UM EXERCÍCIO SOLITÁRIO, POÉTICO E FILOSÓFICO, BASEADO NO PRECEITO ROSACRUZ DA MAIS COMPLETA LIBERDADE (POSSÍVEL) DENTRO DA MAIS PERFEITA TOLERÂNCIA (POSSÍVEL). O MARTINISMO E O ROSACRUCIANISMO COMO REFLEXÃO.
Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).
sábado, 25 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
A MULHER, A SENSIBILIDADE E O MISTICISMO
por Mario Sales, FRC,SI,CRC
Simone de Beauvoir era uma filósofa e mulher.
Identificada na grande maioria das vêzes pelo seu papel de
conscientizadora de uma geração e mesmo de suas companheiras de sexo, afirmando
que o comportamento das mulheres em sociedade era, e sempre foi, mais um
produto da cultura do que da biologia,(o que é correto), Simone também
exemplifica, a certa altura de sua fala no vídeo, a importância dos sentimentos
humanos na carreira e no desenvolvimento do escritor e de sua obra.
Repetindo o que muitos, antes e depois dela, já disseram de
outras formas, ela relembra em uma entrevista feita por Sartre, ele mesmo, que
um comentário dele a marcou profundamente, onde Sartre dizia:"- Bote mais
de voce no que voce escreve. Voce é muito mais interessante do que esses Josés
que existem por aí..." E continua Simone:" Isto me atingiu muito, até
me intimidou, porque eu pensei, se eu tiver de me dar à literatura dessa
maneira, profundamente comprometida, isso levaria a coisas muito sérias como o
amor, a vida, a morte, e eu hesitei muito antes de fazer isso."
Que o escritor deve escrever com o fígado e o coração, e não
com a cabeça, isto eu já sabia. Mas que outra pessoa, como eu, sentisse
o peso do medo de fazê-lo, foi a primeira vez que ouvi da boca de
uma celebridade literária da filosofia ou de outra linha de literatura
qualquer.
Muitos devem sentir um receio semelhante mas só mesmo uma
mulher para dizer isto, corajosamente, com todas as letras. Porque a mulher
transita na frequência da emoção, debate e trabalha sobre emoções e lida com
mais naturalidade com elas do que os parceiros do sexo masculino, culturalmente
treinados para ocultar seus sentimentos.
Eu mesmo, como escritor místico e como ser humano evito
temas e assuntos que não debato em textos pelo caráter demasiadamente direto
destes textos na vida cotidiana de místicos e não místicos e pelo receio de não
ser compreendido, (como se isto, o equívoco, fosse algo evitável, ou possível
de ser controlado).
Há muito que se sabe em Teoria da Linguagem da existência de
dois polos no ato da conversação: o emissor, aquele que fala, e o receptor,
aquele que escuta.
Mesmo que o emissor use de todos os recursos de oratória e
didática na apresentação de seu tema ou proposição, é óbvio que uma parte
decisiva do sucesso de sua exposição repousa na capacidade do receptor de compreender
o que foi dito. E a palavra sempre será a mãe do equívoco, exatamente por causa
disso, não por causa dela, palavra, e sua significação,
mas por causa da compreensão intelectual daquele que a escuta, e que
determinará a conotação
daquilo que ouve.
"Um charuto, às vêzes, é apenas um charuto",
lembrava Freud, o mestre interpretativo de um segundo sentido por trás das
palavras, de uma conotação atrás de uma significação. E como ele disse, embora
não fosse esse o motivo da sua ênfase, só "ás vêzes", um charuto é
apenas um charuto.
Sabendo disso, e lidando com um dos assuntos mais delicados
de se tratar, a prática mística, em um meio povoado tanto por pessoas sensatas
como por outras nem tanto, por medo de não ser compreendido, muitas vezes, me
calei.
A alguns amigos que com sinceridade me repreendiam dizendo
coisas como "você está pegando pesado", ou coisa assim, sempre respondi
que, "pelo contrário, muito do que eu gostaria de discutir aqui no blog
não sai de meus dedos, por prudência e bom senso".
Só que, frequentemente é difícil estabelecer a linha que
separa a covardia da prudência.
Mas como disse, isso dificilmente ocorre com mulheres. Uma
das qualidades da mulher é sua franqueza ao lidar com seus medos, ao descrever
suas hesitações, ao narrar detalhes de seus sentimentos.
Mesmo quando delicadas, mulheres sabem disto, certas coisas
precisam ser ditas, não para tornar a nossa vida mais fácil, mas para tornar
mais fácil para outros a expressão de seus sentimentos. E sentimentos não
expressos, emoções não esclarecidas, como dizia Carl Rogers, são passíveis de
se transformar em neuroses, em aflição.
Mas o que precisa ser dito, e como dizê-lo de forma a causar
uma polêmica sanitária e saudável ao mesmo tempo? Esta é a questão de um milhão
de dólares.
Místicos modernos, como os antigos, precisam de palavras e
de textos. São os textos que alimentam o misticismo, o que eu chamei em um
outro ensaio de "misticismo literário". Livros sagrados, aceitos e
apócrifos, manuscritos de iniciados, textos esotéricos sem autor, um rico
material que delicia mentes nos últimos séculos, em busca de uma forma ou de um
veículo para sua sensibilidade.
O fato é que aquilo que o místico sente é solitário e
pessoal. De nada serviria a causa mística se não fosse compartilhado. E o pouco
que o foi,(já que pessoas sensíveis sentem muito mais coisas do que aquelas que
conseguem colocar em uma folha de papel), foi importantíssimo na criação de um legião
de exegetas, de interpretadores, em busca do real sentido por trás de certos
textos.
Isto sedimenta a base física comum na qual o místico
caminhará ou influenciará pessoas. Seu espírito enriquecerá este terreno com
sua visão peculiar e compreensão diferenciada, mostrando novas vestes para
antigos conteúdos, traduzindo para a linguagem da época histórica a que
pertença o sentido das palavras que jamais se cansam de ecoar.
A linguagem, o texto, são coisas materiais, passíveis de
serem copiadas, estáticas em sua forma e apresentação. Podem ser compreendidas
em parte pela razão.
O espírito deste texto, no entanto, só virá à luz por força
da ação da sensibilidade, algo mais complexo que o intelecto e que, em muitas
oportunidades, o transcende.
Mulheres como místicos sempre foram muito menosprezados, e
ambos pelo mesmo motivo: ambos trabalham na frequência da sensibilidade, não na
frequência da razão. E portanto, possuem muito mais dificuldade de expressar
suas percepções que, via de regra, são complexas, multidirecionais,
multicoloridas, e não linhas encadeadas e retas como aquelas do raciocínio
ortodoxo. Expressar sentimentos, costuma-se dizer, é coisa para artistas, não para
pensadores.
Por isso o místico é praticante, como a mulher, de uma
Antiga Arte, a Arte de perceber a realidade através da sensibilidade e não da
sensualidade. Por isso ele pode ler textos com outros olhos, os olhos do
iniciado. A mulher, em parte por ser mulher, da mesma forma tem o chamado sexto
sentido, o sentido da percepção do que está atrás do que se apresenta. Esta
sagacidade feminina é mais psicológica e cultural do que mística, já que a
mulher, submetida por uma cultura machista, aprendeu pouco a pouco a arte da
sutileza, a capacidade de olhar para além do que se mostra. A mulher, por
necessidade social, aprendeu a ser sutil, no falar e no ouvir, de forma a
descobrir nos que falam não o que dizem, mas aquilo que não dizem.
Isto, em si, já seria um divisor de águas.
Perceber o que nos cerca não para além dos sentidos
hodiernos, é usar a sensibilidade, o dom que revela aspectos ocultos de tudo
que existe, manifesto e imanifesto. Se não fosse pelo fato de que as mulheres,
como lembra Simone, não nascem mulheres, tornam-se mulheres, eu poderia dizer
que todas as mulheres sempre seriam boas místicas; mas, como se sabe, não é
verdade.
No entanto elas possuem um equipamento psicossocial muito
mais competente do que o masculino para lidar com a percepção além dos cinco
sentidos, a da sensibilidade.
MISTICISMO ROSACRUZ E PROPAGANDA
Por Mario Sales FRC.:,S.:I.:,C.:R.:C.:
Em 13 de setembro de 2010 publiquei aqui no blog um artigo
com o título "O Misticismo necessariamente não traz felicidade" em
que abordava a falácia de vender o rosacrucianismo e a filiação a Ordem
Rosacruz como uma opção simples e fácil pelo domínio da existência e da prosperidade
física, emocional e espiritual.
Os problemas de compreensão de certos conceitos entre
fratres e sorores são imensos e persistentes e é da natureza humana que assim
seja, mas certas omissões em esclarecer alguns conceitos começam às vêzes, no
discurso institucional.
Não vejo má fé necessariamente nisso. Não é este o ponto.
Estamos partindo do pressuposto de que todos, aos poucos,
perceberão, sem que seja explicitado, que a consecução dos mais elevados graus
de harmonia espirituais e materiais são produto de esforço continuado e
ininterrupto, e não de um simples passe de mágica.
Lembro-me, eu que sou um dinossauro da Ordem , de uma campanha
muito interessante em que alguns folhetos foram distribuídos com pessoas sorridentes
e saudáveis em suas capas, na maioria jovens, curiosamente, nos quais
propagava-se a idéia de que haviam muitos benefícios na filiação rosacruz.
Quanto a isso não há dúvida. Mas uma propaganda tem sempre
algumas afirmações subliminares, com as quais o publicitário conta, embora
ninguém possa acusá-lo de tê-las feito. E isto gera equívocos óbvios.
O primeiro era de que a propaganda em questão lembrava, eu
me recordo de ter dito isto na época, uma propaganda de um banco, aonde a
harmonia e a beleza dos traços físicos e a juventude que exalavam estimulavam a
crença de quem tinha o folheto em mãos de que, ao se filiar a AMORC
tornar-se-ia também alguém jovem, saudável e com dentes brancos e brilhantes.
Ao contemplar as nossas confrarias, heterogêneas como só os
agrupamentos humanos podem ser, vemos em primeiro lugar que na média, o
estudante rosacruz é um indivíduo discreto e extremamente comum, sem atributos
físicos especiais, e se algo o distingue é aquilo que sai por sua boca, e a
vontade de escutar certas coisas das bocas de outros seres humanos. Muitos são
adultos e idosos.
Uma representação física, portanto, de um estudante ou de um
postulante rosacruz como alguém jovem, bonito e exuberante fisicamente, foi no
mínimo infeliz, superficial e pouco fidedigna.
Muitos dirão que tal comentário é descabido, já que
tratava-se apenas de um folheto de propaganda, um "folder" como se
convencionou chamar, e que é ser severo em excesso criticá-lo dessa forma; que a propaganda não é necessariamente fiel ao produto, mas sim busca vendê-lo, torná-lo atraente
para produzir resultados de mercado com aumento de vendas daquele produto ( ou
das filiações a Ordem, no caso).
Muito bem, concedo .
Só que, na minha humilde opinião, uma propaganda mística mais eficaz seria exatamente aquela que apelasse a uma sinceridade absolutamente inusitada em propaganda , e que exatamente por isso, destacar-se-ia entre outras que seguem o padrão comum.
Só que, na minha humilde opinião, uma propaganda mística mais eficaz seria exatamente aquela que apelasse a uma sinceridade absolutamente inusitada em propaganda , e que exatamente por isso, destacar-se-ia entre outras que seguem o padrão comum.
Explico. Se ao invés de, senso comum, propagar-se a idéia,
falsa, de que a simples filiação a Rosacruz nos livra da velhice (juventude),
da feiura (beleza física dos modelos da propaganda) e da doença (todos são
saudáveis e parecem felizes, sugerindo saúde mental) propagássemos com
franqueza a idéia de que a única e mais marcante vantagem da filiação rosacruz
fosse, como a meu ver é, o aumento da consciência espiritual, do grau de
clareza na compreensão das razões do sofrimento e da alegria humanas, do
verdadeiro sentido de estar vivos, independente das muitas vestes (ou corpos)
com que desempenhemos esta vida, esta existência, independente das circunstâncias
sociais, econômicas e psicológicas nas quais estejamos mergulhados, acredito
que teríamos um diferencial de publicidade marcante, que seria mais fiel aquilo
que a filiação rosacruz é e conseguiríamos atrair muito mais pessoas realmente
afins com nossas intenções e não apenas curiosos bem intencionados, mas
desprovidos da determinação necessária para continuar os estudos em uma Ordem
que é composta de, pelo menos no meu caso, de 3 graus de neófito, 1 de
postulante, 12 de templo e 7 de plano, ou seja 23 graus de estudo, alguns com
centenas de apostilas ou monografias, coisa para uma vida inteira.
A idéia de que se trata, à semelhança daquela propagada por grupos
religiosos neo pentecostais, de uma Ordem que fornecerá técnicas para que todos
que a ela se filiem consigam saúde física e mental e riqueza material e
intelectual, independente de seu karma particular ou de seu esforço, além de
falsa e descabida, é um estelionato psicológico. E se desde o princípio nos
preocupássemos em deixar claro estes detalhes com uma propaganda diferenciada
em que ficasse claro a mais importante das informações, aquela que diz que toda
felicidade de um ser humano é produto de seu próprio esforço espiritual e da
qualidade de suas opções ao longo da existência, e não de palavras mágicas ou
de técnicas secretas, estaríamos sendo fiéis aquilo que acreditamos, como rosacruzes,
e nos afastando, em termos de publicidade, da vala comum onde campanhas de
outras tendências espiritualistas se encontram.
É preciso lembrar a todos os nossos membros que a Ordem não pode e não assume responsabilidade pelas limitações pessoais de cada um, (para citar o último capítulo do livro "Princípios Rosacruzes para o Lar e para os Negócios", da edição da Coleção Renes da Biblioteca Rosacruz, estranhamente desaparecido desta nova edição), como lembrado em um livro de Lewis no capítulo chamado "O Esqueleto no Armário", aonde ele alertava que todos os métodos que haviam sido descrito ali, como o uso da visualização criativa, a aplicação de técnicas psicológicas de reforço positivo nos relacionamentos humanos e outras, não poderiam ter sucesso desde de que o estudante não resolvesse questões íntimas , que ele chamou à época, usando uma expressão típica da cultura americana de "o esqueleto no armário", nossas inseguranças pessoais, nossas pequenas deficiências de auto estima, nossos defeitos morais quanto a falta de determinação, constância, de fé nos desígnios divinos, etc.
Talvez na época de Spencer, os anos 20 do século passado,
não houvesse tanta consciência da importância destas coisas na qualidade da
vida de cada um e o quanto elas são mais importantes que obstáculos externos ou
dificuldades materiais. Fazendo coro com o pensamento budista, tudo sempre
esteve e está na mente, e se não melhoramos a nossa condição mental, sáude,
juventude, beleza e sucesso são impossíveis.
Além disso, saúde, juventude, beleza e sucesso também não
são, normalmente, ininterruptos. O mundo e a vida são "duais em natureza e
trinos em manifestação", como diz um antigo axioma da AMORC.
O que resultará na alteração, de tempos em tempos, das
condições de nossa existência material, com o surgimento de problemas pessoais,
seguidos de sucessos, seguidos de novos problemas e, às vêzes, de perdas
pessoais.
Não existe, e qualquer pessoa sensata sabe, esta
estabilidade proposta em cartazes de propaganda, onde todos são flexíveis, ou
musculosos, ou belos fisicamente.
Tudo é processo e nesse caso, tudo é passageiro.
O único lucro verdadeiro de um treinamento místico é
desenvolver serenidade e capacidade de encarar com equilíbrio períodos bons e
os aparentemente maus e inevitáveis, de forma a que não sejamos reféns do
desespero, e depois, da revolta e da amargura.
Fazer, desde o início, para o interessado em se tornar neófito,
um propaganda honesta, afirmando com todas as letras que afiliar-se a AMORC não
é afiliar-se a uma religião, mas sim à um grupo de homens e mulheres dedicados
a conhecer-se melhor interiormente e, a partir deste conhecimento, conseguir
encarar com equanimidade as inevitáveis oscilações da existência, é dizer, com
franqueza, nossas intenções , que são, eu creio, as melhores possíveis.
Não precisamos equivocadamente dizer, ou mesmo de maneira
velada sugerir, que a afiliação trará sucesso comercial ou psicológico no meio
social.
Seria um diferencial até publicitário, isto sim, se
concentrássemos nossos esforços de divulgação em uma descrição fiel do que os
23 graus rosacrucianos provocarão naqueles que se afiliarem e que forem perseverantes
na sua afiliação.
Pelo menos seria um grande avanço se conseguíssemos deixar
claro que a Ordem procura pessoas dispostas a servir e não pessoas dispostas a
se servir do rosacrucianismo.
Desde o início já estaríamos selecionando um grupo de seres
humanos de grande qualidade espiritual e, quem sabe, nosso recrutamento
melhoraria em qualidade e força.
Precisamos sim de novos membros, mas que sejam capazes de
ultrapassar o 4° lote de monografias, a grande muralha em que muitos esbarram e
abandonam a senda do rosacrucianismo, segundo estatísticas internas.quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
OLIVER SACKS
Oliver Sacks ficou famoso quando tornou-se personagem de seu próprio livro, "Tempo de Despertar", que foi levado ao cinema, sendo representado por ninguém menos que Robin Willians, numa produção de 1990, aonde relata-se a luta de um neurologista em um hospital público para fazer ciência, entre a falta de interesse diagnóstico causada pelas péssimas condições de trabalho e pela aparentemente falta de recursos terapêuticos que faz tantos médicos, eu entre outros, experimentarem um enorme grau de frustração com a situação da medicina. Embora tenhamos conseguido muitos progressos, a idéia de que nós médicos tenhamos total domínio sobre as doenças do mundo é, além de irreal, infantil e tola. Muitos quadros, e hoje entre eles as demências orgânicas como o Alzheimer, nos desafiam e nos derrotam dia a dia, levando-nos a uma situação de administradores do inevitável e testemunhas quase passivas da progressiva destruição de personalidades outrora extremamente interessantes e, por causa da doença, reduzidas a meras sombras distorcidas de seu brilho do passado.
Oliver Sacks, como neurologista, mas muito mais como ser humano, é capaz de traduzir de maneira simples um senso de empatia com a dor alheia que caracteriza os seres humanos diferenciados, capazes de se comover, sem ser piegas, com a dor alheia, e de se preocupar, mesmo contra todas as evidências, de acreditar que é possível fazer mais e melhor por seus pacientes, sejam quais sejam as condições em que nos encontremos.
Um exemplo como ser humano e profissional que eu gostaria de compartilhar com voces.
Oliver Sacks, como neurologista, mas muito mais como ser humano, é capaz de traduzir de maneira simples um senso de empatia com a dor alheia que caracteriza os seres humanos diferenciados, capazes de se comover, sem ser piegas, com a dor alheia, e de se preocupar, mesmo contra todas as evidências, de acreditar que é possível fazer mais e melhor por seus pacientes, sejam quais sejam as condições em que nos encontremos.
Um exemplo como ser humano e profissional que eu gostaria de compartilhar com voces.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
sábado, 11 de janeiro de 2014
domingo, 5 de janeiro de 2014
GANESHA
da WiKipedia:
No hinduísmo, Ganexa ou Ganesha (sânscrito: गणेश ou श्रीगणेश (quando usado para distinguir status de Senhor) (ou "senhor dos obstáculos, " seu nome é também escrito como Ganesa ou Ganesh e algumas vezes referido como Ganapati) é um dos mais conhecidos e venerados semi-deuses do Hinduísmo. Ele é o primeiro filho de Shiva e Parvati, e o esposo de Buddhi (também chamada Riddhi) e Siddhi. Ele é chamado também de Vinayaka em Kannada, Malayalan e Marathi, Vinayagar e Pillayar (em tâmil), e Vinayakudu em Telugu. 'Ga' simboliza Buddhi (intelecto) e 'Na' simboliza Vijnana (sabedoria). Ganesha é então considerado o mestre do intelecto e da sabedoria. Ele é representado como uma divindade amarela ou vermelha, com uma grande barriga, quatro braços e a cabeça de elefante com uma única presa, montado em um rato. É habitualmente representado sentado, com uma perna levantada e curvada por cima da outra. Em geral, antepõe-se ao seu nome o título Hindu de respeito 'Shri' ou Sri.
Ganesha é o símbolo das soluções lógicas e deve ser interpretado como tal. Seu corpo é humano enquanto que a cabeça é de um elefante; ao mesmo tempo, seu transporte (vahana) é um rato. Desta forma Ganesha representa uma solução lógica para os problemas, ou "Destruidor de Obstáculos". Sua consorte é Buddhi (um sinônimo de mente) e ele é adorado junto de Lakshmi (a deusa da abundância) pelos mercadores e homens de negócio. A razão sendo a solução lógica para os problemas e a prosperidade são inseparáveis.
O culto de Ganesha é amplamente difundido, mesmo fora da Índia. Seus devotos são chamados Ganapatyas.
A LENDA DE GANESHA
No hinduísmo, Ganexa ou Ganesha (sânscrito: गणेश ou श्रीगणेश (quando usado para distinguir status de Senhor) (ou "senhor dos obstáculos, " seu nome é também escrito como Ganesa ou Ganesh e algumas vezes referido como Ganapati) é um dos mais conhecidos e venerados semi-deuses do Hinduísmo. Ele é o primeiro filho de Shiva e Parvati, e o esposo de Buddhi (também chamada Riddhi) e Siddhi. Ele é chamado também de Vinayaka em Kannada, Malayalan e Marathi, Vinayagar e Pillayar (em tâmil), e Vinayakudu em Telugu. 'Ga' simboliza Buddhi (intelecto) e 'Na' simboliza Vijnana (sabedoria). Ganesha é então considerado o mestre do intelecto e da sabedoria. Ele é representado como uma divindade amarela ou vermelha, com uma grande barriga, quatro braços e a cabeça de elefante com uma única presa, montado em um rato. É habitualmente representado sentado, com uma perna levantada e curvada por cima da outra. Em geral, antepõe-se ao seu nome o título Hindu de respeito 'Shri' ou Sri.
Ganesha é o símbolo das soluções lógicas e deve ser interpretado como tal. Seu corpo é humano enquanto que a cabeça é de um elefante; ao mesmo tempo, seu transporte (vahana) é um rato. Desta forma Ganesha representa uma solução lógica para os problemas, ou "Destruidor de Obstáculos". Sua consorte é Buddhi (um sinônimo de mente) e ele é adorado junto de Lakshmi (a deusa da abundância) pelos mercadores e homens de negócio. A razão sendo a solução lógica para os problemas e a prosperidade são inseparáveis.
O culto de Ganesha é amplamente difundido, mesmo fora da Índia. Seus devotos são chamados Ganapatyas.
Ganesha é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Ganesha representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Sua figura revela um significado profundo e necessita ser desdobrada. Ele é o filho mais velho de Parvati e Shiva. Parvati é filha dos deuses Himalayas, aquela cadeia de montanhas nevadas, que cobre o norte da Índia. Ela é uma deusa muito graciosa e linda, mãe bondosa e esposa devota. Shiva - bem, até mesmo seus amigos mais íntimos admitem, que ele não é um pai ou marido ideal. Shiva ama sua família de todo coração, mas a sua maneira. O que acontece é que ele não agüenta ficar em casa o tempo todo. Tem alma de aventureiro, gosta de viajar, mas a sua paixão é a meditação e o Yoga. Tanto, que quando absorto meditando, nem um terremoto o perturba.Shiva e Parvati casados, viviam muito felizes num bangalô no Monte Kailasa nos Himalayas, longe da civilização. Depois de algum tempo, Parvati percebeu que seu marido estava inquieto, ele abria a janela e olhava suspirando os altos picos das montanhas, e ela via nos seus olhos a sombra de um sonho. Ela o amava profundamente, e compreendeu o desejo que o consumia.Um dia ela disse a Shiva:- Por que você não viaja por uns tempos? Eu sei que você levava uma vida diferente, antes de nos casarmos. Você meditava, dançava, deve estar sentindo falta de tudo isso agora.- Não minha querida - assegurou-lhe o marido. - Os velhos tempos acabaram, não sinto falta deles mais.- E a sua meditação? - ela perguntou. Ela era a sua principal ocupação. - Você é o maior yogui dentre todos os deuses. Shiva sabia que ela estava certa. Ele desejava mesmo se absorver de novo, pela prática da meditação, e tinha saudades das grutas favoritas das montanhas, onde se sentava para meditar. E depois foi o poder do Yoga, que o transformou num deus tão poderoso. Mas ele ainda hesitou. - Mas você não vai se sentir sozinha, se eu for?Parvati lhe assegurou que ficaria bem. Até porque, queria reformar o bangalô, transformar num lugar confortável e bonito onde uma família pudesse morar, um lar de verdade. Feliz, Shiva colocou sua pele de tigre na cintura, enrolou suas cobras favoritas no pescoço e braços, chamou Nandi, sua vaca, e dando um aceno de despedida partiu montado nela.- Não me demorarei. - ele disse a Parvati. Só que Shiva é o mais esquecido dos deuses. Quando medita é impossível despertá-lo. Acima do sagrado rio Ganges, Shiva se sentou e começou a meditar. Passaram-se muitos anos, que equivaliam a milhares de anos terrestres, uma vez que o tempo é diferente para os homens e deuses. Quando finalmente, Shiva levantou da posição de lótus, lembrou-se da esposa que o esperava pacientemente, no Monte Kailasa, e correu de volta para casa. Neste tempo que Shiva esteve ausente, Parvati fez um lindo jardim em volta do bangalô, costurara cortinas para as janelas e almofadas para o chão, pintara as paredes e as portas. E nem ficou sozinha por muito tempo. Shiva não sabia que tinha deixado sua esposa grávida. Parvati teve um lindo menino, que a manteve bastante ocupada, lhe deu o nome de Ganesha. Anos se passaram e o deus bebê cresceu e transformou-se num rapaz inteligente e sério, muito apegado a mãe, e que adorava ajudá-la.Numa manhã de primavera, Parvati estava tomando banho, enquanto seu filho se mantinha perto do portão do jardim. Um homem alto, com longos cabelos presos, um monte de cobras e uma pele de tigre enrolada no corpo se aproximava do portão, e atrás dele uma vaca. Shiva tinha voltado para casa sem se preocupar com sua aparência selvagem.Shiva parou... - será que esta linda casa era mesmo a sua? E quem seria aquele garoto bonito no portão?- Deixe-me entrar menino!- Não, - respondeu Ganesha, franzindo as sobrancelhas para o vagabundo que queria entrar.- Você não pode entrar! Ganesha se posicionou na porta de espada em punho.Naquele momento, Shiva estava furioso, seu terceiro olho, do poder, apareceu no meio da sua testa, brilhando como fogo. Em segundos o corpo do menino estava no chão sem cabeça.Ouvindo vozes Parvati se apressou, horrorizada viu seu filho sem cabeça e o marido que há tanto tempo não via. Chorou amargamente. Exclamou:- O que você fez?! Este é Ganesha seu filho!Shiva desculpou-se a Parvati, porém não podia voltar atrás, o que esta feito, esta feito. Mas prometeu a sua esposa que o primeiro ser que visse “dormindo errado” (considerava que aquele que dormia com a cabeça voltada para o sul, estava errado, pois o certo seria dormir com a cabeça voltada para o norte) ele cortaria a cabeça e a colocaria em seu filho.Então Shiva percorreu milhas e milhas, e encontrou um filhote de elefante dormindo “errado”. Shiva cortou-lhe a cabeça e ao retornar encaixou-a entre os ombros de Ganesha. Inconformada Parvati foi pedir ajuda a outros deuses.Brahma e Vishnu que são autoridades no Hinduísmo tanto quanto Shiva, ao ver o pobre e esquisito menino com cabeça de elefante, disseram a Parvati que nada poderiam fazer quanto a cabeça de Ganesha, pois não poderiam passar por cima de uma decisão de Shiva, mas poderiam dar à Ganesha poderes, para que ele se transformasse num deus muito querido por todos ou hindus. Ganesha seria sempre reverenciado antes de todas as cerimônias religiosas, seria também aquele que destrói os obstáculos, aquele que trás fortuna...Parvati sentiu-se aliviada, agradeceu aos deuses, e se foi.E assim se fez. Hoje na Índia Ganesha é o deus mais adorado, sua imagem é encontrada no painel de todos transportes, na entrada das lojas comerciais, e é realmente lembrado com carinho e devoção em todas as cerimônias religiosas, dando proteção e apoio àqueles que são seus devotos. Ele é o Deus do conhecimento, sabedoria e removedor de obstáculos. Ele é venerado ou pelo menos lembrado no inicio de qualquer missão ou novo projeto para bênçãos e patrocínio. Ele tem quatro mãos, a cabeça de um elefante e uma barriga bem grande. Seu veiculo é um pequeno rato. Em uma de suas mãos ele carrega uma corda (para carregar os devotos da verdade), uma machadinha em outra (para libertar seus devotos de apegos e vícios), tem um doce em uma das mãos (para gratificar os seus devotos por suas atividades espirituais), suas quatro mãos estão sempre estendidas para abençoar as pessoas. A combinação de sua cabeça de elefante com um veiculo pequeno e ligeiro, um ratinho, representa grande sabedoria, inteligência, presença de espírito e agilidade mental.
A TECNOLOGIA E AS CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA NO SITE DA URCI
Clique na imagem para vê-la em maior resolução.
Da WikiPedia:
Em design gráfico e editoração, Lorem ipsum é um texto utilizado para preencher o espaço de texto em publicações (jornais, revistas, e websites), com a finalidade de verificar o lay-out , tipografia e formatação antes de utilizar conteúdo real. Muitas vezes este texto também é utilizado em catálogos de tipografia para demonstrar textos e títulos escritos com as fontes. Lorem ipsum é um texto padrão em latim. Em documentos utilizados para testes, este tipo de texto é utilizado para evitar que as pessoas foquem a atenção no texto e se concentrem nos aspectos visuais. O lorem ipsum simula com razoável fidelidade um texto real, por possuir palavras de diversos tamanhos e sinais de pontuação, permitindo testar também a forma como o texto flui nas caixas e campos de formatação. Ao contrário da crença popular, Lipsum (Lorem Ipsum abreviado) não é simplesmente um texto qualquer com um monte de letras. Ela tem raízes numa peça clássica da literatura latina de 45 AC , fazendo com que este famoso texto tenha mais de 2000 anos de idade. Richard McClintock, um professor de Latim na Hampden-Sydney College na Virgínia , pesquisou uma das mais obscuras palavras em Latim, "consectetur" , da passagem de Lipsum, e indo a fundo nas citações da literatura clássica descobriu de uma fonte segura que Lipsum vem das seções 1.10.32 e 1.10.33 do "de Finibus Bonorum et Malorum" (Os Extremos do Bem e do Mal) escrito por Cícero em 45 AC. Este livro trata da teoria de ética, muito popular durante a Renascença. A primeira linha de Lipsum, "Lorem ipsum dolor sit amet...", pode ser lida na seção 1.10.32.
Em sua forma mais comum, o texto é como se segue:
"Lorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit. Etiam eget ligula eu lectus lobortis condimentum. Aliquam nonummy auctor massa. Pellentesque habitant morbi tristique senectus et netus et malesuada fames ac turpis egestas. Nulla at risus. Quisque purus magna, auctor et, sagittis ac, posuere eu, lectus. Nam mattis, felis ut adipiscing."
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
CRISTO, UM HOMEM DE CIÊNCIA
por Mario Sales, FRC,SI,CRC
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes:
Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.
Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.
E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
João 20:27-28
"Enquanto todo mundo espera
a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal, eu
finjo ter paciência"
Osvaldo Lenine Macedo Pimentel (Lenine), in "Paciência"
A maioria dos
místicos ocidentais cultua o Cristo em suas religiões ou em suas Ordens
esotéricas.
Ele é reconhecido
como uma personagem histórica ímpar e não por outra razão, os calendários são
marcados como antes ou depois de Cristo.
Para os religiosos, o
Cristo é a manifestação de Deus na Terra. E sobre este tema, entre muitos,
existe consenso.
Muitas eram as
facetas do Cristo, enquanto na Terra que eram e são cultuadas. Uma no entanto
das mais desconsideradas é seu lado pragmático.
Jesus nunca foi um
homem de discursos, embora como orador, fosse brilhante. Quando discursava, era
sintético, claro, direto. Quando falava, se bem que suas falas redigidas nos quatro
evangelhos foram pinçadas e selecionadas entre muitas, era lacônico, objetivo,
sagaz.
Mas seu ministério
não foi, como muitos tendem a exaltar, um ministério de palavras. Foi um
exercício de ação, de fatos.
Sua reputação
aumentava a cada um dos dias que estava na Terra em função de suas realizações,
de seus feitos. Era nestes feitos e nestas realizações que ficava demonstrada
sua maestria e poder. E eram, este feitos que fortaleciam seus discursos, não
ao contrário.
Isso é semelhante ao
que faz a Ciência. Ela trabalha com fatos sobre fatos, experimentos que, além
de confirmarem teorias, demonstram de forma indubitável, idéias e hipóteses,
transformando-as em conhecimento de certeza. A construção do edifício
científico é uma sucessão de demonstrações de mecanismos através de observações
e experimentos feitos no mundo fenomênico, já que é o mundo fenomênico que
interessa ao homem comum.
Esta noção de fenômeno,
inclusive , mudou muito ao longo da história do trabalho científico. Hoje em
ciência, lida-se com campos de tamanha sutileza e de tão pequenas dimensões que
são absolutamente invisíveis ao olhar desarmado. Mesmo assim, não se trata de
um trabalho espiritualista ou místico.
É apenas ciência,
cada vez mais profunda, cada vez mais elaborada na percepção da realidade.
Estes mundos delicados e invisíveis não são, pois, númeno (νοούμενο), essência.
São fenômenos (φαινόμενο) já que a essência é empurrada para níveis cada vez
mais difíceis de supor.
A pergunta de um
milhão de dólares é esta: onde termina o mundo material e começa o mundo
espiritual? Serão mesmo fronteiriços? Haverá, como no dizer de Espinoza, não
espírito e matéria, mas níveis cada vez mais sutis de matéria apenas, sutis a
tal ponto que possam ter sido chamados, algum dia, de níveis espirituais? E os
corpos sutis dos indianos e da Teosofia Blavatskiniana? Como devemos chamá-los?
Corpos espirituais progressivamente mais densos de fora para dentro ou corpos
materiais, progressivamente mais sutis, de dentro para fora?
A conclusão é óbvia.
A própria noção de separação clara entre matéria e espírito não existe mais.
Morreu de obsolescência.
Hoje a Ciência trabalha
com níveis impensáveis de sutileza e lida muito bem com isso. A Ciência, hoje,
é quase mística.
O misticismo em si
mesmo e o espiritualismo, entretanto, patinam.
Quando se fala em
interação ciência e espiritualidade o que se vê são discursos, falas, nenhuma
ação, nenhum fato; aliás, uma atitude, pelo que vimos, anti cristã.
O Cristo era um homem
de fatos.
Água em vinho, no
casamento; peixe e pão para a fome física.Terapeuta de doenças: Lepra,
cegueira, paraplegia, doenças psiquiátricas, morte física.
Seus discursos não
eram seu carro de frente. Eles vinham depois dos atos, das atitudes, das suas magníficas
intervenções no real, no trabalho junto
aos poucos cultos, aqueles em que a mente não era capaz de abstrações
intelectuais, gente que da mesma forma vivia de fatos concretos, fatos da vida,
como as três misérias do Buda, a miséria, a doença e a morte.
Exatamente o que faz
a Ciência. A Ciência lida com fatos. E só mentes desprovidas de bom senso podem
imaginar que existe algo necessariamente bom na ausência de fatos e na
proliferação dos discursos e necessariamente ruim na riqueza de fatos e na
laconicidade do discurso, como em qualquer atividade científica.
Ciência é o estudo da
Vida real e palpável, em todos os planos, densos ou sutis, em todos os níveis
de sua manifestação.
Não lida com idéias
vagas e imprecisas. A Ciência é e precisa ser, para ser Ciência, clara, direta,
e se autorretifica, avaliando-se permanentemente, se autocorrigindo ao longo de
sua história. A ciência, enfim, analisa-se e critica-se a si mesma.
Mas quem critica o
esoterismo, quem pensa criticamente o misticismo? Quem é capaz de dentro do
movimento místico olhar para ele e dizer: o rei está nu?
Quantas demências e
desatinos já não vestiram a roupa do Místico e do Esotérico? Quantas falcatruas
e projetos pessoais de poder já não colocaram o manto da dignidade esotérica
para se disfarçar?
Não, a Ciência não é
uma terra de santos, com certeza não é. Só que o terreno esotérico também não
é. E a grande diferença entre ambos é que a Ciência sabe de seus defeitos e
falhas, sabe que o conhecimento que produz tem um prazo de validade, além de
que pode e é usado para finalidades não tão nobres; sabe, enfim, que a razão em
certos contextos, não merece confiança.
E os esoteristas e
místicos?
Aonde estão os verdadeiros
místicos cristãos no sentido que estamos trabalhando? Que vão a casamentos e
festas e bebem vinho em vez de água? Que convivem com doentes e necessitados e
lhes ajudam? Cujos milagres não visam apenas e tão somente o chamado espírito,
mas visam também o respeito ao corpo com o tratamento de doenças físicas e da
fome, com pães e peixes em abundância para todos?
O discurso católico
romano, que durante séculos ensinou, através de um clero gordo de tanto comer e
cheio de jóias, "a podridão do corpo" em comparação com "a
beleza da alma e de todas as coisas invisíveis", ainda ecoa na mente de
todos e só o tempo e a cultura poderá desfazer. O obscurantismo e o ódio ao que
é científico, se alimenta deste tipo de mentalidade cretina e obsoleta, mesmo
entre alguns místicos que não querem ou não conseguem ver o quanto de santo e
divino existe no conhecimento científico.
Precisamos de mais
Cristos, mas não crucificados e sangrando como a imagem consagrada pelos
mórbidos religiosos que enfatizaram as Trevas e não a Luz.
A mensagem do Cristo,
que me perdoem os masoquistas, nunca foi uma mensagem de dor e sofrimento. A
mensagem do Mestre foi a de alívio da dor, com seu ministério terapêutico; de
combate à fome, o mais indigno de todos os sofrimentos; e , principalmente, de
combate à ignorância e do preconceito, aceitando em seu círculo interno de
relacionamento, pescadores semianalfabetos, prostitutas e coletores de
impostos.
Precisamos de mais
Cristos capazes de compreender a necessidade da ciência de tocar, sentir e
cheirar. Que convoquem "Tomés" a colocar os dedos nas chagas, e
compreendam esta limitação de percepção, mesmo após tendo dado uma demonstração
tão impressionante quanto ter-se materializado em uma sala de portas trancadas,
como relatado.
Nós, rosacruzes, que
nos intitulamos místicos cristãos, não fazemos a mínima idéia da
seriedade desta designação. Implica uma mudança de postura em relação à
experiência, sem recusá-la, pelo contrário, abraçando a experiência e os
fenômenos a ela ligados, envolvendo-se com ela e não recusando-a.
Já não estamos
afastados do social fazem décadas. Estamos mergulhados nas festas, casamentos
ou não, e nos empanturramos com pães e peixes, sem deixar de seguir o Mestre.
Seus milagres deixam
claro que não é o jejum ou a tristeza que nos levarão a ele, mas a alegria, a
fartura e, o mais importante, o conhecimento.
Isso a "Santa
Madre" igreja entendeu , mas escondeu. Seus sacerdotes comiam, e muito,
enquanto ao redor dos mosteiros muitos passavam fome. Seus clérigos estudavam a
cultura grega e romana, quando ao redor dos mosteiros ninguém sabia ler. Eles
tinham acesso a informação quando a informação era apenas mais uma luxúria.
Antes de mais nada
queria dizer que peço sinceramente a Deus que abençoe Francisco, o novo papa,
na sua aparentemente sincera missão de trazer de volta o pudor e a dignidade a
Igreja de Roma.
Só que a história da Igreja
, infelizmente, não começa com Francisco, mas apenas continua com ele.
Existe um passado de
erros e tragédias, de perseguição ao pensamento científico, aos filósofos, e
aos que discordassem de seus cânones, que aos poucos vem sendo resgatado. O
dano psicológico aos corações e mentes, infelizmente levará mais tempo para ser
superado.
A maior distorção da
mensagem do Cristo foi afirmar, durante séculos, que a ignorância e o horror ao
conhecimento fossem desejáveis para aquêles que buscavam a luz espiritual. E a
razão e o raciocínio lógico foram transformados em elementos do Diabo, enquanto
muitos dos, assim chamados, "homens de Deus", dedicavam-se exatamente
ao estudo destes "demoníacos" instrumentos para fundamentar a maior
escalada de poder de uma religião ao longo da história humana.
Por isso, ciência e religião
devem estar separadas, sim, pois são fundamentadas em pressupostos antagônicos,
mas o misticismo e o conhecimento científico devem se reencontrar, se unirem,
como já estiveram unidos antes, na pessoa do maior terapeuta que o mundo
conheceu.
Uma única atitude não
científica se destaca no ministério cristão: ele não compartilhou seu
conhecimento específico, apenas o geral.
Uma das
característica da Ciência é o compartilhamento. Tudo que é descoberto ou
pesquisado é compartilhado e os méritos podem e devem ser divididos entre
centenas de milhares de homens e mulheres que ao longo da história construíram
parte a parte, peça por peça, o alicerce de uma dada descoberta. Como Newton,
cientista e rosacruz, disse um dia "se enxerguei mais longe, foi que
estava sobre os ombros de gigantes".
Que se saiba com
segurança, as técnicas de cura do Cristo jamais foram compartilhadas e, por mediocridade
mental de uns e interesse de outros, foram atribuídas a dons excelsos e únicos,
intransmissíveis de pessoa a pessoa, enfim, coisas de Deus.
Na verdade tratava-se
de um conhecimento além de uma sabedoria. Pois ambos formam o primeiro
triângulo.(keter-hockimah-binah/coroa-sabedoria-conhecimento/Cristo - luz
espiritual - técnica terapêutica). O Cristo tinha sim um conhecimento
diferenciado, esotérico e esoterizado por ele.
Deveria ter suas razões,
não tenho competência para discuti-las. Mas sempre me entristeci com isso. Como
místico e como médico.
Já vi, com desalento,
muito sofrimento e tristeza que poderiam ter sido amenizados ou mesmo extintos
com as poderosas técnicas do Cristo.
E neste mundo dual,
todos os esforços da ciência esbarram nas limitações do alcance do conhecimento
humano, que é pequeno. O aprendizado de técnicas como as de Jesus na
terapêutica seria um enorme auxílio na diminuição do sofrimento no mundo.
De qualquer maneira
isto não vem ao caso.
O tema é a união de
conhecimento científico e sabedoria espiritual. E existem já algumas
iniciativas interessantes na área. Uma das mais promissoras vem, não de
rosacruzes, mas de um médico kardecista, religião e escola a qual não pertenço.
Falo do trabalho do
Dr Sergio Felipe Oliveira, cujo esforço em unir estes dois campos pode ser
acompanhado em vídeos que de tempos em tempos caem na rede. Um deles pode ser
assistido em http://www.youtube.com/watch?v=Wmi8clURHpw.
Queira Deus outras
iniciativas iguais surjam e prosperem. Queira o Cósmico que ao menos uma seja capitaneada
por rosacruzes.
Assinar:
Postagens (Atom)