por Mario Sales, FRC.:; S.:I.:; M.:M.:
Vejam só como são as coisas. A gente começa conversando sobre uma interessante intervenção de um leitor defendendo uma linha de pensamento de um pensador alemão e acaba caindo na discussão da tridimensionalidade do Tzimtzum.
Foi esse o percurso que nos últimos dias me levou a pedir socorro ao meu frater e Mestre de Cabala (se bem que ele, humildemente, goste de se identificar apenas como um estudante do assunto) frater Reginaldo Leite.
Frater Reginaldo
Como comentei em um ensaio anterior, durante as conversações com Fernando, leitor do blog, acabei especulando a tridimensionalidade do Tzimtzum.
Mas foi uma digressão a partir da intuição, já que não tenho o conhecimento e os anos de leitura de Mestre Reginaldo para fundamentar certas afirmações. E não é que era isso mesmo?
O prestativo frater, segundo me contou hoje em um interessantíssimo telefonema from Recife, diz que ficou até 1 hora da manhã de hoje revisando seus textos e lá pelas tantas encontrou a seguinte passagem no livro “A Doutrina Secreta do Cabala”, de Leonora Leet, editora Madras, 2007, no capítulo “Uma Síntese da Cosmologia Kabbalística e Quântica”: “Saiba que, antes que as coisas emanadas fossem emanadas e as coisas criadas fossem criadas, a luz divina e pura preenchia toda a existência (...) Depois, Ein Sof contraiu-se em um ponto central com Sua luz no meio."
"Ele contraiu essa luz e depois se removeu para os lados, envolvendo em um círculo o ponto no centro (...) Essa contração, eqüidistante ao redor do ponto no centro, formou um vazio de forma que o vácuo era esférico por todos os lados em igual medida (...) Depois, uma linha reta desceu da luz do Ein Sof.”
(o sublinhado é meu) “Essa exposição de Chayim Vital no Etz Chayim deixa claros os principais estágios do Tzimtzum: o estabelecimento inicial de um ponto central de luz limitada, a retração eqüidistante a ele para formar uma fronteira esférica, e a entrada dentro dela de uma forma diferente da luz infinita circundante seguindo uma trajetória linear.”Em seu sempre bem vindo e erudito telefonema, Mestre Reginaldo relata que Isaac Luria nunca escreveu uma linha sequer, após sua iluminação através de longa meditação em uma caverna aonde estudou o Torá.
Chain Vital
Foi Chayin Vital quem redigiu seus ensinamentos e os publicou em um livro chamado Etz Chayin, em português Árvore da Vida.
Em
http://www.chabad.org.br/tora/cabalaterapia/biografia_cabalistas/cab014.html lemos um texto de Moshe Miller que diz: “ Rabi Chaim Vital (às vezes mencionado como Rabi Chaim Vital Calabrês, pois sua família era da Calábria, Itália), nasceu em 5303 (1543 EC). Rabi Chaim é famoso principalmente por ter registrado e editado os ensinamentos de Rabi Yitschac Luria, embora ele próprio fosse também um notável cabalista e escritor.”
Diz Mestre Reginaldo que este trecho do Etz Chayn deixa clara a correção conceitual de que, no Tzimtzum cabalístico Luriano, a imagem é de uma esfera que abre dentro de si um espaço também esférico e permite assim o espaço conceitual para a criação como a conhecemos.
Existe profundidade, largura, comprimento.
Curioso que este trecho revela um aspecto pouco discutido aqui pelos trópicos, já que o Etz Chaim não tem tradução para o português que eu saiba (se alguém souber me avise porque tanto eu como Mestre Reginaldo agradecemos).
O livro em que Reginaldo encontrou esta citação, da professora Leonora Leet, é um extenso trabalho de busca de compatibilização entre a Cabala e a Mecânica Quântica.
http://www.chabad.org.br/tora/cabalaterapia/biografia_cabalistas/cab014.html lemos um texto de Moshe Miller que diz: “ Rabi Chaim Vital (às vezes mencionado como Rabi Chaim Vital Calabrês, pois sua família era da Calábria, Itália), nasceu em 5303 (1543 EC). Rabi Chaim é famoso principalmente por ter registrado e editado os ensinamentos de Rabi Yitschac Luria, embora ele próprio fosse também um notável cabalista e escritor.”
Diz Mestre Reginaldo que este trecho do Etz Chayn deixa clara a correção conceitual de que, no Tzimtzum cabalístico Luriano, a imagem é de uma esfera que abre dentro de si um espaço também esférico e permite assim o espaço conceitual para a criação como a conhecemos.
Existe profundidade, largura, comprimento.
Curioso que este trecho revela um aspecto pouco discutido aqui pelos trópicos, já que o Etz Chaim não tem tradução para o português que eu saiba (se alguém souber me avise porque tanto eu como Mestre Reginaldo agradecemos).
O livro em que Reginaldo encontrou esta citação, da professora Leonora Leet, é um extenso trabalho de busca de compatibilização entre a Cabala e a Mecânica Quântica.
Ela compara detalhadamente a descrição das fases da Cabala Luriânica na formação do Universo, o Big Bang de Luria, digamos assim, com o consenso científico atual dos físicos de partículas, o Big Bang científico.
Denomina o ponto inicial onde a Luz que desce do Ain Sof até o meio do espaço conceitual da Criação como o mesmo centro de expansão postulado pelos cosmologistas, o momento zero de tudo. E começa a passear por létpons e hádrons com uma familiaridade muito peculiar, o que parece estranho a primeira vista, já que a Dra Leonora Leed é PHD em língua Inglesa por Yale, e não em física.
Quem se interessar, poderá adquirir o livro em português (eu vou fazer isso), já que foi, como vimos, publicado pela Madras.
Boas leituras.
PS: Eu sou do tempo em que haviam apenas elétrons, prótrons e neutrons. De lá para cá tudo mudou. Abaixo a descrição desta miríade de partículas moderna.
PS: Eu sou do tempo em que haviam apenas elétrons, prótrons e neutrons. De lá para cá tudo mudou. Abaixo a descrição desta miríade de partículas moderna.
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