:,C.:R.:C.:



Em 13 de setembro de 2010 publiquei aqui no blog um artigo com o título "O Misticismo necessariamente não traz felicidade" em que abordava a falácia de vender o rosacrucianismo e a filiação a Ordem Rosacruz como uma opção simples e fácil pelo domínio da existência e da prosperidade física, emocional e espiritual.
Os problemas de compreensão de certos conceitos entre fratres e sorores são imensos e persistentes e é da natureza humana que assim seja, mas certas omissões em esclarecer alguns conceitos começam às vêzes, no discurso institucional.
Não vejo má fé necessariamente nisso. Não é este o ponto.
Estamos partindo do pressuposto de que todos, aos poucos, perceberão, sem que seja explicitado, que a consecução dos mais elevados graus de harmonia espirituais e materiais são produto de esforço continuado e ininterrupto, e não de um simples passe de mágica.
Lembro-me, eu que sou um dinossauro da Ordem , de uma campanha muito interessante em que alguns folhetos foram distribuídos com pessoas sorridentes e saudáveis em suas capas, na maioria jovens, curiosamente, nos quais propagava-se a idéia de que haviam muitos benefícios na filiação rosacruz.
Quanto a isso não há dúvida. Mas uma propaganda tem sempre algumas afirmações subliminares, com as quais o publicitário conta, embora ninguém possa acusá-lo de tê-las feito. E isto gera equívocos óbvios.
O primeiro era de que a propaganda em questão lembrava, eu me recordo de ter dito isto na época, uma propaganda de um banco, aonde a harmonia e a beleza dos traços físicos e a juventude que exalavam estimulavam a crença de quem tinha o folheto em mãos de que, ao se filiar a AMORC tornar-se-ia também alguém jovem, saudável e com dentes brancos e brilhantes.
Ao contemplar as nossas confrarias, heterogêneas como só os agrupamentos humanos podem ser, vemos em primeiro lugar que na média, o estudante rosacruz é um indivíduo discreto e extremamente comum, sem atributos físicos especiais, e se algo o distingue é aquilo que sai por sua boca, e a vontade de escutar certas coisas das bocas de outros seres humanos. Muitos são adultos e idosos.
Uma representação física, portanto, de um estudante ou de um postulante rosacruz como alguém jovem, bonito e exuberante fisicamente, foi no mínimo infeliz, superficial e pouco fidedigna.
Muitos dirão que tal comentário é descabido, já que tratava-se apenas de um folheto de propaganda, um "folder" como se convencionou chamar, e que é ser severo em excesso criticá-lo dessa forma; que a propaganda não é necessariamente fiel ao produto, mas sim busca vendê-lo, torná-lo atraente para produzir resultados de mercado com aumento de vendas daquele produto ( ou das filiações a Ordem, no caso).
Muito bem, concedo .
Só que, na minha humilde opinião, uma propaganda mística mais eficaz seria exatamente aquela que apelasse a uma sinceridade absolutamente inusitada em propaganda , e que exatamente por isso, destacar-se-ia entre outras que seguem o padrão comum.
Explico. Se ao invés de, senso comum, propagar-se a idéia, falsa, de que a simples filiação a Rosacruz nos livra da velhice (juventude), da feiura (beleza física dos modelos da propaganda) e da doença (todos são saudáveis e parecem felizes, sugerindo saúde mental) propagássemos com franqueza a idéia de que a única e mais marcante vantagem da filiação rosacruz fosse, como a meu ver é, o aumento da consciência espiritual, do grau de clareza na compreensão das razões do sofrimento e da alegria humanas, do verdadeiro sentido de estar vivos, independente das muitas vestes (ou corpos) com que desempenhemos esta vida, esta existência, independente das circunstâncias sociais, econômicas e psicológicas nas quais estejamos mergulhados, acredito que teríamos um diferencial de publicidade marcante, que seria mais fiel aquilo que a filiação rosacruz é e conseguiríamos atrair muito mais pessoas realmente afins com nossas intenções e não apenas curiosos bem intencionados, mas desprovidos da determinação necessária para continuar os estudos em uma Ordem que é composta de, pelo menos no meu caso, de 3 graus de neófito, 1 de postulante, 12 de templo e 7 de plano, ou seja 23 graus de estudo, alguns com centenas de apostilas ou monografias, coisa para uma vida inteira.
A idéia de que se trata, à semelhança daquela propagada por grupos religiosos neo pentecostais, de uma Ordem que fornecerá técnicas para que todos que a ela se filiem consigam saúde física e mental e riqueza material e intelectual, independente de seu karma particular ou de seu esforço, além de falsa e descabida, é um estelionato psicológico. E se desde o princípio nos preocupássemos em deixar claro estes detalhes com uma propaganda diferenciada em que ficasse claro a mais importante das informações, aquela que diz que toda felicidade de um ser humano é produto de seu próprio esforço espiritual e da qualidade de suas opções ao longo da existência, e não de palavras mágicas ou de técnicas secretas, estaríamos sendo fiéis aquilo que acreditamos, como rosacruzes, e nos afastando, em termos de publicidade, da vala comum onde campanhas de outras tendências espiritualistas se encontram.



É preciso lembrar a todos os nossos membros que a Ordem não pode e não assume responsabilidade pelas limitações pessoais de cada um, (para citar o último capítulo do livro "Princípios Rosacruzes para o Lar e para os Negócios", da edição da Coleção Renes da Biblioteca Rosacruz, estranhamente desaparecido desta nova edição), como lembrado em um livro de Lewis no capítulo chamado "O Esqueleto no Armário", aonde ele alertava que todos os métodos que haviam sido descrito ali, como o uso da visualização criativa, a aplicação de técnicas psicológicas de reforço positivo nos relacionamentos humanos e outras, não poderiam ter sucesso desde de que o estudante não resolvesse questões íntimas , que ele chamou à época, usando uma expressão típica da cultura americana de "o esqueleto no armário", nossas inseguranças pessoais, nossas pequenas deficiências de auto estima, nossos defeitos morais quanto a falta de determinação, constância, de fé nos desígnios divinos, etc.
Talvez na época de Spencer, os anos 20 do século passado, não houvesse tanta consciência da importância destas coisas na qualidade da vida de cada um e o quanto elas são mais importantes que obstáculos externos ou dificuldades materiais. Fazendo coro com o pensamento budista, tudo sempre esteve e está na mente, e se não melhoramos a nossa condição mental, sáude, juventude, beleza e sucesso são impossíveis.
Além disso, saúde, juventude, beleza e sucesso também não são, normalmente, ininterruptos. O mundo e a vida são "duais em natureza e trinos em manifestação", como diz um antigo axioma da AMORC.
O que resultará na alteração, de tempos em tempos, das condições de nossa existência material, com o surgimento de problemas pessoais, seguidos de sucessos, seguidos de novos problemas e, às vêzes, de perdas pessoais.
Não existe, e qualquer pessoa sensata sabe, esta estabilidade proposta em cartazes de propaganda, onde todos são flexíveis, ou musculosos, ou belos fisicamente.
Tudo é processo e nesse caso, tudo é passageiro.
O único lucro verdadeiro de um treinamento místico é desenvolver serenidade e capacidade de encarar com equilíbrio períodos bons e os aparentemente maus e inevitáveis, de forma a que não sejamos reféns do desespero, e depois, da revolta e da amargura.
Fazer, desde o início, para o interessado em se tornar neófito, um propaganda honesta, afirmando com todas as letras que afiliar-se a AMORC não é afiliar-se a uma religião, mas sim à um grupo de homens e mulheres dedicados a conhecer-se melhor interiormente e, a partir deste conhecimento, conseguir encarar com equanimidade as inevitáveis oscilações da existência, é dizer, com franqueza, nossas intenções , que são, eu creio, as melhores possíveis.
Não precisamos equivocadamente dizer, ou mesmo de maneira velada sugerir, que a afiliação trará sucesso comercial ou psicológico no meio social.
Seria um diferencial até publicitário, isto sim, se concentrássemos nossos esforços de divulgação em uma descrição fiel do que os 23 graus rosacrucianos provocarão naqueles que se afiliarem e que forem perseverantes  na sua afiliação.
Pelo menos seria um grande avanço se conseguíssemos deixar claro que a Ordem procura pessoas dispostas a servir e não pessoas dispostas a se servir do rosacrucianismo.
Desde o início já estaríamos selecionando um grupo de seres humanos de grande qualidade espiritual e, quem sabe, nosso recrutamento melhoraria em qualidade e força.
Precisamos sim de novos membros, mas que sejam capazes de ultrapassar o 4° lote de monografias, a grande muralha em que muitos esbarram e abandonam a senda do rosacrucianismo, segundo estatísticas internas.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

OLIVER SACKS

Oliver Sacks ficou famoso quando tornou-se personagem de seu próprio livro, "Tempo de Despertar", que foi levado ao cinema, sendo representado por ninguém menos que Robin Willians, numa produção de 1990, aonde relata-se a luta de um neurologista em um hospital público para fazer ciência, entre a falta de interesse diagnóstico causada pelas péssimas condições de trabalho e pela aparentemente falta de recursos terapêuticos que faz tantos médicos, eu entre outros, experimentarem um enorme grau de frustração com a situação da medicina. Embora tenhamos conseguido muitos progressos, a idéia de que nós médicos tenhamos total domínio sobre as doenças do mundo é, além de irreal, infantil e tola. Muitos quadros, e hoje entre eles as demências orgânicas como o Alzheimer, nos desafiam e nos derrotam dia a dia, levando-nos a uma situação de administradores do inevitável e testemunhas quase passivas da progressiva destruição de personalidades outrora extremamente interessantes e, por causa da doença, reduzidas a meras sombras distorcidas de seu brilho do passado.
Oliver Sacks, como neurologista, mas muito mais como ser humano, é capaz de traduzir de maneira simples um senso de empatia com a dor alheia que caracteriza os seres humanos diferenciados, capazes de se comover, sem ser piegas, com a dor alheia, e de se preocupar, mesmo contra todas as evidências, de acreditar que é possível fazer mais e melhor por seus pacientes, sejam quais sejam as condições em que nos encontremos.
Um exemplo como ser humano e profissional que eu gostaria de compartilhar com voces.




domingo, 5 de janeiro de 2014

A NEUROCIENTISTA SUZANA HERCULANO E UMA SURPREENDENTE IDÉIA SOBRE A NATUREZA DO CÉREBRO HUMANO

STEPHEN HAWKING, CARL SAGAN E ARTUR CLARKE, UM MARAVILHOSO ENCONTRO

GANESHA

da WiKipedia:

No hinduísmo, Ganexa ou Ganesha (sânscrito: गणेश ou श्रीगणेश (quando usado para distinguir status de Senhor) (ou "senhor dos obstáculos, " seu nome é também escrito como Ganesa ou Ganesh e algumas vezes referido como Ganapati) é um dos mais conhecidos e venerados semi-deuses do Hinduísmo. Ele é o primeiro filho de Shiva e Parvati, e o esposo de Buddhi (também chamada Riddhi) e Siddhi. Ele é chamado também de Vinayaka em Kannada, Malayalan e Marathi, Vinayagar e Pillayar (em tâmil), e Vinayakudu em Telugu. 'Ga' simboliza Buddhi (intelecto) e 'Na' simboliza Vijnana (sabedoria). Ganesha é então considerado o mestre do intelecto e da sabedoria. Ele é representado como uma divindade amarela ou vermelha, com uma grande barriga, quatro braços e a cabeça de elefante com uma única presa, montado em um rato. É habitualmente representado sentado, com uma perna levantada e curvada por cima da outra. Em geral, antepõe-se ao seu nome o título Hindu de respeito 'Shri' ou Sri.
Ganesha é o símbolo das soluções lógicas e deve ser interpretado como tal. Seu corpo é humano enquanto que a cabeça é de um elefante; ao mesmo tempo, seu transporte (vahana) é um rato. Desta forma Ganesha representa uma solução lógica para os problemas, ou "Destruidor de Obstáculos". Sua consorte é Buddhi (um sinônimo de mente) e ele é adorado junto de Lakshmi (a deusa da abundância) pelos mercadores e homens de negócio. A razão sendo a solução lógica para os problemas e a prosperidade são inseparáveis.
O culto de Ganesha é amplamente difundido, mesmo fora da Índia. Seus devotos são chamados Ganapatyas.




A LENDA DE GANESHA

Ganesha é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Ganesha representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Sua figura revela um significado profundo e necessita ser desdobrada. Ele é o filho mais velho de Parvati e Shiva. Parvati é filha dos deuses Himalayas, aquela cadeia de montanhas nevadas, que cobre o norte da Índia. Ela é uma deusa muito graciosa e linda, mãe bondosa e esposa devota. Shiva - bem, até mesmo seus amigos mais íntimos admitem, que ele não é um pai ou marido ideal. Shiva ama sua família de todo coração, mas a sua maneira. O que acontece é que ele não agüenta ficar em casa o tempo todo. Tem alma de aventureiro, gosta de viajar, mas a sua paixão é a meditação e o Yoga. Tanto, que quando absorto meditando, nem um terremoto o perturba.Shiva e Parvati casados, viviam muito felizes num bangalô no Monte Kailasa nos Himalayas, longe da civilização. Depois de algum tempo, Parvati percebeu que seu marido estava inquieto, ele abria a janela e olhava suspirando os altos picos das montanhas, e ela via nos seus olhos a sombra de um sonho. Ela o amava profundamente, e compreendeu o desejo que o consumia.Um dia ela disse a Shiva:- Por que você não viaja por uns tempos? Eu sei que você levava uma vida diferente, antes de nos casarmos. Você meditava, dançava, deve estar sentindo falta de tudo isso agora.- Não minha querida - assegurou-lhe o marido. - Os velhos tempos acabaram, não sinto falta deles mais.- E a sua meditação? - ela perguntou. Ela era a sua principal ocupação. - Você é o maior yogui dentre todos os deuses. Shiva sabia que ela estava certa. Ele desejava mesmo se absorver de novo, pela prática da meditação, e tinha saudades das grutas favoritas das montanhas, onde se sentava para meditar. E depois foi o poder do Yoga, que o transformou num deus tão poderoso. Mas ele ainda hesitou. - Mas você não vai se sentir sozinha, se eu for?Parvati lhe assegurou que ficaria bem. Até porque, queria reformar o bangalô, transformar num lugar confortável e bonito onde uma família pudesse morar, um lar de verdade. Feliz, Shiva colocou sua pele de tigre na cintura, enrolou suas cobras favoritas no pescoço e braços, chamou Nandi, sua vaca, e dando um aceno de despedida partiu montado nela.- Não me demorarei. - ele disse a Parvati. Só que Shiva é o mais esquecido dos deuses. Quando medita é impossível despertá-lo. Acima do sagrado rio Ganges, Shiva se sentou e começou a meditar. Passaram-se muitos anos, que equivaliam a milhares de anos terrestres, uma vez que o tempo é diferente para os homens e deuses. Quando finalmente, Shiva levantou da posição de lótus, lembrou-se da esposa que o esperava pacientemente, no Monte Kailasa, e correu de volta para casa. Neste tempo que Shiva esteve ausente, Parvati fez um lindo jardim em volta do bangalô, costurara cortinas para as janelas e almofadas para o chão, pintara as paredes e as portas. E nem ficou sozinha por muito tempo. Shiva não sabia que tinha deixado sua esposa grávida. Parvati teve um lindo menino, que a manteve bastante ocupada, lhe deu o nome de Ganesha. Anos se passaram e o deus bebê cresceu e transformou-se num rapaz inteligente e sério, muito apegado a mãe, e que adorava ajudá-la.Numa manhã de primavera, Parvati estava tomando banho, enquanto seu filho se mantinha perto do portão do jardim. Um homem alto, com longos cabelos presos, um monte de cobras e uma pele de tigre enrolada no corpo se aproximava do portão, e atrás dele uma vaca. Shiva tinha voltado para casa sem se preocupar com sua aparência selvagem.Shiva parou... - será que esta linda casa era mesmo a sua? E quem seria aquele garoto bonito no portão?- Deixe-me entrar menino!- Não, - respondeu Ganesha, franzindo as sobrancelhas para o vagabundo que queria entrar.- Você não pode entrar! Ganesha se posicionou na porta de espada em punho.Naquele momento, Shiva estava furioso, seu terceiro olho, do poder, apareceu no meio da sua testa, brilhando como fogo. Em segundos o corpo do menino estava no chão sem cabeça.Ouvindo vozes Parvati se apressou, horrorizada viu seu filho sem cabeça e o marido que há tanto tempo não via. Chorou amargamente. Exclamou:- O que você fez?! Este é Ganesha seu filho!Shiva desculpou-se a Parvati, porém não podia voltar atrás, o que esta feito, esta feito. Mas prometeu a sua esposa que o primeiro ser que visse “dormindo errado” (considerava que aquele que dormia com a cabeça voltada para o sul, estava errado, pois o certo seria dormir com a cabeça voltada para o norte) ele cortaria a cabeça e a colocaria em seu filho.Então Shiva percorreu milhas e milhas, e encontrou um filhote de elefante dormindo “errado”. Shiva cortou-lhe a cabeça e ao retornar encaixou-a entre os ombros de Ganesha. Inconformada Parvati foi pedir ajuda a outros deuses.Brahma e Vishnu que são autoridades no Hinduísmo tanto quanto Shiva, ao ver o pobre e esquisito menino com cabeça de elefante, disseram a Parvati que nada poderiam fazer quanto a cabeça de Ganesha, pois não poderiam passar por cima de uma decisão de Shiva, mas poderiam dar à Ganesha poderes, para que ele se transformasse num deus muito querido por todos ou hindus. Ganesha seria sempre reverenciado antes de todas as cerimônias religiosas, seria também aquele que destrói os obstáculos, aquele que trás fortuna...Parvati sentiu-se aliviada, agradeceu aos deuses, e se foi.E assim se fez. Hoje na Índia Ganesha é o deus mais adorado, sua imagem é encontrada no painel de todos transportes, na entrada das lojas comerciais, e é realmente lembrado com carinho e devoção em todas as cerimônias religiosas, dando proteção e apoio àqueles que são seus devotos. Ele é o Deus do conhecimento, sabedoria e removedor de obstáculos. Ele é venerado ou pelo menos lembrado no inicio de qualquer missão ou novo projeto para bênçãos e patrocínio. Ele tem quatro mãos, a cabeça de um elefante e uma barriga bem grande. Seu veiculo é um pequeno rato. Em uma de suas mãos ele carrega uma corda (para carregar os devotos da verdade), uma machadinha em outra (para libertar seus devotos de apegos e vícios), tem um doce em uma das mãos (para gratificar os seus devotos por suas atividades espirituais), suas quatro mãos estão sempre estendidas para abençoar as pessoas. A combinação de sua cabeça de elefante com um veiculo pequeno e ligeiro, um ratinho, representa grande sabedoria, inteligência, presença de espírito e agilidade mental.

STEPHEN HAWKING


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A TECNOLOGIA E AS CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA NO SITE DA URCI


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Da WikiPedia:

Em design gráfico e editoração, Lorem ipsum é um texto utilizado para preencher o espaço de texto em publicações (jornais, revistas, e websites), com a finalidade de verificar o lay-out , tipografia e formatação antes de utilizar conteúdo real. Muitas vezes este texto também é utilizado em catálogos de tipografia para demonstrar textos e títulos escritos com as fontes. Lorem ipsum é um texto padrão em latim. Em documentos utilizados para testes, este tipo de texto é utilizado para evitar que as pessoas foquem a atenção no texto e se concentrem nos aspectos visuais. O lorem ipsum simula com razoável fidelidade um texto real, por possuir palavras de diversos tamanhos e sinais de pontuação, permitindo testar também a forma como o texto flui nas caixas e campos de formatação. Ao contrário da crença popular, Lipsum (Lorem Ipsum abreviado) não é simplesmente um texto qualquer com um monte de letras. Ela tem raízes numa peça clássica da literatura latina de 45 AC , fazendo com que este famoso texto tenha mais de 2000 anos de idade. Richard McClintock, um professor de Latim na Hampden-Sydney College na Virgínia , pesquisou uma das mais obscuras palavras em Latim, "consectetur" , da passagem de Lipsum, e indo a fundo nas citações da literatura clássica descobriu de uma fonte segura que Lipsum vem das seções 1.10.32 e 1.10.33 do "de Finibus Bonorum et Malorum" (Os Extremos do Bem e do Mal) escrito por Cícero em 45 AC. Este livro trata da teoria de ética, muito popular durante a Renascença. A primeira linha de Lipsum, "Lorem ipsum dolor sit amet...", pode ser lida na seção 1.10.32.
Em sua forma mais comum, o texto é como se segue:

"Lorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit. Etiam eget ligula eu lectus lobortis condimentum. Aliquam nonummy auctor massa. Pellentesque habitant morbi tristique senectus et netus et malesuada fames ac turpis egestas. Nulla at risus. Quisque purus magna, auctor et, sagittis ac, posuere eu, lectus. Nam mattis, felis ut adipiscing."

MARCELO GLEISER: OS LIMITES DO CONHECIMENTO

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

CRISTO, UM HOMEM DE CIÊNCIA


por Mario Sales, FRC,SI,CRC

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes:
Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.

Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.
E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
João 20:27-28


"Enquanto todo mundo espera a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência"

Osvaldo Lenine Macedo Pimentel (Lenine), in "Paciência"




A maioria dos místicos ocidentais cultua o Cristo em suas religiões ou em suas Ordens esotéricas.
Ele é reconhecido como uma personagem histórica ímpar e não por outra razão, os calendários são marcados como antes ou depois de Cristo.
Para os religiosos, o Cristo é a manifestação de Deus na Terra. E sobre este tema, entre muitos, existe consenso.
Muitas eram as facetas do Cristo, enquanto na Terra que eram e são cultuadas. Uma no entanto das mais desconsideradas é seu lado pragmático.
Jesus nunca foi um homem de discursos, embora como orador, fosse brilhante. Quando discursava, era sintético, claro, direto. Quando falava, se bem que suas falas redigidas nos quatro evangelhos foram pinçadas e selecionadas entre muitas, era lacônico, objetivo, sagaz.
Mas seu ministério não foi, como muitos tendem a exaltar, um ministério de palavras. Foi um exercício de ação, de fatos.
Sua reputação aumentava a cada um dos dias que estava na Terra em função de suas realizações, de seus feitos. Era nestes feitos e nestas realizações que ficava demonstrada sua maestria e poder. E eram, este feitos que fortaleciam seus discursos, não ao contrário.
Isso é semelhante ao que faz a Ciência. Ela trabalha com fatos sobre fatos, experimentos que, além de confirmarem teorias, demonstram de forma indubitável, idéias e hipóteses, transformando-as em conhecimento de certeza. A construção do edifício científico é uma sucessão de demonstrações de mecanismos através de observações e experimentos feitos no mundo fenomênico, já que é o mundo fenomênico que interessa ao homem comum.
Esta noção de fenômeno, inclusive , mudou muito ao longo da história do trabalho científico. Hoje em ciência, lida-se com campos de tamanha sutileza e de tão pequenas dimensões que são absolutamente invisíveis ao olhar desarmado. Mesmo assim, não se trata de um trabalho espiritualista ou místico.
É apenas ciência, cada vez mais profunda, cada vez mais elaborada na percepção da realidade. Estes mundos delicados e invisíveis não são, pois, númeno (νοούμενο), essência. São fenômenos (φαινόμενο) já que a essência é empurrada para níveis cada vez mais difíceis de supor.
A pergunta de um milhão de dólares é esta: onde termina o mundo material e começa o mundo espiritual? Serão mesmo fronteiriços? Haverá, como no dizer de Espinoza, não espírito e matéria, mas níveis cada vez mais sutis de matéria apenas, sutis a tal ponto que possam ter sido chamados, algum dia, de níveis espirituais? E os corpos sutis dos indianos e da Teosofia Blavatskiniana? Como devemos chamá-los? Corpos espirituais progressivamente mais densos de fora para dentro ou corpos materiais, progressivamente mais sutis, de dentro para fora?
A conclusão é óbvia. A própria noção de separação clara entre matéria e espírito não existe mais. Morreu de obsolescência.
Hoje a Ciência trabalha com níveis impensáveis de sutileza e lida muito bem com isso. A Ciência, hoje, é quase mística.
O misticismo em si mesmo e o espiritualismo, entretanto, patinam.
Quando se fala em interação ciência e espiritualidade o que se vê são discursos, falas, nenhuma ação, nenhum fato; aliás, uma atitude, pelo que vimos, anti cristã.
O Cristo era um homem de fatos.
Água em vinho, no casamento; peixe e pão para a fome física.Terapeuta de doenças: Lepra, cegueira, paraplegia, doenças psiquiátricas, morte física.
Seus discursos não eram seu carro de frente. Eles vinham depois dos atos, das atitudes, das suas magníficas  intervenções no real, no trabalho junto aos poucos cultos, aqueles em que a mente não era capaz de abstrações intelectuais, gente que da mesma forma vivia de fatos concretos, fatos da vida, como as três misérias do Buda, a miséria, a doença e a morte.
Exatamente o que faz a Ciência. A Ciência lida com fatos. E só mentes desprovidas de bom senso podem imaginar que existe algo necessariamente bom na ausência de fatos e na proliferação dos discursos e necessariamente ruim na riqueza de fatos e na laconicidade do discurso, como em qualquer atividade científica.
Ciência é o estudo da Vida real e palpável, em todos os planos, densos ou sutis, em todos os níveis de sua manifestação.
Não lida com idéias vagas e imprecisas. A Ciência é e precisa ser, para ser Ciência, clara, direta, e se autorretifica, avaliando-se permanentemente, se autocorrigindo ao longo de sua história. A ciência, enfim, analisa-se e critica-se a si mesma.
Mas quem critica o esoterismo, quem pensa criticamente o misticismo? Quem é capaz de dentro do movimento místico olhar para ele e dizer: o rei está nu?
Quantas demências e desatinos já não vestiram a roupa do Místico e do Esotérico? Quantas falcatruas e projetos pessoais de poder já não colocaram o manto da dignidade esotérica para se disfarçar?
Não, a Ciência não é uma terra de santos, com certeza não é. Só que o terreno esotérico também não é. E a grande diferença entre ambos é que a Ciência sabe de seus defeitos e falhas, sabe que o conhecimento que produz tem um prazo de validade, além de que pode e é usado para finalidades não tão nobres; sabe, enfim, que a razão em certos contextos, não merece confiança.
E os esoteristas e místicos?
Aonde estão os verdadeiros místicos cristãos no sentido que estamos trabalhando? Que vão a casamentos e festas e bebem vinho em vez de água? Que convivem com doentes e necessitados e lhes ajudam? Cujos milagres não visam apenas e tão somente o chamado espírito, mas visam também o respeito ao corpo com o tratamento de doenças físicas e da fome, com pães e peixes em abundância para todos?
O discurso católico romano, que durante séculos ensinou, através de um clero gordo de tanto comer e cheio de jóias, "a podridão do corpo" em comparação com "a beleza da alma e de todas as coisas invisíveis", ainda ecoa na mente de todos e só o tempo e a cultura poderá desfazer. O obscurantismo e o ódio ao que é científico, se alimenta deste tipo de mentalidade cretina e obsoleta, mesmo entre alguns místicos que não querem ou não conseguem ver o quanto de santo e divino existe no conhecimento científico.
Precisamos de mais Cristos, mas não crucificados e sangrando como a imagem consagrada pelos mórbidos religiosos que enfatizaram as Trevas e não a Luz.
A mensagem do Cristo, que me perdoem os masoquistas, nunca foi uma mensagem de dor e sofrimento. A mensagem do Mestre foi a de alívio da dor, com seu ministério terapêutico; de combate à fome, o mais indigno de todos os sofrimentos; e , principalmente, de combate à ignorância e do preconceito, aceitando em seu círculo interno de relacionamento, pescadores semianalfabetos, prostitutas e coletores de impostos.
Precisamos de mais Cristos capazes de compreender a necessidade da ciência de tocar, sentir e cheirar. Que convoquem "Tomés" a colocar os dedos nas chagas, e compreendam esta limitação de percepção, mesmo após tendo dado uma demonstração tão impressionante quanto ter-se materializado em uma sala de portas trancadas, como relatado.
Nós, rosacruzes, que nos intitulamos místicos cristãos, não fazemos a mínima idéia da seriedade desta designação. Implica uma mudança de postura em relação à experiência, sem recusá-la, pelo contrário, abraçando a experiência e os fenômenos a ela ligados, envolvendo-se com ela e não recusando-a.
Já não estamos afastados do social fazem décadas. Estamos mergulhados nas festas, casamentos ou não, e nos empanturramos com pães e peixes, sem deixar de seguir o Mestre.
Seus milagres deixam claro que não é o jejum ou a tristeza que nos levarão a ele, mas a alegria, a fartura e, o mais importante, o conhecimento.
Isso a "Santa Madre" igreja entendeu , mas escondeu. Seus sacerdotes comiam, e muito, enquanto ao redor dos mosteiros muitos passavam fome. Seus clérigos estudavam a cultura grega e romana, quando ao redor dos mosteiros ninguém sabia ler. Eles tinham acesso a informação quando a informação era apenas mais uma luxúria.
Antes de mais nada queria dizer que peço sinceramente a Deus que abençoe Francisco, o novo papa, na sua aparentemente sincera missão de trazer de volta o pudor e a dignidade a Igreja de Roma.
Só que a história da Igreja , infelizmente, não começa com Francisco, mas apenas continua com ele.
Existe um passado de erros e tragédias, de perseguição ao pensamento científico, aos filósofos, e aos que discordassem de seus cânones, que aos poucos vem sendo resgatado. O dano psicológico aos corações e mentes, infelizmente levará mais tempo para ser superado.
A maior distorção da mensagem do Cristo foi afirmar, durante séculos, que a ignorância e o horror ao conhecimento fossem desejáveis para aquêles que buscavam a luz espiritual. E a razão e o raciocínio lógico foram transformados em elementos do Diabo, enquanto muitos dos, assim chamados, "homens de Deus", dedicavam-se exatamente ao estudo destes "demoníacos" instrumentos para fundamentar a maior escalada de poder de uma religião ao longo da história humana.
Por isso, ciência e religião devem estar separadas, sim, pois são fundamentadas em pressupostos antagônicos, mas o misticismo e o conhecimento científico devem se reencontrar, se unirem, como já estiveram unidos antes, na pessoa do maior terapeuta que o mundo conheceu.
Uma única atitude não científica se destaca no ministério cristão: ele não compartilhou seu conhecimento específico, apenas o geral.
Uma das característica da Ciência é o compartilhamento. Tudo que é descoberto ou pesquisado é compartilhado e os méritos podem e devem ser divididos entre centenas de milhares de homens e mulheres que ao longo da história construíram parte a parte, peça por peça, o alicerce de uma dada descoberta. Como Newton, cientista e rosacruz, disse um dia "se enxerguei mais longe, foi que estava sobre os ombros de gigantes".
Que se saiba com segurança, as técnicas de cura do Cristo jamais foram compartilhadas e, por mediocridade mental de uns e interesse de outros, foram atribuídas a dons excelsos e únicos, intransmissíveis de pessoa a pessoa, enfim, coisas de Deus.
Na verdade tratava-se de um conhecimento além de uma sabedoria. Pois ambos formam o primeiro triângulo.(keter-hockimah-binah/coroa-sabedoria-conhecimento/Cristo - luz espiritual - técnica terapêutica). O Cristo tinha sim um conhecimento diferenciado, esotérico e esoterizado por ele.
Deveria ter suas razões, não tenho competência para discuti-las. Mas sempre me entristeci com isso. Como místico e como médico.
Já vi, com desalento, muito sofrimento e tristeza que poderiam ter sido amenizados ou mesmo extintos com as poderosas técnicas do Cristo.
E neste mundo dual, todos os esforços da ciência esbarram nas limitações do alcance do conhecimento humano, que é pequeno. O aprendizado de técnicas como as de Jesus na terapêutica seria um enorme auxílio na diminuição do sofrimento no mundo.
De qualquer maneira isto não vem ao caso.
O tema é a união de conhecimento científico e sabedoria espiritual. E existem já algumas iniciativas interessantes na área. Uma das mais promissoras vem, não de rosacruzes, mas de um médico kardecista, religião e escola a qual não pertenço.
Falo do trabalho do Dr Sergio Felipe Oliveira, cujo esforço em unir estes dois campos pode ser acompanhado em vídeos que de tempos em tempos caem na rede. Um deles pode ser assistido em http://www.youtube.com/watch?v=Wmi8clURHpw.
Queira Deus outras iniciativas iguais surjam e prosperem. Queira o Cósmico que ao menos uma seja capitaneada por rosacruzes.