Multi pertransibunt et augebitur scientia (Muitos passarão, e o conhecimento aumentará).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CHOOGYAL NAMKHAI NORBU

por Mario Sales 


Choogyal Namkhai Norbu 

Terminei de assistir o filme "My Reencarnation", disponível em http://www.movie2k.to/My-Reincarnation-subtitled-watch-movie-1487218.html, cujo link me foi enviado por um leitor anônimo, filme que narra a vida e o relacionamento do Mestre Budista Tibetano Choogyal Namkhai Norbu e seu filho ocidental, Yeshi, o qual foi reconhecido como a reencarnação de um famoso mestre espiritual, razão do título do filme, e a vida de ambos em plena Itália moderna, aonde o Oriente e o Ocidente, o Muito Antigo e o Muito Novo se encontram.
Yeshi Silvano

Choogyal é casado com uma italiana nata e com ela tem um casal de filhos, do qual Yeshi é o mais velho.
É um relato comovente pelo caráter humano , pois não só descreve o cotidiano de Yeshi e seu pai por vinte anos, mas além disso, mostra o conflito interno de Yeshi em aceitar a idéia de ser a reencarnação do tio e ex mestre de seu pai, Kyentse Rimpoche, morto sob tortura pelos chineses, durante a invasão.



Se em território tibetano, ser reconhecido como a reencarnação de um homem sábio é absolutamente normal e louvável, para alguém nascido e criado na Itália pode ser um transtorno psicológico e existencial. É interessante acompanhar as dúvidas, as hesitações e a sinceridade que a narrativa demonstra em expor todas estas nuances do processo de recuperação de memória cármica hoje, em nossos dias, não por um monge, mas por Yeshi, italiano, europeu e um ex funcionário da IBM, por formação um indivíduo adaptado a resolução de questões corporativas, empresariais.


É um filme comovente porque além de mostrar as vicissitudes dos exilados tibetanos sem qualquer pieguice, mostra também a possibilidade de convivência entre a tradição e a modernidade, independente das dificuldades em que tal relacionamento sempre implica.
Existe um momento especialmente interessante para rosacruzes aonde acontece uma reunião administrativa do centro de ensino italiano de Dzogchen, que pode ser traduzido grosso modo por "Grande Perfeição" ou "Grande Completude", aonde vislumbramos os mesmos problemas de quaisquer pronaoi ou capítulos da AMORC para se chegar a um consenso acerca de procedimentos operacionais.
Desolado, mas conformado, logo na sequencia, Choogyal Namkhai Norbu comenta que a convivencia humana é sempre dificil, e que provavelmente após sua morte seu movimento na Itália se dividirá em linhas diferentes, já que nem o Buda conseguiu evitar que após sua morte surgissem 18 escolas diferentes de Budismo. E que é assim que as coisas, entre seres humanos, são. 
Centro de Estudos de Budismo Dogzchen na Toscana, Itália

2 comentários:

  1. O método específico do Dzogchen é chamado a Via da autoliberação. Para aplica-lo, não há nada a que devamos renunciar, nada a purificar nem a transformar. A visão cármica que aparece, qualquer que seja, é utilizada como a Via. O grande mestre Padampa Sangye disse: "Não são as circunstâncias aparecendo como uma visão cármica que condicionam uma pessoa no estado dualista; é a própria pessoa que permite ao que aparece de condiciona-la". Para romper com esse apego da maneira a mais rápida e a mais efetiva, a capacidade da mente de se autoliberar deve ser colocada em ação.

    O termo autoliberação não deve, entretanto nos fazer crer que exista uma espécie de "eu" ou de "ego" à liberar. É, um postulado fundamental ao nível do Dzogchen, o de que todos os fenômenos são vazios de natureza própria."Autoliberação", no sentido do Dzogchen, significa que tudo o que se manifesta no campo da experiência do praticante é deixado livre de se manifestar tal como é, sem ser julgado 'bom' ou 'mal', 'belo' ou 'feio'. E, nesse exato momento, se não há apego, sem esforço e mesmo sem vontade, o que surge, pensamento ou evento aparentemente exterior, se libera por si mesmo.

    Para ler textos de Chögyal Namkhai Norbu
    http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=77

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  2. Muito interessante essa explanação do "Um frater".

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