Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

terça-feira, 11 de maio de 2021

O Quê e o Como

 

Por Mario Sales


 



A parte mais difícil da prática da visualização é visualizar. Parece uma tautologia idiota, mas na verdade visualização criativa não é como parece apenas ver alguma coisa na imaginação, mas transmitir uma mensagem ao cósmico, mensagem que tem seu próprio protocolo de redação, de montagem, que se não for seguido redundará em fracasso do experimento.

Por exemplo, no caso de desejar fazer uma viagem, devemos nos concentrar no local onde queremos estar e não nos meios para chegarmos até lá.

Se vamos para Pequim, na China, devemos nos ver em Pequim, e não gastarmos nossos engramas cerebrais em visualizar um avião, um navio ou mesmo uma quantia qualquer em dinheiro a qual supomos que nos leve até Pequim.

Portanto um dos pressupostos da visualização é que jamais nos concentremos em meios, mas sempre nos fins.

Os meios, Deus, em seu infinito poder, proverá.

Lembrava o poeta que as soluções de Deus sempre nos surpreenderão e estão além de quaisquer antecipações, através destes belíssimos versos:

“(Se eu quiser falar com Deus)

Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar”



Fins e não meios. Porque não podemos dizer ao altíssimo, arrogantemente, como ele deve nos ajudar. Ele sabe tudo, pode tudo. Nada sabemos que ele não saiba e muitas coisas ele sabe que nós nem chegamos a cogitar.

Portanto precisamos confiar que a Consciência Cósmica interagirá melhor do que nós com as possibilidades disponíveis e nos trará uma solução simples e elegante para nossas necessidades.

Nessa mesma perspectiva devemos evitar de ser muito detalhistas quanto a objetos de grande vulto, não por causa do tamanho, porque isso não importa, mas porque detalhes demais sempre são uma forma de impor nossa visão à Consciência Cósmica, e isto não é de bom tom.

O exemplo da casa é importante e me vi sendo questionado em uma palestra virtual sobre esse aspecto.

Primeiro falei da importância da nitidez da imagem e depois falei do inconveniente de detalhar demais o que desejamos. No exemplo de desejar uma casa, podemos visualizar uma casa com paredes de fumaça, imaginando simultaneamente as qualidades que desejamos nesta casa como conforto, claridade da luz natural, espaço e linhas contemporâneas, mas aconchegantes. Como tais qualidades não podem ser visualizadas, na visualização projetamos a imagem de uma casa de fumaça, enquanto repetimos mentalmente, como se fosse um mantra, a lista de qualidades que a casa deve ter (conforto, claridade da luz natural, espaço e linhas contemporâneas, mas aconchegantes). Paredes de fumaça, teto de fumaça, mesmo com pé direito alto, mas sem dar uma forma a casa que possa impedir a participação do Grande Arquiteto no desenho final.

Resolvi escrever essas coisas para se possível deixar claro que isto se baseia no mais importante princípio da visualização. Diga a Deus o que você precisa, mas não como ele deve lhe ajudar. Esses são assuntos que estão além da nossa capacidade de decisão.

Como sempre repito, não acreditem em mim.

Testem esta técnica. Depois se quiserem me escrevam dizendo como se saíram. Ficarei muito feliz de ler seus relatos.

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