Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

terça-feira, 30 de abril de 2013

DESABAFOS


por Mario Sales



Prezado irmão,
Há muito tempo não comento seu blog, mas não pude deixar de reparar que neste último você realmente desabafou o que lhe incomodava.
Não posso falar por todos, mas acredite, certos questionamentos e indagações que lhe fiz num passado não muito longínquo foram a título de esclarecimento. Além disso, seu blog parece-me uma zona neutra e segura, onde os debates acontecem sem que aja interferência da GLP (pelo menos até o momento). Você vêm representando um papel importante na senda Rosacruz e Martinista (acredito que até mais do que como maçom) neste blog, as pessoas confiam a ti suas dúvidas e questionamentos mais profundos, vêem em você um conselheiro confiável, uma fonte de informação segura e imparcial (não estou bajulando, nem adulando, apenas expressando minha opinião), e é por isso que as vezes, alguns frateres e sorores que estão passando por um momento de questionamento intenso podem as vezes se expressar de forma errônea, afinal de contas, as dúvidas delas não são contra você, mas elas acreditam que aqui serão ouvidas e obterão uma resposta sem sofrerem algum tipo de represália ou punição.
Se esse medo excessivo ocorre, é porque a GLP, os conselheiros e os oficiais de loja assim o propagaram ao longo das últimas décadas.
Sinceramente, acredito que ao invés de se sentir confrontado, fique feliz em saber que tantos buscadores encontram em seu blog um porto seguro e um farol do conhecimento.
Afinal de contas, essa vida é passageira e num piscar de olhos a gente já está se preparando para voltar para cá. TFA

Comentário de Frater Julio em A ESTRATÉGIA DO MAL



"...Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço..."

Trecho da letra de "Cartomante", de Ivan Lins e Vitor Martins



O Terapeuta, de Renée Magritte

Ando sem paciência. Concedo.
E minha falta de paciência reflete-se nos textos, nos desabafos que me sobem em momentos de incontinência emocional. E agradeço a Deus por cada excesso em palavras ou emoções, porque são excessos frutos de emoções honestas e humanas.
Alguns podem achar que místicos não são pessoas, que Cagliostro não usava o banheiro, ou que Pitágoras não tinha mau hálito ou unha encravada.
Tolice pura. Todos os homens na carne, penam as contingências da carne, todos transpiram como eu, todos sentem a dor de um corte inadvertido, todos tem irritações eventuais na pele e se coçam.
Alguns , mais românticos e fantasiosos, apegados às visões dos escritores de ocultismo franceses, mandam-me como argumentos de suas idéias textos idealistas sobre seres invisíveis, imaculados, espíritos superiores que apenas por misericórdia estão no mundo, mas cuja mente transita todo o tempo em esferas mais elevadas.
Acreditam na existência de seres especiais e diferenciados, mas recusam-lhes sua humanidade.
Senhores, convenhamos, um espírito que não conheça a carne e seus constrangimentos, não conhece a criação.
Esta visão de que nós, como místicos, devemos esquecer nossa natureza e demonstrar uma santidade idealizada pelas crenças e valores consagrados pela literatura, não só é falsa como fora de moda.
Místicos têm sentimentos, frustrações, problemas domésticos, dores de barriga.
Místicos sentem sede, fome, vontade de urinar.
Místicos tem problemas familiares, problema de saúde, problemas de relacionamento. Místicos comem pizza, às vêzes demais, e Cagliostro comeria muita pizza se pizza existisse em seu tempo.
O comentário de Frater Julio foi um alento, um ato de carinho e de fraternidade pelo qual agradeço.
Mas Julio, meu velho, não conheço culpa por atos honestos, ou não, se forem fruto, como disse, de emoções honestas. Tem horas que é difícil ter paciência com tolices descabidas, com receios infundados, com este estado de infantilização disfarçado de disciplina quando as pessoas não contribuem com suas opiniões, dúvidas e críticas por terem medo de se expressar com franqueza, por estarem em um ambiente que não permite o diálogo, a diferença de opiniões em ambiente fraterno.
É disso que venho falando nos últimos meses, antes de Reginaldo nos deixar de maneira súbita e inaceitável com facilidade, opiniões com as quais ele concordava.
Ambos , eu e ele, somos dinossauros da rosacruz, de ler monografias grandes e roxas.
Ambos, e agora falo com você Julio, nem eu nem Reginaldo tínhamos muita paciência com esta situação de apavoramento que víamos nos frateres, que sempre foram orgulhosos e estudiosos e hoje não passam de contribuintes assustados, cujos juramentos de fidelidade, que fizeram de boa fé e em ambiente sagrado são lembrados, não como eventos nobres, mas como compromissos de intimidação, em falas como :"veja bem, você jurou lealdade, não critique a Ordem". Todos nós, inclusive eu e Reginaldo, que embora morto ainda é uma referência de erudição na comunidade rosacruz brasileira, juramos lealdade à Rosacruz, e juramos com seriedade. Mas isto não significa que estejamos proibidos de pensar, de sentir, ou de manifestar nossas idéias livremente.
E tanto eu como ele tínhamos e temos opiniões não muito ortodoxas, mas nem por isso destoantes do espírito rosacruz livre pensador. Isto estava no Círculo de Tubingen, com Johann Valentin Andreae, e continua hoje, quero crer, em todos aqueles que livremente, concordando ou não comigo, fazem comentários neste blog.
 Por isso, com ironia, coloquei na entrada que este blog é "Um exercício solitário, poético e filosófico, baseado no preceito rosacruz da mais completa liberdade (possível) dentro da mais perfeita tolerância (possível). A maçonaria, o martinismo  e o rosacrucianismo como reflexão."
Eu acredito nisto.
Parucker repetia esta frase a cada convenção em Curitiba. Portanto, ele, nosso honrado ex-Grande Mestre também acreditava nisso.
Aonde a liberdade deixa de ser liberdade e passa a ser um destempero vai do bom senso de quem exerce essa liberdade, de agir e de pensar. Espera-se que sobre seus excessos derrame-se a tal tolerância supra citada. Esta é a Ordem que eu e Reginaldo nos afiliamos e na qual acreditamos, de coração, mas sem fantasias e romantismos, porque eu e ele éramos e somos seres humanos comuns, imperfeitos e orgulhosos de nossa imperfeição, esta característica da condição humana.
Por isso, meu caro Julio, desabafei sim, e me sinto bem melhor agora que o fiz.
Gosto quando o desabafo expõe de modo franco minha insatisfação com esta perda de realismo sobre o que é um rosacruz. Rosacruzes são como plantas, precisam de liberdade, precisam de espaço para experimentar e aprender o que puderem do mundo, mesmo sendo seres humanos imperfeitos, como Reginaldo era e eu sou.
Aliás, precisamos de espaço para experimentar porque somos seres humanos imperfeitos, e não por outra razões.
Porque ao contrário do que pensam escritores românticos como Tobias Churton ou Sédir, que granjearam fama pelos seus textos e não por seus feitos, rosacruzes não são nada mais além de pessoas bem visíveis, seres humanos bem comuns, mergulhados até o pescoço em uma existência humana e carnal e não espíritos olímpicos inatingíveis ou insensíveis às emoções.
Sim, tenho sentimentos.
E me orgulho disso, Julio, meu amigo.
Me orgulho muito disso.

18 comentários:

  1. Compreendo seu ponto de vista meu caro irmão.
    Sim, somos seres humanos encarnados, cometemos erros e falhas. Mas acredito que o Rosacruz é aquele que mesmo sabendo de suas faltas, faz o possível para aprender com os erros e melhorar, buscar incessantemente a evolução (nem digo iluminação, pois isso é algo abstrato demais para ser descrito em palavras neste comentário).

    Em tempo, meu caro irmão, a Ordem de certa maneira nos atrai com força. Quando ficamos sem ler as monografias, meditar, participar das convocações, sentimos falta daquilo, como se fosse um vazio enorme. Sinto que é mais "fácil" para os dinossauros falarem o que pensam, pois já tiveram acesso aos altos graus, aos conhecimentos elevados, etc. Para os novos, uma punição, uma possível expulsão faria com que elas não tivessem mais acesso a uma informação necessária a seu desenvolvimento. Compreende o que quero dizer?
    Ambos sabemos que quando começamos a buscar com sinceridade, os questionamentos aparecem, e como toda ordem guiada por seres humanos, a Amorc não está isenta de erros de julgamento, pessoas corrompidas e principalmente de Ego. Ainda há muitos profanos que usam aventais e muitos iniciados que não fazem ideia de que a Ordem existe.

    No entanto, para aqueles que questionam com afinco para entender a raiz dos pensamentos, ensinamentos e acontecimentos, chega um momento onde é preciso optar por continuar a questionar ou se manter em silêncio e incógnito para continuar tendo acesso ao conhecimento.

    Não é uma escolha fácil meu nobre irmão. Somos de gerações de Rosacruzes diferentes, temos conhecimentos distintos e opiniões parecidas. As vezes o medo foi a única forma que sobrou para nossos irmãos se expressarem, infelizmente é uma constatação de uma triste realidade.

    Continuemos fazendo nossa parte!

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  2. Frater, quanta mediocridade suporta um espírito humano? Por vezes seus destemperos verborrágicos apenas revelam o quão distante está de entender o que seja o ideal rosa+cruz. A cada comentário seu apenas vejo uma pessoa que quer ter um título, uma carteirinha, se reunir com outros com opiniões semelhantes e dizer SOMOS ROSA+CRUZES!
    Na América, o país do marketing e das vendas de facilidades: tudo sem esforço, oferecem o Rosa+Cruz sem esforço. Pague em dia suas trimestralidades, leia monografias com conteúdos homeopáticos de conhecimento do "novo pensamento", [se não ler também será Rosa+Cruz, pois tem um comprovante que está em dia com as mensalidades], participe de um ritual genérico sem grau para ouvir artigos também genéricos. Seja iniciado em rituais tirados dos arquivos maçônicos sobre a Ordem Rosa+Cruz de Ouro, e depois leia monografias deste grau e verifique que em nada existe de semelhança entre o ritual que participou e o conteúdo das monografias. Os fundadores por total desconhecimento do que deveria ser apresentado em cada grau o preencheram com textos enciclopedísticos, até sobre a vida de filósofos...
    O autor Tobias Churton [historiador e pesquisador] no seu livro Os Invisíveis cita o americano P. B. Randolph que lucidamente escreveu: "quer ter sucesso ao vender seus livros ou sua ordem? não importa do que se trata, chame-a de rosacruz!"
    Vejo um total desconhecimento quanto cita autores como Tobias Churton ou Sedir. Por outro lado, se fica tão irritado com meus comentários, é porque conheço do que falo e escrevo como quem viveu por dentro e não sessou de buscar e quem busca encontra... e hoje vejo como romântica essa ideia que pagando trimestralidades, lendo assuntos enciclopedísticos, não tendo nenhum sinal de mudança e chafurdando em toda mediocridade humana possa se dizer: somos a Rosa+Cruz. Nunca conhecemos um autêntico mestre, porém temos uma carteirinha que diz: sou MEMBRO da Rosa+Cruz.
    Sedir participou das mais célebres e tradicionais ordens de seu tempo. Aquelas que existiam plenamente ativa antes de HSL conseguir um ramo adormecido para começar sua versão americana do rosacrucianismo: rosacrucianismo sem esforço, sem prática, sem mérito, sem mudança. Uma ode a mediocridade: seja mediocremente um membro que paga em dia e use anel, broche, carteirinha: sou rosa+cruz. Quando Sedir conheceu o mestre AMO abandonou todas as ordens, pois constatou que lá se fala sobre o que nenhum membro tem domínio. Enquanto seu mestre sem nunca participar de nenhuma ordem tinha todos os sinais e graus de realização que as ordens prometiam mas não conseguiam cumprir. Ele orientava individualmente cada pessoa, ele curava os doentes, as pessoas sentiam paz em sua presença, reconfortava os aflitos, tudo que fazia era sem nunca cobrar e exigir nada em troca. Fazia tudo por amor ao próximo e humildemente era um grande iniciado.
    Frater, vós sois romântico pois sem nunca ter conseguido atingir nada oculto que a AMORC diz que faz parte de seu currículo, nenhuma realização palpável, nem o domínio da vida e sem nunca ter conhecido um autêntico mestre rosa+cruz acha que é rosa+cruz por ter suas trimestralidades em dia!!!

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  3. Muito bem dito as palavras de "um frater". E para reforçar o que ele disse leiam L'utopie Rose-Croix, du XVIIe siècle à nos jours e também Les Rose-Croix du Nouveau Monde: Aux sources du rosicrucianisme moderne ambos do historiador Robert Vanloo, observem também a postura da Suprema Grande Loja diante dos questionamentos deste autor. E Mario vai pra casa estudar. Saudações a todos.

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  4. Estimado Anônimo, encontrei os livros citados em sebos na França. E, enquanto escrevia pensei neles, uma grata surpresa ver que os recomendou completando meu texto. Quem tiver interesse pode pesquisar no http://www.iberlibro.com/ maior site na internet com livros usados e sebos ao redor do mundo que de tempos em tempos aparecem exemplares para aquisição.
    Existe um Dossiê na internet sobre a AMORC que é feito em grande parte baseado nas pesquisas de R. Vanloo. Quem tem os livros do autor reconhece os argumentos e imagens de documentos utilizados.

    http://pt.scribd.com/doc/129001059/33935740-DOSSIE-AMORC-V2

    Pois, se por um lado é difícil encontrar esses livros do historiador Robert Vanloo, afortunadamente temos acesso a essência de suas pesquisas traduzidas neste dossiê.

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  5. Olha o recalque da "Liga da Verdade"!!! Quero saber se domina 20% dos exercícios e a metade dos assuntos que já aprenderam. Pregar o que não fazem é fácil, duvido que são exemplos de conduta e de estudantes rosacruz. Provavelmente são ex-militares que acham que a vida é um quartel e que todos fazem parte do "seu" batalhão, onde só existem duas maneiras de ver as coisas,a deles e a errada!

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    1. Pode ser Renato, mas o que eu não entendo é uma pessoa não se sentir envergonhada, já que é tão digna e a AMORC é tão ruim, de trabalhar escondida, de se ocultar nas sombras. Porque o medo de assinar seus pensamentos? O que poderia acontecer com alguém que, como eu, expõe seu pensamento e assina o que diz? Ser objeto de discordância ou concordância? Isto é do jogo democrático. Não é crime pensar diferente. Mas não se justifica, por quaisquer malabarismos de discurso, dizer que vive no anonimato, que ataca uma Ordem milenar, de maneira anônima, porque é um "homem do mistério". É brincadeira. O nome na minha Terra pra quem não assume suas posições com hombridade é outro: covarde. Não há outro termo possível.

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  6. Fr.M.> Curioso, prefere atacar minha pessoa em vez de argumentar contra minhas ideias. Suponho que seja simples a questão, se não pode argumentar contra o discurso, ataque o discursante!
    O que significa para você o ano de 1915? Não recorda que a versão americana do rosacrucianismo começou aí? Na França palpitava o interesse pelo oculto, espiritismo, magnetismo animal, etc... em 1888 a OKR+C foi fundada, 1890 a OM. As revistas A Iniciação e O Véu de Ísis estavam circulando nos meios interessados na iniciação. Todos que buscavam encontravam os iniciados na França. Ainda fico a pensar porque precisou HSL utilizar um ramo adormecido para América se podia ser representante de uma ramo tradicional. A Ordem Martinista chegou ao Brasil em idos de 1900, pelo menos 15 anos da criação da AMORC. Mas HSL como bom empreendedor não nasceu para obedecer, nasceu para mantar se ser Imperator! Logo, que ótima oportunidade senão um ramo adormecido. E como só tinha um esboço e nunca frequentou uma organização iniciática, tirou tudo da cartola! Já comparei o currículo da AMORC com o da FRA, HOGD, OKR+C, FRCMH, porém realmente o que mais inovou foi HSL. Não encontramos quase nada de tracional em seus ensinos. Um mescla do Novo Pensamento americano com cultura científica no estilo Super Interessant.

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    1. Meu caro Um Frater,

      Tenho uma dúvida que só você pode tirar.
      Com total mente aberta e receptivo aos ensinamentos dos que possuem mais tempo de senda do que eu, lhe pergunto: Para nós que estamos na América do Sul, especificamente no Brasil, que entenda seu ponto de vista sobre a AMORC/HSL, consequentemente uma exclusão natural da CR+C (levando em consideração que lá está o dito "material original de HSL"), qual seria o ramo ideal, puro e verdadeiro do Rosacrucianismo para ser praticado em terras brasilis?

      Faço essa pergunta de coração e de mente aberta (não é pegadinha, nem crítica, nem te jogando na fogueira).

      Espero que entenda a sinceridade de propósito aqui.

      TFA

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    2. Julio,
      Minha visão hoje, o rosacrucianismo é um ideal! Nunca houve nem nunca haverá uma autêntica rosa+cruz terrena. Existem pessoas que pensam que são rosa+cruz, mas nunca estiveram ligadas a verdadeira corrente rosa+cruz. Há pessoas que nunca ouviram falar em rosa+cruz e são agentes do invisível na terra auxiliando, reconfortando, curando, levando luz onde há trevas...
      Frequente a organização que mais gosta, ou caminhe sozinho. Se gosta da AMORC continue, apenas não caia na armadilha que achar que o grupo são os rosacruzes, e que não precisa praticar e basta ter mensalidades em dia ou anéis ou carteirinhas ou participar de encontros para ser rosacruz. Não pense que sem mudança e continuando medíocre está na senda rosa+cruz!
      Eu indiquei dois textos Os Rosa+Cruzes Essenciais e Como Ser iniciado na Fraternidade Rosacruz. As Cartas Rosacruzes também são muito úteis para entender o ideal rosacruz!

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    3. Compartilho de sua reflexão.

      Uma vez um certo frater me disse: "Existem muitos profanos de avental e muitos iniciados que nem conhecem as ordens iniciáticas."

      Há em nossas lojas frateres e sorores, irmãos e irmãs que não merecem o grau que tem, isso é uma verdade e uma constante. No entanto, como a senda é algo pessoal e solitário, acredito que o maior trabalho a ser feito é dentro de mim mesmo. Quando falamos sobre Pensamentos, Palavras/Vontade e Ação, não é só uma alegoria, precisa ser praticado diariamente uma investigação minuciosa sobre esses quesitos.

      Talvez não aja de fato uma rosacruz terrena que expresse 100% o ideal rosacruz, ou talvez, não há em uma ordem rosacruz 100% de membros que pratiquem o ideial rosacruz. A Ordem em si é só um MEIO de chegar a um FIM, que é a evolução. Quando os membros passam a ver a Ordem, os Imperators, os Conselheiros como ídolos, o negócio perde seu propósito.
      Seja a maçonaria, a rosacruz, o martinismo, ou qualquer outra linha filosófica/espiritual, são apenas meios de chegar a uma finalidade.

      Ainda, acredito que estar em uma ordem é um meio de se ter um "roteiro de estudos" algo com início meio e fim, construído progressivamente. A medida que avanço, tomo conhecimento de novas informações e como buscador que sou, pesquiso mais e mais referências sobre o assunto, leio mais e mais livros até encontrar o conhecimento inicial que gerou aquela linha de raciocínio (as vezes não consigo chegar na raiz, mas dá pra chegar perto).

      Finalizando, vou pesquisar sobre as indicações que o irmão fez no comentário acima. Ficaria grato e feliz se o irmão (que possui um inegável conhecimento de causa) fizesse um arquivo de referências com um roteiro de assuntos que acha pertinente para um novo rosacruz. Isso poderia auxiliar não só os mais antigos, quanto os mais novos. Se o irmão tivesse a disposição de criar um blog, acredito que o rosacrucianísmo brasileiro ia ter mais uma fonte rica de informação.

      Um abraço.

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  7. Deculpem-me a intromissão, mas acho que aqui, nos diversos comentários, não estão somente rosacruzes, de direita ou esquerda (apesar de todos serem filhos da mão esquerda...), portanto senhores, existe um terceiro elemento oculto que está buscando o conflito, e seu nome é legião...

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  8. Uau! Depois disto tudo... não quero mais ser esotérico, mistico ou seja lá o que for...nunca. Um bando de gente egocêntrica.

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  9. Deixo mais um elemento de reflexão. O Supremo Conselho da Ordem Martinista elegeu e autorizou um Delegado Geral para os U.S.A. EDOUARD BLITZ K.T. E ele recebeu autorização para traduzir e publicar o ritual para uso nos U.S.A. O copyright é de 1.896!!! Ou seja, 19 anos antes da AMORC ser oficialmente fundada por HSL o martinismo tinha lojas em pleno funcionamento nos U.S.A. Vejam o facsímile digital:
    http://pt.scribd.com/doc/36870912/ritual-and-monitor-of-the-martinist-order

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  10. O frater julio disse acima - Há em nossas lojas frateres e sorores, irmãos e irmãs que não merecem o grau que tem, isso é uma verdade e uma constante. No entanto, como a senda é algo pessoal e solitário, acredito que o maior trabalho a ser feito é dentro de mim mesmo. Confesso frater Mário que isto me assusta, não que eu seja tola a imaginar que dentro de um organismo afiliado existam pessoas santas, perfeitas etc mas o que se espera é que seja possível ao menos no aspecto moral a contenção de impulsos negativos, a contenção da intolerância, da crítica destrutiva, do mal querer, do desejar mal etc...
    E na verdade ao entrarmos em um OA nunca teremos certeza de quem está alí, mesmo que sejam irmãos na busca.
    Uma vez há décadas atrás, quando eu era apenas uma adolescente tive contato com um frater muito idoso, simples, mestre de obras lá na loja Meier, ninguém daria nada por ser uma pessoa que não ostentava poder e riquezas... Sempre quieto e silencioso, quase nunca dava ouvidos a minhas inúmeras perguntas mas foi o único que me deu um dia um disco de madeira e disse: medite neste circulo.. Nunca me criticou pela minha ansiedade pelo saber, nunca me prometeu além do que deveria e nunca julgou... apenas em sua simplicidade me deu uma pequena chave.
    O convívio nas OAs deveria ou não se abrir mais? Para a comunidade na qual se insere? ou é necessário manter velado a uns poucos escolhidos, obreiros do servir num círculo constante e pouco mutável?
    Não sei se formulei bem as inúmeras perguntas que me assolam a mente ultimamente mas confesso que neste ponto atual dúvidas que nunca tive andam me rondando.

    Um abraço
    paz profunda

    carla


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  11. Soror Carla , boa noite
    Quando escrevi "Desabafos", se bem me lembro , foi no auge de uma sensação de desalento. Explicar, conversar, debater, é extremamente agradável quando sentimos que o debate gera dividendos, consequências reflexivas para ambas as partes, enfim, progresso, seja intelectual ou espiritual. Mas naquela oportunidade, como este blog é uma porta aberta aos interessados e aos desinteressados, eu tinha recebido comentários os mais banais e primários e embora eu não costume julgar a natureza dos comentários que eu recebo do ponto de vista literário, avalio a pertinência de todos e alguns, embora confusos, refletem uma sincera vontade de progresso e uma curiosidade legítima enquanto outros, embora rebuscados, eruditos, tem traços marcantes de pedantismo, hostilidade, sarcasmo. E daí minha reação, passional, intensa, mas franca, da qual como eu mesmo disse, não havia o que se arrepender. Suas inúmeras perguntas, como voce diz, estão no gênero das perguntas e questionamentos pertinentes. O que acontece é que voce está amadurecendo. Voce agora percebe as pessoas como pessoas, e embora voce diga que não esperava encontrar santos entre os membros dos corpos afiliados, todos nós entramos no meio iniciático cheios de fantasias que se desfazem, lentamente, como a cera da vela derrete aos poucos enquanto esparge luz.Não se sinta mal com essas reflexões. Como eu disse, elas são fruto de uma visão mais humana da existência, dos outros e de voce mesma. Por motivos que só a Vida conhece, sua perspectiva está mais realista. Lembre-se que um organismo afiliado não é forte por causa daquilo que ele pode nos dar mas sim por aquilo que nós podemos dar a ele. Não temos nenhum poder sobre a vida dos outros, apenas sobre a nossa. Se mergulharmos em nossa própria solidão perceberemos que dela nunca saimos, nela existimos, e nela e por ela vivemos. Solidão de palavras, não de vibrações, pois nossa consciência gera campo em volta de nós e interage com outras consciências, para além das palavras e do silêncio. Quando falo em solidão, falo de solidão social, não vibracional e muito menos espiritual, porque estas não existem.Não se assuste com estas novas percepções. Elas são parte do ritual da sua iniciação pessoal, partes da retirada paulatina do seu próprio véu e isto só pode ser benéfico, mesmo que, por alguns instantes, a luminosidade nos ofusque e constranja. Nunca esqueça que a evolução é um trabalho em progresso, ininterrupto e que a perfeição é um horizonte virtual, nunca possível de ser alcançado. Evoluiremos sempre e ao evoluirmos, nossas percepções se modificarão. Principalmente aquelas que temos sobre nós mesmos.
    PP

    M

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  12. Frater Mario,muitas pessoas criticam a AMORC, mas ficam tão pouco tempo e praticam tão pouco e falam mal.Acho que não se deve falar do que não tem se experienciou de verdade.

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