por Mario Sales, FRC.:, S.:I.:;M.:M.:
"Já que não sei rezar , só queria mostrar
meu olhar, meu olhar, meu olhar."
trecho de um poema de Renato Teixeira
A questão procede.
O salmista já dizia: "Tu sabes o que vai no meu coração antes que meu lábio pronuncie qualquer palavra"(Salmos 139 : 4)
Se o Senhor do Universo já conhece nossas intenções antes de nós, para que precisamos explicitá-las?
Ao contrário do que supomos, a Oração não é um conjunto de palavras ou uma informação ao Todo Poderoso de nossas intenções, desejos ou aflições.
Orar é entrar em um estado de conexão.
É colocar-se em contato com a Fonte de toda a Vida.
Pode-se fazer isso em silêncio, como na meditação. Pode-se fazer isso falando, como pela oração. Só que, desde que estejamos na freqüência certa, mesmo as palavras que usemos deixam de ser importantes. Oramos com o coração, não com o cérebro, muito menos com a boca. O que verdadeiramente importa é fundir a nossa vontade com a vontade de Deus, e isto é o que se chama conexão.
Alguns anos atrás, um dos meus conflitos enquanto rosacruz na prática Martinista foi conviver com a idéia de fé. Como rosacruz, fui educado no conceito de confiança, rejeitando a idéia da fé como limitada e restrita à prática religiosa.
Qual não foi meu embaraço quando em pleno templo ouvi um discurso sobre a importância da fé na vida mística. Por lealdade à Rosacruz, que assumiu a responsabilidade pela manutenção da Tradicional Ordem Martinista, calei-me e relevei minhas dúvidas.
Até que fui confrontado com outro discurso que falava exatamente sobre a noção de fé, mas como conexão. Senti-me regenerado.
Esta idéia eu poderia aceitar. A oração como técnica e a fé como representação da qualidade desta conexão com o Altíssimo.
Assim oramos para nos conectarmos e derramarmos no colo de Deus nossas aflições, não como um pedido, mas como um compartilhamento com a Fonte de nossas experiências, enquanto assistimos a ação de Seu Divino Poder transformando problemas em soluções, angústias em revelações, aparentes derrotas em vitórias espirituais.
Precisamos ir a Deus como vamos ao Google, em busca de respostas. E uma vez que iniciemos nossa pesquisa, aguardar paciente que nos cheguem as inúmeras possibilidades de solução para o que antes não parecia ter jeito.
Excelente, verdadeiro e muito esclarecedor o texto! Mesmo para aqueles que não acreditam na fé, quando há algo em nossas mentes ou em nossas vidas importunando-nos, recebemos mensagens implícitas ou muitas vezes até explícitas procurando nos mostrar alternativas de caminhos que nos levem de volta à luz. Cabe a nós "apenas" perceber e acreditar nestes sinais.
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